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30 de dezembro de 2010

Entendendo como vai ser o Governo Dilma

Alguém me mandou um e-mail com a história a seguir. Nela, uma demonstração do que deve ser o Governo que se inicia no próximo dia 1º:

Navegando há vários meses sem que os marujos tomassem banho ou trocassem de roupas, o que não era novidade na Marinha Mercante Brasileira no início da era Loyd, o navio fedia. O Capitão chama seu Imediato:

- Seu Silva, o navio fede. Mande os homens trocarem de roupa!

- Sim senhor!

Silva reúne seus homens e diz:

- O Capitão está se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. José troque a camisa com João. João troque a sua com Pedro. Pedro troque a sua com Alfredo. Alfredo troque a sua com Frederico...

E assim prosseguiu. Quando todos tinham feito as devidas trocas, ele retorna ao Capitão e diz:

- Senhor, todos já trocaram de roupa.

O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem.

Você acaba de entender exatamente o que será o Brasil no próximo governo (Dilma).

28 de dezembro de 2010

O mundo é dos brasileiros

É incrível como brasileiros se espalham pelo mundo. Nas competições desportivas, nas mais variadas modalidades, sempre há a presença de torcedores brasileiros nos estádios, ginásios e pistas. Este blog trata preferencialmente de política e é certo que é lido por quem se interessa pelo assunto. Como o Blogger informa em que país um blog é acessado, causa espanto que tenhamos identificado uma lista de 52 países (vide abaixo), além do Brasil, nos quais alguém andou lendo as postagens aqui realizadas. Ficamos surpresos, pois inacreditavelmente há também uma vasta variedade de continentes. Sendo assim, por mais que essa constatação seja motivo de orgulho, fica configurado que deve-se sempre haver cuidado com aquilo que se escreve.Teremos sempre esse cuidado aqui.

Muito grato a todos pelo privilégio da leitura.

Feliz Ano Novo!

Eis a listagem:
África do Sul
Alemanha
Angola
Argentina
Austrália
Áustria
Azerbaijão
Bolívia
Bulgária
Burundi
Canadá
Chile
Coreia do Sul
Costa do Marfim
Croácia
Dinamarca
Emirados Árabes Unidos
Eslovênia
Espanha
Estados Unidos
Finlândia
França
Guatemala
Haiti
Holanda
Hong Kong
Indonésia
Inglaterra
Irlanda
Israel
Itália
Japão
Letônia
Luxemburgo
Marrocos
México
Moçambique
Moldávia
Nicarágua
Nigéria
Noruega
Nova Zelândia
Panamá
Peru
Polônia
Portugal
Romênia
Rússia
Suécia
Suíça
Turquia

23 de dezembro de 2010

Bispo recusa comenda e constrange senadores

Bispo recusou comenda e criticou aumento dos parlamentares
  • Nesta época do ano dá vontade de pararmos com as críticas levando em conta o espírito de Natal, principalmente no que diz respeito à confraternização entre as pessoas, coisa que deveria ocorrer todos os dias mas que se acentua nessa ocasião. Tratando-se dos políticos, é melhor nos esquecermos deles por enquanto. Porém, não dá para ignorar o grande momento vivido esta semana, quando o bispo Manuel Edmilson Cruz, de Limoeiro do Norte, cidade tradicional do Ceará, baixou o porrete nos parlamentares brasileiros, em solenidade no plenário do Senado Federal, que terminou em constrangimento para os "representantes do povo" que ali estavam. Em protesto contra o reajuste de 61,8% concedido a deputados e senadores na semana passada, o bispo, recusou-se a receber a Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara;
  • Dom Edmilson Cruz, em seu discurso, destacou a realidade da população mais carente, que é obrigada a enfrentar as filas dos hospitais da rede pública, afirmando: “Não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta”. Ao recusar a comenda, ele foi taxativo: “A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”. Nesse momento, quando a sessão era presidida por Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor da homenagem, o público aplaudiu a decisão;
  • Após a recusa, o bispo cearense acrescentou que a atitude dos parlamentares de aumentarem seus próprios rendimentos em tão elevado percentual "é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”. Ele acrescentou que o reajuste dos parlamentares deve guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e o da aposentadoria. Diante da situação criada, o senador José Nery (PSOL-PA) cumprimentou o bispo pela atitude considerada “coerente” com o que pensa, e afirmou: “Entendemos o gesto, o grito e a exigência de dom Edmilson Cruz que, em sua fala, diz que veio aqui, mas recusará a comenda. Também exige que o Congresso Nacional reavalie a decisão que tomou em relação ao salário de seus parlamentares”, acrescentou o senador paraense;
  • Aí está o fato, sem dúvida um dos melhores momentos vividos naquela mais que inútil Casa Legislativa.


FELIZ NATAL PARA TODOS!

18 de dezembro de 2010

Haja cartão corporativo!


Às vezes dá desânimo para se criticar o que fazem os políticos em total desprezo para com aqueles que os elegem e ainda pagam seus altos salários e bancam todas as mordomias, assunto maior desta semana em que deputados e senadores aumentaram seus ganhos mensais numa velocidade que não é comum no Congresso Nacional, em especial se for o caso de algum projeto em benefício de seus patrões, ou seja, o povo. Hoje, o site do jornalista Claudio Humberto nos traz essas "belas" informações que nos dão bem uma ideia do fato de Lula nunca reclamar de seu baixo salário em comparação com os dos demais agentes públicos, fato agora "corrigido" para a próxima legislatura:


Cartões corporativos: governo Lula torrou R$ 350 milhões


Desde 1º de janeiro de 2003 e até o final de outubro deste ano, o governo Lula gastou R$ 350 milhões com cartões corporativos. Em 2010 a conta já ultrapassa R$ 71 milhões, segundo dados do Portal da Transparência. Só a Presidência da República consumiu quase R$ 16 milhões com cartões, este ano, em gastos “sigilosos”. Em 2007 (R$ 76 milhões) e 2010, o governo gastou mais R$ 70 milhões com cartões.

R$ 215 mil por dia


A média diária de gastos do governo com cartões corporativos em 2010 é de R$ 215 mil, o dobro da média dos últimos oito anos (R$ 111 mil).

Meses de campanha


Em abril, a conta dos cartões corporativos do governo Lula totalizava R$ 11 milhões. Até novembro, o total pulou para R$ 71 milhões.

Lula I x Lula II


Durante o primeiro mandato de Lula, cartões corporativos nos custaram R$ 78,4 milhões. No segundo mandato, triplicou: R$ 267 milhões.

Parece-nos que não há nada a se comentar mas é para se lamentar. E ainda há um detalhe interessante. As despesas pessoais de Lula e seus familiares não podem ser fiscalizadas, por "razões de segurança". De quem? Quem não não tem segurança somos nós que não ficamos sabendo como é gasto o dinheiro dos nossos impostos. Nós pagamos até o botox de dona Marisa, mas não podemos ter sequer uma confirmação dessa "nossa" despesa.

