Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) votava a ação que resolveria a questão da demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, em cenas mostradas em reportagens viam-se índios reunidos numa aldeia em torno de uma TV de 29 polegadas assistindo a sessão plenária do STF, acompanhando o andamento da votação de cada ministro. É bom lembrar que a TV Justiça não é transmitida através de canais abertos e sim pelos de assinatura;
O fato serve para demonstrar que os índios não são mais tão índios assim. Eles estão quase que totalmente inseridos na modernidade e na globalização. Essa luta de alguns defensores da preservação da cultura e das terras indígenas deve ter alguma coisa por trás de tanta campanha. Há muito tempo que índio deixou de "querer apito". Hoje, eles estão mais para fabricar e vender apitos e outras coisas mais;
Para muitos não causa espanto que o Conselho Indígena de Roraima (CIR) esteja negociando formar uma parceria com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), sob a justificativa de promover o aumento da produção agrícola na região, com ênfase para a cultura do arroz;
Quando o STF definiu a questão da Raposa Terra do Sol, ficou bem claro que passava a haver restrições quanto ao "ingresso, trânsito e permanência de não-índios na área, bem como a caça, a pesca e a o extrativismo vegetal" da área demarcada. Também é vedada a qualquer pessoa estranha aos grupos tribais a prática da caça, pesca ou coleta de frutas, assim como de atividade agropecuária exploratória;
Mais estranho ainda é que a quebra dessas regras seja exatamente com o MST, cujos líderes parecem mais preocupados em ações políticas com suas invasões de áreas produtivas, usado reais agricultores como massa de manobra. Em nossa opinião, justo seria deixar com os índios as áreas que servem para sua moradia e sustento e não para transformá-los em empresários do agronegócio.
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