16 de dezembro de 2010

Parlamentares: muito aumento e pouco trabalho

Parlamentares aumentam seus salários mas não largam mordomias
Como quase sempre acontece, o plenário do Senado Federal aprovou na noite desta quarta-feira (15) a elevação para R$ 26.700,00 do salário dos parlamentares, do Presidente da República, do Vice e dos ministros de estado a partir de 1º de fevereiro de 2011. Esse valor é igual à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Por se tratar de Decreto Legislativo, a proposta não precisa passar pela sanção do Presidente da República, entrando em vigor quando for publicada. Trata-se de um aumento e tanto, porque os deputados e senadores terão um reajuste de 61,8%. Eles recebem atualmente R$ 16,5 mil. No caso do presidente da República e do vice, o aumento será de 133,9%, uma vez que o presidente recebe R$ 11.400,00. O aumento dos ministros será maior ainda, pois eles ganham atualmente R$ 10.700,00;

Além do novo valor mensal, os parlamentares também recebem auxílio de passagem aérea, que varia de R$ 8 mil a R$ 14 mil por mês; cota postal telefônica de R$ 4.265,00; auxílio moradia de R$ 3 mil; verba de gabinete de R$ 50 mil; e verba indenizatória de R$ 15 mil.Mas não nisso aí. Cada parlamentar receberá o no valor 15 vezes ao ano, visto que, além do 13º salário, eles recebem outras duas vezes, uma no início e outra no final do ano, a título de ajuda de custo;

Os salários dos ministros do STF serviram apenas como parâmetro, pois embora o valor seja o mesmo, os salários reajustados não serão equiparados com os ministros do Supremo. Para isso é necessário que se aprove uma emenda constitucional. Uma proposta em tramitação no Congresso eleva os salários dos ministros do STF para R$ 30,6 mil, mas ainda não há perspectiva de votação Não haverá, portanto, vinculação e os salários do Legislativo e do Executivo não subirão necessariamente junto com os do Judiciário;

Não resta dúvida de que parlamentares, ministros e o Presidente da República têm que receber remuneração condigna com os cargos exercem. Não se justifica a discrepância até então existente. É até justo que haja uma equiparação em face da importância dos cargos exercidos. No entanto, o caso dos parlamentares, os valores são por demais exagerados, pois no exercício exato de suas funções, eles comparecem ao local de trabalho em somente três dias da semana. Além disso, há mordomias tantas que eles se aproximam de um gasto mensal de aproximadamente R$ 100 mil. Também no Executivo e no Judiciário existem outros ganhos além dos vencimentos que aumentam em muito as despesas com os beneficiados. E ainda existe o famigerado cartão corporativo, que no caso da Presidência da República não tem nenhum controle, sob a alegação de "medida de segurança";

Cabe a nós cidadãos e eleitores exigir que os senhores deputados e senadores trabalhem mais, diminuam suas mordomias porque dispõe de elevado salário, mas que, acima de tudo, muitos deles deixem de uma vez por todas de receber "horas extras" através principalmente do desvio de recursos públicos. Isso também diz respeito aos poderes Executivo e Judiciário.

14 de dezembro de 2010

Lula lamenta o fim da CPMF, mas mente sobre seu uso

O povo rejeitou a CPMF
No auge de sua saúde, o ditador Fidel Castro se notabilizou por fazer discursos com até sete horas de duração, diante de uma multidão de cubanos ouvindo e aplaudindo. Nos últimos oito anos tivemos por aqui um reconhecido fã de Fidel que procurava imitá-lo, mas de modo parcelado. Lula fazia também discursos, talvez até totalizando mais do que as sete horas do cubano, porém falando muitas vezes ao dia em locais os mais variados. Na maioria das ocasiões Lula falava de improviso, certamente deixando seus assessores imediatos arrepiados, pois certas declarações poderiam ter resultados desastrosos, além de muitas vezes se utilizar de palavreado mais adequados para um botequim do que para a plateia à qual se dirigia;

Faltando poucos dias para deixar o cargo, Lula tem aproveitado para dar seus últimos recados, mas sem perder a oportunidade de dizer coisas que não representam a verdade, mas com uma plateia sempre pronta para aplaudi-lo. Em seu mais recente pronunciamento Lula se disse magoado com o fim da CPMF, a famigerada e rejeitada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, que de provisória não tinha nada, pis já vigorava havia cerca de dez anos. Lula confessou-se magoado com a rejeição da prorrogação da CPMF pelo Senado em dezembro de de 2007, que atendeu ao clamor da opinião pública que tinha cerca de 85% de contrários à contribuição. Para Lula "a oposição no Senado agiu com ódio, rancor e maldade";

Mas o "chute" de Lula no discurso aconteceu na declaração de que a extinção da CPMF fez com que cerca de R$ 150 bilhões tenham deixado de ser aplicados na Saúde, pois esse seria o valor a ser arrecadado nos últimos três anos se a contribuição não tivesse sido extinta. Aí está a grande mentira de Lula, pois sabe-se que a principal causa do fim da CPMF foi exatamente por seus recursos não eram aplicados na área da Saúde. Cerca de R$ 40 bilhões anuais arrecadados com a CPMF, mas não eram destinados ao setor, servindo para o Governo gastar como bem queria, principalmente para sustentar os milhares de cargos comissionados que são preenchidos por militantes do PT e dos partidos aliados;

Logo após sua eleição, Dilma Rousseff praticamente deu seu aval para que seja criada uma nova CPMF, agora com o pomposo nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS), algo que já está sendo rejeitado pela maioria da população. Dilma deixou o desgaste ficar por conta de governadores eleitos que levantaram a questão, dizendo tratar-se de algo que não seria da iniciativa dela, mas dando a entender que nada faria para impedir que a nova contribuição fosse criada. No caso, melhor seria se Lula ficasse calado sobre o tema, pois suas palavras servirão apenas para ativar a memória da população, a qual sabe que sua contribuição "provisória" em nada servia para melhorar o

12 de dezembro de 2010

O 'poste' tem luz própria ou Lula é quem manda?

Este blog já fez referência a Mário Lima, um eterno candidato a vereador em Nilópolis (RJ) que tem mania de espalhar pequenas placas pela cidade com algumas frases que são bastante comentadas, muitas vezes até pela originalidade e criatividade do texto. Pouco antes do primeiro turno da eleição ele lançou em uma de suas placas a seguinte frase: "Dilma não é Lula e Serra não é FHC". Por duas vezes essa frase foi abordada aqui como se a mesma estivesse correta. No entanto, vê-se agora que Mário Lima errou. Na formação do futuro ministério de Dilma Rousseff, quem está dando as cartas é Lula. Logo, nosso frasista pode muito bem fazer uma de suas placas com os seguintes dizeres: "Lula é Dilma";

O que se tem visto nos últimos dias é o atual presidente indicando ministros e também tendo vários dos atuais sendo mantidos ou remanejados. Até sobre pronunciamentos da futura presidente ele tem feito comentários, culminando com a contestação a uma declaração de Guido Mantega sobre redução de recursos para o PAC na ano que vem, com Lula desmentindo o ministro e afirmando que isso não vai acontecer. Se não bastasse os partidos aliados que demonstram uma gana sem precedentes em busca de ministérios como cotas a que tenham direito, com o PMDB como expressão máxima, Dilma Rousseff ainda tem que aturar Lula a toda hora dando "pitacos" na formação do ministério;

Tudo isso é uma clara demonstração de que Lula vai cobrar muito de Dilma por ter patrocinado sua candidatura vitoriosa, fato que, segundo especialistas, só aconteceu por conta do prestígio que o presidente tem junto ao eleitorado, ao ponto de eleger um "poste", como diziam os adversários da candidata oficial. Acontece, porém, que Dilma parece demonstrar desejo de que o tal poste tenha luz própria, algo que parece não ser o desejo de Lula, indicando que ele pretende ficar de 2011 a 2014 no palanque, como fez nos últimos oito anos, pensando seriamente em retornar ao Poder. Resta saber se Dilma vai encarar seu criador ou vai apagar a imagem que muita gente teve dela de que se tratava da 'mulher do Lula', submissa como nos velhos tempos.

4 de dezembro de 2010

Será medo da concorrência?

Esta notícia está hoje no site do jornalista Claudio Humberto, e parece que denota uma certa preocupação com uma possível concorrência com os nossos ilustre representantes.


DF: senador teme migração de traficantes do Rio para o DF

Foto
Senador Adelmir Santana
O senador Adelmir Santana (DEM) está preocupado com a possibilidade de traficantes expulsos de favelas do Rio de Janeiro transferirem suas operações para o Distrito Federal, devido a elevada renda 'per capita' e a existência de um mercado consumidor de drogas já estabelecido. Ele reivindicou ações articuladas entre os governos do Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás de combate ao crime organizado, defendendo ainda o incentivo à geração de empregos e o desenvolvimento do entorno de Brasília. “Estimo, sinceramente, que sejam buscadas soluções não de repressão, mas de prevenção que evitem que aqui se instale o crime organizado. E um dos caminhos naturalmente é fomentar ações empreendedoras e produtivas, de forma a erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável com a geração de empregos para as 185 mil pessoas que estão desempregadas no DF. 

Bandido se entrega, mas vai se recuperar?

Mãe convenceu 'Mister M" a se entregar
Três momentos que ocorreram durante a ocupação da favela no Morro do Alemão podem ser considerados importantes. Eles aconteceram quando um pai e duas mães entregaram pacificamente à Polícia seus filhos bandidos. A exposição pública nos três casos deve ter sido muito massacrante para os três, mas acima de tudo demonstraram amor paterno e maternos sem limites. Ele e elas preferiram a tentativa de verem seus filhos buscando sair da vida de crime. No primeiro caso, o pai, diante do repórter de um canal de TV não vacilou em afirmar que preferia ver seu filho preso e respondendo por seus crimes na Justiça a vê-lo morto ainda com poucos anos de vida, pois se continua na vida marginal pode cair morto a qualquer momento tanto numa ação policial como numa luta entre facções criminosas;

Pai leva o filho até à Polícia
Todavia, os três filhos efetivamente amados por seus pai e mães poderão não sair da vida marginal caso venham a ser confinados em cadeias que são verdadeiras "faculdades de criminosos". Lá eles não teriam muitas chances de recuperação e muito menos de reciclarem suas vidas. O mesmo ocorrerá com outros bandidos que venham a se entregar, muitos deles com ficha criminal limpa e outros que ainda são primários. O sistema penitenciário brasileiro deixa muito a desejar e a maioria deles não serve para nada a não ser para transformar homens em bandidos mais "experientes" em face da convivência com outros de elevado grau de periculosidade e que não têm nenhuma vontade de tentar uma vida de verdadeiro cidadão;

Os últimos acontecimentos surgiram num momento que pode ser propício a evitar que os malefícios das cadeias se confirmem, pois estamos em final de mandatos de Presidente da República e de Governador do Estado. A futura presidente Dilma Rousseff terá oportunidade de levar adiante a promessa não cumprida pelo quase ex-presidente Lula de construir dezenas de penitenciárias federais mas que se limitou a fá famosa de Catanduvas, no Paraná. Não é hora de faturamento político pelo fato de tropas federais terem sido autorizadas por Lula a colaborar com a tomada de território que estava erradamente sob o domínio de marginais. Também cabe ao governador reeleito Sergio Cabral olhar de modo diferente para as polícias que tem sob seu comando, principalmente dando-lhes meios de receberem salários dignos, bem como melhorando a qualidade das penitenciárias estaduais;

Se as duas esferas do Poder Público não se mexerem, dentro de algum tempo tudo terá sido em vão e pais e mães de atuais bandidos continuarão a ter motivos para chorarem muito, mas não de emoção como vimos nos três momentos tão amplamente divulgados.

3 de dezembro de 2010

Lula surtou: Mensalão do PT foi tentativa de golpe?

Faltam poucos dias para o final do mandato de Lula, que demonstra já estar começando a ter delírios ao sentir que está chegando a hora de dizer adeus ao cargo de Presidente da República. Mesmo assim, não perdeu o costume de estar em cima de palanques, apesar de já ter ganho a eleição com a vitória de sua candidata, que para muitos dos 56 milhões que nela votaram se tratava da "mulher de Lula", garantindo a concinuidade do governo do ex-líder sindical que chegou ao mais alto posto político do País atingindo, em fim de mandato, mais de 80% de popularidade. Seus últimos pronunciamentos, no entanto, denotam um início bem antecipado da sua campanha eleitoral para 2014;

Durante esse oito anos de mandato, por muitas vezes Lula "pegou pesado" quando falou de improviso (e isso aconteceu dezenas de vez durante algum dos seus discursos quase que diários). Falou desde algumas sandices e até mesmo soltou alguns palavrões, ao vivo e a cores, numa linguagem nada compatível para um Presidente da República, mas que era algo que lhe dava mais popularidade, por ser "autêntico", homem do povo. Esta semana, Lula soltou mais uma. Ele referiu-se ao Mensalão do PT em 2005 como uma tentativa de golpe contra ele. Estaria falando a verdade se estivesse dizendo que o sistema comandado por José Dirceu, seu então ministro da Casa Civil, quase o derrubou, o que somente não aconteceu por causa de uma oposição frouxa que não teve coragem de apear do Poder um grupo que o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando como indiciado por formação de quadrilha;

Tal pronunciamento de Lula é também um insulto à inteligência dos brasileiros não alienados e até ao Supremo, que não viu no episódio do Mensalão do PT nenhum golpe, a não ser contra os cofres públicos, daí estando para julgar José Dirceu & Cia. por formação de quadrilha. Apesar de tudo isso, o noticiário político vem demonstrado que Zé Dirceu aparece como figura de destaque nos bastidores da formação do futuro Governo. Dilma que se cuide, pois pode acontecer outra "tentativa de golpe".

1 de dezembro de 2010

Tem que haver também combate aos consumidores [2]

Ainda sobre o mesmo tema, o blogueiro Laguardia fez ontem a seguinte postagem no blog Brasil - Liberdade e Democracia:

Airton Leitão disse... E os "fregueses" dos "comerciantes" das drogas, quem combate?

Airton Leitão faz uma pergunta pertinente.

Se não houvesse o consumidor de drogas, os fregueses, não haveria comerciante de drogas.

O que a sociedade e o governo têm feito a este respeito?

Todos sabemos que os consumidores de drogas estão distribuídos em todas as classes sociais. Não são aqueles pequenos menores que cheiram cola nas esquinas de nossas cidades que mantêm o tráfico de drogas.

Eles não têm recursos para comprar cocaína, crack e outras drogas caras, importadas das FARC e da Bolívia.

Vamos encontrar grandes consumidores entre as classes sociais mais abastadas, entre os nossos políticos.

Contra estes nada se faz. Quando é que vamos começar a agir na ponta do consumo de drogas para evitar que haja o fornecedor?

Todos nós temos responsabilidade sobre isto. Todos nós temos que combater o consumo de drogas.

30 de novembro de 2010

Tem que haver também combate aos consumidores

Hoje o Rio de Janeiro comemora sua grande vitória na luta contra os traficantes de drogas que vinham dominando a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. Nos últimos dias, as ações que envolveram as polícias Civil e Militar do RJ, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviário Federal, com apoio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, foi o grande espetáculo assistido pelos telespectadores. Ver as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro tremulando lá no alto do teleférico despertou sentimento cívico em muita gente. Como disseram algumas autoridades envolvidas nos eventos, foi uma batalha vencida, mas guerra ainda terá muitas outras. A maior preocupação agora fica por conta da continuidade das ações de repressão nas favelas dominadas pelos agentes da Lei, juntando-se a elas a inserção de ajuda social às comunidades que se livraram do domínio até então exercido pelos traficantes;

Há muita gente sugerindo inúmeras ações sociais que deverão ser implementadas nas comunidades que agora receberam o benefício da liberdade no modo de viver de cada um. Há também um elevado grau de sentimento de cidadania que os moradores passaram a usufruir, sendo o maior benefício o sagrado "direito de ir e vir". Sabe-se que outros pontos do Rio de Janeiro ainda são de certa forma dominados pelos traficantes de drogas e espera-se que as mesmas medidas tomadas no Morro do Alemão e na Vila Cruzeiro se repitam onde se fizer necessário. Além das tropas ali ficarem até a implantação de Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) previstas para até julho do do ano que vem, outras "tomadas de território" acontecem onde se fizerem necessárias;

Todavia, há um ponto que necessita ser observado. As toneladas de maconha apreendidas e os muitos quilos de pasta de cocaína é proporcionaram também a apreensão de dezenas de armas dos mais variados calibres e potência e os milhares de unidades de munição. Para garantir seu comércio, os traficantes precisam de armas e munição. E isso só acontece porque há quem lhes compre a mercadoria. Esses consumidores é que lhes garantem os milhões de reais de lucro e que os obriga a muitas vezes lutarem entre si para aumentá-los. Por isso é que se espera que as autoridades imponham rigorosa fiscalizam junto aos consumidores de drogas, clientes em potencial daqueles que no momento sofreram violenta queda em seus lucros, visto que os principais "silos" de suas mercadorias foram violentamente dizimados;

Não podem continuar livres, leves e soltos os consumidores, pois há uma legislação que os pune pelo uso de drogas proibidas. Há no Rio de Janeiro, por exemplo, um local mais do que conhecido de consumo de drogas - maconha em especial - que é o Posto 9 na praia de Ipanema. Lá, há uma espécie de tolerância, o que é inconcebível. Se é proibido por lei, não se pode fazer vista grossa aos consumidores num local que chegou a ser objeto de reportagem mostrando que os maconheiros se utilizavam de apitos quando algum policial se aproximada do local. E agora, por qual razão não precisam os viciados mais de seus apitos? Se for para continuar assim, melhor é que se modifique a lei e seja aceita a liberação das drogas, até porque não haverá mais necessidade de se traficar, bastando o viciado entrar numa farmácia e adquirir o "produto" de sua preferência;

Seria esse o melhor método para proteger nossa juventude dos males do consumo de drogas? Parece-nos que não.

26 de novembro de 2010

O Rio de Janeiro está virando o jogo

Parece que o Rio de Janeiro está virando o jogo contra a bandidagem. Até então, estava perdendo. A tomada da Vila Cruzeiro não pode deixar de ser elogiada. Espera-se que seja definitiva, bem como o início de outras ações semelhantes que sirvam para mostrar para os traficantes que o Estado de Direito prevalece sobre o Estado Paralelo. Os poderes legalmente constituídos é que comandam e não os poderes paralelos impostos através da violência e da força bruta. Se a criação e instalação das Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) em princípio demonstravam ser uma excelente e benéfica jogada política, o fato do governador Sergio Cabral ter solicitado colaboração logística ao Governo Federal, através da utilização dos veículos blindados do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, merece nossos aplausos, da mesma forma que também solicitou 800 homens do Exército e helicópteros da Aeronáutica;

O cerco do Exército aos bandidos que já está ocorrendo nos acessos à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, com a maioria dos 800 homens solicitados integrada por soldados com experiência nas favelas do Haiti certamente está sufocando aquele grupo de marginais que foram mostrados pela TV Globo para todo o mundo que estão no Complexo do Alemão sem poderem voltar para a Vila Cruzeiro nem fugir de onde estão. Além do patrulhanmento dos militares do Exército em colaboração com a Polícia Militar do RJ, ainda há o apoio de helicópteros da FAB. O que a população espera é que nova investida contra o bando armado aconteça o quanto antes;

Para comprovar que a população está apoiando as ações estão aí alguns fatos observados ontem, quando moradores da Vila Cruzeiro deram água e até comida para os policiais que tomavam o local e faziam os bandidos promoverem aquele fuga cinematográfica. Sem medo de represálias, muitos moradores acenaram com "bandeiras brancas", demonstrado que estavam contentes que a chegada de tropas legais ao local. Hoje, mais um fato serve para demonstrar a satisfação da população com as medidas que estão sendo tomadas. Na Avenida Brasil, quando passavam um comboio conduzindo a tropa do Exército para o cerco aos bandidos, muitos motoristas promoveram um buzinaço, com claras demonstração de alegria pela chegada deles para o combate aos marginais;

Reconhecendo o mérito que tem o governador Sergio Cabral nas medidas tomadas, não há com deixar de alertar que não se pode mais voltar atrás. O povo fluminense espera que a guerra contra o crime prossiga até extirpar os traficantes dos locais que pensam lhes pertencer, mas que, na realidade, pertence a um povo pacífico e ordeiro que só deseja a paz.

23 de novembro de 2010

Terror no Rio

"Sim, são ataques terroristas o que estão chamando de arrastões. As autoridades têm que reconhecer isto! Se o Exército já veio para o Rio por tão menos, por que não vem desta vez? Qual é a jogada política do momento?. Quem está lucrando com isto? Seria a vida da Força Nacional de Segurança desmoralizante para as Unidades de Polícia Pacificadora? O carioca está em pânico. As pessoas não param nos sinais, ou ficam a dezenas de metros da faixa de pedestre, evitando chegar até ela, com pavor dos cruzamentos. As pessoas estão fazendo manobras arriscadas e arrancando com os veículos por qualquer emparelhamento normal no trânsito ou ao ver qualquer motocicleta. Ataques terroristas, sim". Esta é a carta do leitor Bruno de Faria, do Rio de Janeiro, publicada hoje na seção de carta dos leitores de 'O Globo';

Beltrame, Secretário de Segurança do RJ
A verdade é que Bruno de Faria tem toda razão. Os moradores da capital fluminense estão vivendo momentos de terror. E o pior é que já apareceu na imprensa declaração do Secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, descartando a necessidade de solicitar ao Governo Federal a ajuda com a convocação da Força Nacional de Segurança, pois certamente isso poderia significar uma confissão de incapacidade do Governo Estadual em garantir da segurança dos cidadãos. Com certeza esse é o principal motivo para não querer solicitar ajuda. Não há porque se discutir a validade da implantação das UPPs em várias favelas cariocas. Nelas, as comunidades estão vivendo momentos de real cidadania;

O momento que está sendo vivido pela população leva a manifestações como a do leitor Altair Santos, também do Rio, na mesma seção de cartas: "Autoridades legalmente constituídas, vamos combater a guerrilha urbana, colocando as Forças Armadas na rua, e fogo neles? Faz-se necessário um basta em tudo que está acontecendo". Infelizmente Altair tem alguma razão, pois o que os bandidos estão jogando pesado e a resposta a eles tem que ser no mesmo nível.

Hoje, no site do jornalista Claudio Humberto, está publicada a seguinte nota, que vem de encontro aos desejos e preocupações da população fluminense:

RJ: OAB sugere Força Nacional

O presidente da OAB do Rio, Wadih Damous, defendeu nesta terça (23) que, se as ações terroristas e arrastões com incêndios que têm se intensificado no estado forem uma retaliação às Unidades de Polícia Pacificadora, pode ser o momento de se convocar a Força Nacional em caráter emergencial. Segundo Damous, os arrastões, principalmente na zona sul, mudaram de padrão, pois antes eram realizados por bandidos interessados em subtrair bens fáceis de serem carregados ou, ainda, para o roubo de automóveis. Agora, o interesse é incendiar veículos e aterrorizar a população . “Tudo leva a crer que se trata de ações para jogar a população contra as UPPs. Se essas ações criminosas perdurarem por mais tempo, sem que haja uma pronta resposta contra essa violência, corremos o risco de desmantelamento das UPPs, que são um projeto que vem dando muito certo”, analisou.

21 de novembro de 2010

UPPs estão sendo como "cobertor curto"

Governador Sergio Cabral
  • Um dos principais trunfos do governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, para se reeleger com considerável percentual no primeiro turno - foram 5.217. 972 votos com 66,08% - foi a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras, as UPPs. Diversas favelas deixaram de ser "governadas" por traficantes, passando a ter segurança quase total para os moradores com a presença constantes de policiais militares. Algumas delas, pela localização privilegiada, passaram a ser pontos obrigatórios de visitas de turistas, em especial vindos do exterior. Quase todos os dias os morros cariocas são "invadidos" por estrangeiros curiosos e conhecer aquelas comunidades, além de poderem apreciar paisagens que somente a capital do Rio de Janeiro pode proporcionar;
  • Acontece, no entanto, que a implantação das UPPs tem se mostrado como uma espécie de cobertor curto que quando cobre os pés deixa a cabeça descoberta, e vice-versa. Depois do sucesso das pacificações, tem aumentado de modo alarmante o número de "arrastões" nas ruas e estradas na parte plana da cidade, ao lado de invasões de residências, roubos de automóveis, assaltos à mão armada e outros tipos de violência urbana. Os bandidos ligados aos traficantes ficaram sem espaço nas favelas e estão procurando outras alternativas para angariarem dinheiro para seus negócios. Na Baixada Fluminense - em Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Nilópolis -, já se observam invasões de traficantes e até alguns confrontos entre facções rivais lutando em busca de espaço para implantação de seus "negócios";
  • Os moradores tanto da Capital como estão apavorados com esse novo quadro e esperam do governador Sergio Cabral uma atitude enérgica que vise a garantia de segurança, com a implantação de UPPs em toda a Região Metropolitana. Se ocorrer omissão por  parte do Governador, certamente a resposta virá através das urnas nas eleições municipais de 2012.
  • Neste domingo (21) e hoje, novos eventos ocorreram no Rio de Janeiro, com "arrastões" e incêndios de veículos após saquearem motoristas e passageiros. Um dos casos aconteceu bem próximo ao Palácio das Laranjeiras, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que não se pronunciou a respeito. Já a Polícia Militar informar que passou a realizar rigoroso policiamento nos locais que foram alvos das ações dos bandidos, ou seja, estão colocando trancas depois das portas terem sido arrombadas.

20 de novembro de 2010

Como acreditar na Justiça? [2]

Já aconteceu a indicação e nomeação por Lula de um integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) que tinha como comprovação de seu "saber jurídico" o fato de haver sido reprovado por três em concurso para Juiz de Direito, mas que tinha a seu favor o fato de ter sido advogado pessoal do Presidente da República, bem como do PT, o que lhe proporcionou atingir aos 41 anos um cargo público, sem concurso, que lhe garante um "emprego" até os 70 anos, com aposentadoria integral, com poderes até de anular sentenças de juízes e desembargadores, que, ao contrário dele, tiveram que ser aprovados em rigorosos concursos;

Agora, quando o PMDB através de ilustres figuras como José Sarney, Renan Calheiros e outros declara apoio a um nome para a 11ª vaga no STF, aparece a notícia de que Lula já tem seu candidato, Trata-se do Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, que tem como credenciais o fato de ter defendido o presidente nas ações que envolviam as numerosas multas que recebeu da Justiça Eleitoral por quebra da legislação, em especial por campanha eleitoral antecipada, multas essas que receberam de Lula bastante deboche. Com isso, o STF passaria a ter simplesmente oito de seus onze integrantes indicados e nomeados pelo Presidente da República, cujos critérios para indicação nem sempre foram ao "notável saber jurídico" do seu indicado;

Quem quiser que confie na Justiça.

19 de novembro de 2010

Como acreditar na Justiça?

Em países decentes, suas cortes supremas de Justiça são os baluartes da legalidade. Neles, as leis são interpretadas quando necessário e seus integrantes são totalmente neutros com autonomia para tomarem suas decisões. Não se vê membros dessas cortes atrelados nem ao governo central e muito menos a partidos políticos e muito menos a parlamentares. Pois bem, aqui no Brasil é tudo diferente. No Supremo Tribunal Federal (STF) está faltando um ministro na sua composição. Recentemente, em votações polêmicas d caráter político, o resultado foi um empate de 10 a 10. Os casos ficaram em suspenso esperando a indicação do 11º integrante para que ele vote sobre as matérias, tendo o presidente do STF abdicado do direito do tradicional "voto de Minerva". Nossa Constituição estabelece que os integrantes do Supremo são indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, após ser sabatinado;

Embora esteja na Carta Magna, esse sistema não é de todo decente, pois proporciona ao Presidente da República ter, como agora, sete dos onze membros do STF por ele indicados, partindo agora para o oitavo. Não há como, em casos de mera interpretação, os ministros não penderem para o lado que interesse a quem o indicou para compor a Suprema Corte. Hoje, a imprensa divulga que o nome a ser indicado para 11ª vaga é o do ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que conta com o apoio do PMDB, com o aval nada menos que de Renan Calheiros e José Sarney. Os peemedebistas não estão justificando esse apoio pelo saber jurídico de Asfor Rocha, mas sim para que esse apoio se traduza em definição desempatando a ação sobre a Lei da Ficha Limpa, de modo que Jáder Babalho (PMDB-PA) possa vir a exercer seu mandato e outros casos que beneficiem tanto o PMDB como até o PT, partido da Presidente da República eleita, Dilma Rousseff;

Caso isso se confirme, mais uma vez o povo ficará cada vez mais descrente da neutralidade da Justiça no Brasil.

15 de novembro de 2010

Como será o governo de Dilma?

O sociólogo francês Alain Touraine, diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris) acaba de fazer uma análise sobre o que pode acontecer após a posse Dilma Rousseff como Presidente da República. Para ele, existe o perigo de acontecer um retrocesso na Brasil, afirmando: "A verdade é que não sabemos o que será o governo da nova presidente". O conceituado intelectual francês frisou que o Brasil tem um passado marcado pelo populismo, alertando sobre a existência de segmentos do PT que têm tendências para o autoritarismo. Ele ainda elogiou os governos de Fernando Henrique e Lula, destacando que FHC, em seus oito anos, construiu as instituições e que Lula, por sua vez, realizou transformações sociais, tirando dezenas de milhões de brasileiros da miséria e da exclusão. "Graças aos dois, em igual importância, o Brasil tem os elementos básicos para desenvolver um novo tipo de sociedade", enfatizou;

As apreensões de Alain Touraine ficam por conta da incógnita que é Dilma Rousseff. Ele afirma que a presidente eleita é uma invenção de Lula, que não foi autoritário, mas segmentos do PT são chegados a ideias não muito democráticas."A verdade é que não sabemos o que será o governo da nova presidente, porque ela não tem experiência política". O sociólogo francês condena a ideia de Dilma "esquentar a cadeira" presidencial por quatro anos para uma possível volta de Lula, destacando que numa democracia não pode haver presidente interino. E acrescentou: "Neste momento, Dilma é Lula. Ninguém sabe nada sobre ela. Ela pode ter tendências populistas ou fazer um fantástico governo, não sabemos";

Já foi dito aqui que ninguém deve torcer contra Dilma. Bom seria se ela fizesse realmente um excelente governo, pois quem sairia ganhando certamente seria o povo. Como bem salientou o intelectual francês, o Brasil andou para a frente nos últimos dezesseis anos. Seria altamente prejudicial para a sociedade como um todo se vier a acontecer um retrocesso. O que preocupa no momento é a verdadeira quebra de braço que se assiste entre os partidos da atual base aliada de Lula, com todos reivindicando os mesmos ministérios e alguns querendo até mais postos de comando no futuro governo. E o grande perigo está no PMDB, contumaz apoiador dos últimos governos, de qualquer tendência ideológica, numa evidente demonstração de fisiologismo explícito, bem na base do "é dando (apoio parlamentar) e se recebe (ministérios e cargos importantes)". É pagar para ver, torcendo para que Alain Touraine esteja errado em suas análises.

11 de novembro de 2010

Enem: nova prova e um "adeus" para ministro do MEC

Estudantes não sabem o que vai acontecer com o Enem 
O presidente Lula afirmou ontem que qualquer problema ocorrido nas provas do Enem, não invalida os resultados alcançados e que o processo vai continuar. E disse: “O Enem é um exemplo de uma coisa bem-sucedida. Se tem problemas, vamos consertar”. Ele garantiu que a Polícia Federal vai investigar para saber o que ocorreu, ressaltando: “Se for necessário fazer uma prova, faremos; se forem necessárias duas, faremos. Mas o Enem vai continuar a ser fortalecido". As palavras de Lula contradizem o que ele mesmo havia declarado anteriormente, quando enfatizou o Enem tinha sido extraordinário. Pelo que vê hoje na mídia, parece que os planos para que o ministro da Educação, Fernando Haddad, continuasse à frente da pasta no governo de Dilma Rousseff não irá adiante. Tem gente do próprio PT admitindo que o ministro deva até ser exonerado do cargo;

Como Fernando Haddad viajaria para Seul em companhia de Lula e Dilma, certamente os três teriam oportunidade para discutirem a permanência dele no MEC. No entanto, com a ampla repercussão negativa causada pelas falhas gritantes ocorridas na prova do sábado, Haddad foi praticamente retirado da escada ao Aerolula, ficando em Brasília para tentar resolver o problema. Para piorar a situação do titular do MEC, a Justiça Federal no Ceará, além de suspender em todo o País o exame, exigindo a realização de novas provas, impediu que o Inep, órgão responsável pelo exame, sequer divulgasse o gabarito, causando ansiedade e preocupação em milhões de estudantes que ficaram sem saber que rumo tomar para a tentativa de ingresso no ensino superior, uma vez que o Enem passou a ser um super vestibular para preenchimento em mais de 80 universidades;

A mais recente declaração de Lula faz com que se comprove que ele tenha raciocinado melhor e corrigido a estapafúrdia declaração elogiosa que havia feito sobre o Enem. A solução apresentado pelo MEC para que um pequeno grupo de auto-declarados prejudicados com a confusão na provas do sábado  façam somente eles nova prova é considerada pela maioria como absurda, só restando ao ministro Haddad marcar de imediato um novo exame para todos, pelo menos das provas aplicadas no sábado, e em seguida pedir exoneração do cargo, ou então que Lula o exonere, deixando Dilma Rousseff livre para escolher outro ministro que não seja tão enrolado como o atual.

9 de novembro de 2010

Lula diz que prova do Enem foi um sucesso (?!)

 Mais uma vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está no topo do noticiário e também por motivo de falhas gritantes na sua aplicação. No ano passado houve o vazamento das questões, levando o Ministério da Educação (MEC) a anular as provas e marcar outra. Antes das problemáticas provas deste ano, hou ve uma farta distribuição de dados pessoais de candidatos de anos anteriores pela Internet, em mais um vazamento (a coisa por lá anda mais para vazamento, pois parece haver furos por todos arquivos daquele setor do MEC. Desta vez houve um erro na elaboração das provas fazendo com que uma juíza da 7ª Vara Federal do Ceará determinasse a suspensão temporária do Enem. A medida vale para todo o Brasil. A juíza já tem do seu lado o procurador Oscar Costa Filho, do Ministério Pública Federal (MPF), que entrar com ação requerendo a anulação definitiva da prova de sábado;

Ministro Fernando Haddad
Convém destacar que em países mais adiantados que o nosso o ministro da Educação, Fernando Haddad, já teria sido demitido talvez já no ano passado. Nessa segunda falha gritante, já teria caído desde domingo. Se fosse coisa mínima como ele alega que aconteceu, não haveria motivo para suspender a viagem que faria ontem para a África acompanhado o presidente Lula. Teve que ficar no Brasil porque há milhões de estudantes esperando uma solução imediata, pois querem saber se as provas valeram ou se terão que voltar a fazer pelo menos uma nova prova em substituição às de sábado, nas quais ocorreram erros grosseiros de formulação e de impressão. O MEC quer aplicar nova prova apenas para aqueles que reclamarem achando-se prejudicados. Em se tratando de Brasil, não há como não se admitir que vão aparecer alguns espertos que não foram bem nas provas alegando que erraram por causa dos problemas que aconteceram. Além do mais, não podem ser somente alguns milhares a fazerem nova prova. Se houver nova oportunidade, tem que ser para todos os candidatos;

Quando não tinha nada mais a se argumentar, eis que aparece o presidente Lula, lá em Moçambique, declarando que a prova foi um sucesso extraordinário, enfatizando: "Até hoje tem gente que não se conforma com o Enem. Mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem-sucedido". Em outros tempos, alguém diria, em tom de brincadeira que Lula teria revisado as provas e as achado excelentes. Lá em Maputo, Lula afirmou que nem mesmo o problema de inversão do caderno de questões, que atingiu todos os estudantes que participaram do Enem teria afetado a validade do exame. O presidente da República não procurou saber o que pensam os estudante e seus responsáveis nem como está o estado de espírito dos mais de 3 milhões de estudantes que hoje tomarão conhecimento do gabarito das provas, e aqueles que possivelmente tenham sido aprovados, em especial os que tiraram notas elevadas. Parece que não é hora de se ficar defendendo um membro do primeiro escalão do Governo e que por suas vezes mostrou-se incompetente para ali estar;

Para culminar, a presidente eleita já afirmou que a Educação não é uma de suas prioridades, uma vez que o setor já está "bem encaminhado". O que quis ela dizer? Se está encaminhado talvez seja em direção os fundo do poço, pois, afinal, os índices de aprovação dos estudantes no Brasil acabam de ser divulgados de modo retumbantemente negativo, pois estamos no mesmo patamar do Zimbábue. Convém transcrever aqui trechos de carta de uma leitora de 'O Globo' na edição de hoje: "Os erros nas provas do Enem não podem penalizar os estudantes e causar angústias e transtornos também para suas famílias, confiantes na seriedade da instituição. Educação é honestidade, transparência, responsabilidade e justiça".

5 de novembro de 2010

Volta da CPMF é golpe baixo

Quatro dias depois da definição do segundo turno com a eleição de Dilma Rousseff seus 56 milhões de eleitores já tomaram o primeiro susto com as especulações sobre a volta da cobrança da CPMF, o imposto sobre cheques com a possibilidade de aprovação do projeto criando a Contribuição Social para a Saúde (CSS), uma nova roupagem da cobrança daquela contribuição cujo "P" significava Provisória e que se transformou em Permanente, pois foi cobrada durante cerca de dez anos. Lula considerava a extinção da CPMF como a sua maior derrota no Congresso Nacional. Como coube ao partido Democratas (DEM) a liderança pela rejeição, Lula queria que o antigo PFL fosse extirpado da vida política do Brasil. Esqueceu-se o presidente que grande número de parlamentares de sua "base aliada" votaram com o DEM, pressionados pelo alto índice de 85% da população que desejava ver o fim do tributo;

85% da população abomina a CPMF
O maior argumento de Lula é que com o fim da CPMF a União deixaria de arrecadar R$ 40 bilhões que deveriam ser destinados ao setor de Saúde, o que efetivamente não ocorria havia muitos anos. Além do mais, o Governo aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e nos últimos dois anos o Tesouro arrecadou um acréscimo de muito mais que os R$ 40 bilhões. O Brasil continuou a ser o "campeão mundial" de carga tributária, mas o Governo Lula continuou não investindo na Saúde;

Agora, surgiu a conversa de que os governadores estão pleiteando a volta da famigerada contribuição, cuja lei já foi aprovada pelo Senado, faltando a Câmara aprovar ou rejeitar o tributo tão rejeitado pelo opinião pública (que não é apenas Lula, como ele quis dar a entender em certo momento da campanha de Dilma). O Governo tem maioria folgada na atual composição da Câmara, que pode aprovar a criação da tal CSS. Basta apenas que Lula assim o queira. A partir do ano que vem, Dilma disporá de maioria mais ampla, também dependendo dela a aprovação da nova lei. No momento ela deu uma de "João-sem-braço", alegando que a pressão parte dos governadores. É o seu primeiro "eu não sei de nada";

Se Lula ou Dilma ficarem omissos e deixarem o assunto ser mesmo tratado entre governadores e deputados, que certamente aprovarão a criação da CSS, trata-se do primeiro golpe contra os eleitores, dando direito a que os demais 44 milhões deles tenham o direito de clamar contra a nova CPMF. Os demais terão que ficar de bico calado.

4 de novembro de 2010

Torcer contra Dilma é dar tiro no pé

Existem pessoas que colocam o resultado de uma eleição como que represente um caso de vida ou morte. Para esses, não ver eleito o seu candidato é como se o mundo acabasse. Esquecem que faz parte do jogo democrático alguém ganhar uma eleição e outro perder (ou outros). Entretanto, há aqueles que sabem absorver o resultado de uma eleição que lhe seja desfavorável, entendendo que tem que aguardar o noivo pleito para tentar ver vitoriosas as candidaturas que escolheu. Algumas manifestações nos diversos blogs listados neste aqui foram bastante infelizes, pois seus responsáveis parecem não terem entendido o recados das urnas. A verdade é que cerca de 56 milhões escolheram Dilma Rousseff, enquanto José Serra somente conseguiu ser votado por 44 milhões de eleitores. E ainda houver os que se abstiveram, os que votaram em branco e os que anularam seus votos, demonstrando que não queriam ver nem um nem outro eleito;

Mas encontramos algumas manifestações bastante interessantes sobre o resultado de domingo passado. Aciléa Pinto da Cunha, do Rio de Janeiro, escreveu o seguinte na seção de cartas dos leitores em 'O Globo' de hoje: "Sou uma dos 44 milhões que votaram contra a candidata indicada por Lula. Ela venceu, mas não estou de todo infeliz, pois pelo menos não vou ver mais o ex-presidente debochando, ironizando, falseando verdades como um sindicalista, e não com postura de presidente d nossa pátria. Espero que a candidata eleita seja digna do cargo que vai ocupar. Não foi a melhor, mas se venceu temos que torcer para que tenha classe e respeito por nós, brasileiros. E que não seja uma marionete, tenha personalidade e opinião própria, para o bem dela e todos nós". Esta é uma manifestação lúcida  e de elevado nível. Incompreensível é ver em alguns blogs que existam pessoas já torcendo contra, o que não é válido, pois se a presidente eleita falhar, o povo é que vai pagar;

De nada adiantam especulações sobre possíveis ataques à Constituição por parte de Dilma com base na confortável maioria parlamentar de que disporá durante seu Governo. Não dá agora para se falar em possibilidade do Brasil vir a copiar as iniciativas "bolivarianas" de Hugo Chávez que visam a perpetuação dele no poder venezuelano. Aqui no Brasil a banda toca em outro ritmo. Quando petistas assanhados especularam um terceiro mandato para Lula, ele próprio e seus partidários ponderados fizeram a ideia abortar (sem nenhuma restrição de qualquer grupo religioso). Quer queiram ou não Dilma não é Lula, da mesma forma que Serra não era FHC. Essas insinuações eram mero jogo de campanha. Agora, é esperar o andamento do novo Governo. E para que em 2014 a presidente Dilma não tenha condições de se reeleger, não vai ser essa Oposição de agora que vai conseguir. Vão ter que mudar muita coisa e muita gente também.

31 de outubro de 2010

Já é hora do fim do voto obrigatório.

Chegou finalmente o dia da decisão. O povo já está votando para Presidente da República em segundo turno. Todavia, uma aberração está acontecendo. É que dos 135 milhões de eleitores brasileiros, um elevado percentual deles está votando por obrigação e não por estarem no exercício de um "direito constitucional". Mas que "direito" é esse, que é obrigatório? Isso não acontece nos países realmente democráticos. Neles, o voto é voluntário. Vota quem quer. Esse "direito obrigatório" tem que acabar. Isso fica mais evidente com a constatação de que Pelé estava certo quando afirmou que "o brasileiro não sabe votar".  O Rei do Futebol quase foi crucificado por causa disso;

Quanto aos países onde o voto é opcional, o que se observa é que quem quer participar do processo eleitoral a primeira coisa que faz é filiar-se a um partido político com o qual se identifique, cujo programa tenha afinidade com sua ideologia. Então, ele passa a participar da vida partidária, e, por extensão, vota nos candidatos do seu partido. No Brasil, essa coisa de espírito partidário demoraria muitos anos para acontecer, pois muitos deles são apenas siglas de aluguel, tanto de vagas para concorrer nas eleições como para negociar tempo para os partidos maiores utilizarem no horário eleitoral gratuito (?) obrigatório;

Sabemos que será muito difícil nossos parlamentares alterarem uma legislação que lhes interessa que fique como está  Entretanto, cabe a nós iniciarmos uma campanha para que a sociedade de mobilize em busca dessa alteração, nos mesmos moldes do que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa. Já é tempo do povo brasileiro não ser mais tratado como gado, fazendo com que o Brasil deixe de ser um imenso curral eleitoral, onde o cidadão vai para a cabine eleitoral da mesma forma que bois e vacas vão obrigadas para o matadouro, ou seja, sm direito de escolha.

28 de outubro de 2010

FHC mostra a Lula avanços da sua gestão


Segundo notícia publicada nesta sexta-feira no site do Jornal do Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgou carta aberta ao presidente Lula. Na carta, FHC classifica a estratégia do atual chefe do Palácio do Planalto como "petismo-lulista", na qual, segundo ele, Lula esquece dos avanços ocorridos anteriormente ao seu governo, que sustentaram o desenvolvimento que o País viveu nos últimos anos;

A carta apresenta programas e investimentos realizados na gestão de FHC, como a criação do Plano Real e os benefícios que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, entre outros, além de chamar de mentirosa a declaração petista de que o PSDB "não olhou para o social". A carta,  na íntegra, é a seguinte:

"Sem medo do passado"

"O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse "o Estado sou eu". Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote - o governo do PSDB foi "neoliberal" - e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas, Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.

Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.
Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao País. 

Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI - com aval de Lula, diga-se - para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto "neoliberalismo" peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010.

"Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela". (José Eduardo Dutra)

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa "Toda Criança na Escola" trouxe para o ensino fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Fernando Henrique Cardoso"

26 de outubro de 2010

"O presidente sai desta eleição menor do que entrou"

Um fato que vem sendo motivo de muitas críticas é o comportamento do presidente Lula na campanha eleitoral. Como se sabe, nunca antes na história deste país um Presidente da República se atirou de corpo e alma bancando o papel de cabo eleitoral do candidato que fosse seu preferido à própria sucessão. Todos tiveram sua escolha, mas nenhum deles chegou ao ponto de abandonar o cargo e sair de palanque em palanque pedindo votos para seu escolhido e muito menos atacando qualquer adversário. Atualmente o que se vê é exatamente o contrário. Lula, que havia espantando todo mundo quando anunciou que seria presidente no "horário de expediente" mas que iria pedir votos para Dilma, foi mais além. Montou uma agenda de visitas oficiais nos mesmos locais onde haja algo programado para a campanha de sua candidata e acaba viajando pelo País "oficialmente" para depois subir nos palanques;

O comentarista político Merval Pereira escreve hoje em sua coluna no 'O Globo' lembrando que já diz em seu livro "O Lulismo no Poder" que "Lula tem demonstrado que é um político populista, que pensa na próxima eleição, enquanto o estadista pensa nas próximas gerações". As iradas declarações de Lula no episódio da bolinha de papel e do rolo de fita adesiva atirados em José Serra por petistas - dois daqueles que incitavam o grupo têm fotos espalhadas na Internet ao lado de Lula serem íntimos do presidente -, chegando a chamar Serra de farsante, demonstram muito bem o quando ele está engajado na campanha de Dilma, comportando-se como autêntico militante. Comportamento de magistrado, nem pensar!. Já houve as multas por campanha antecipada, ironizadas por Lula, e até a adoção do "horário de expediente" para depois entrar na campanha, agora abandonado para "tempo integral" nos palanques;

Merval Pereira diz ainda: "O próprio Lula, na primeira declaração depois de eleito em 2002, reconheceu em público a atitude 'republicana' do então presidente Fernando Henrique Cardoso durante a campanha presidencial, sem a qual ele poderia não ter sido eleito". Como se recorda, FHC, além de não sair pelo Brasil a fora subindo nos palanques do candidato do PSDB, o mesmo Serra, ainda ofereceu a Lula todo uma infraestrutura para uma tranquila transição, chegando a hospedá-lo na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República. Merval lembra, então: "Ao contrário do seu antecessor, que promoveu um processo de transição presidencial exemplar, o presidente Lula deixou claro desde muito antes do início oficial da campanha presidencial que o único resultado que lhe interessava era a eleição de sua sucessora";

Quando foi deputado federal, Lula não quis tentar a reeleição, alegando que não queria conviver com os "300 picaretas" que existiam, segundo ele, no Congresso Nacional. Agora, para eleger Dilma, muitos dos que ele chamava de "picaretas" estão no apoio a ela, além de outras belas "companhias", como Fernando Collor, Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros, Severino Cavalcanti e outros, daí ter inteira razão o senador eleito Aécio Neves ao declarar como Lula entrará para a história, apesar dos seus altos índices de popularidade.

Obs.: Na edição de hoje (27/10) de 'O Globo', na página 7, está publicado um artigo de Lauro Schuch, intitulado "Presidente ou Cabo Eleitoral?", que tem muito a ver com o tema desta postagem.

22 de outubro de 2010

Lula tem que controlar militantes do PT

O comportamento dos petistas que tumultuaram a caminhada de José Serra no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro, e que está rendendo muito espaço na mídia não deixa de ser preocupante. Não há justificativa para um grupo de militantes de uma candidatura adversária  de modo bastante ostensivo durante um evento de campanha eleitoral. Da mesma forma, não há como não se esperar uma reação por parte de alguns militantes que estejam participando do evento, quando os ânimos ficam exaltados na medida em que o dia da eleição decisiva se aproxima. O que não se espera é que um presidente da República utilize um evento oficial para transformar o momento em palanque e ainda pratique agressão verbal contra a candidata que ele quer ver eleito na sua sucessão;

O discurso de Lula chamando José Serra de mentiroso e tratando o episódio como se fora uma farsa não se justifica, mesmo que fosse um factoide. Pior ainda é que a televisão mostra que o que aconteceu não foi o que Lula achou que era, dizendo que Serra estaria supervalorizando o fato de ter sido atingido por uma simples bolinha de papel. Para ele, não houve o segundo objeto atirado pelos petistas em Serra, mais pesado e que o levou a ser medicado. Positivamente, Lula não está agindo corretamente. Ele não está governando o Brasil, que também não está tendo Câmara e Senado em atividade;

No entanto, o que de pior poderá acontecer é a reação dos militantes petistas caso venham a perder a eleição. Com o chefe maior incentivando não uma vitória eleitoral mas sim uma guerra do "nós contra eles", com certeza vai ser difícil controlar seus seguidores sem eles tiverem que conviver com uma derrota, com milhares deles perdendo os cargos que têm nos diversos órgãos do Governo, totalmente aparelhado partidariamente. Seria o fim das "boquinhas", e aí são se sabe o que aconteceria nas ruas. Ainda é tempo de Lula se comportar como estadista e controlar a turba que o segue antes que o pior possa vir a acontecer.

21 de outubro de 2010

Lula a cada dia é menos presidente e mais militante

Não dá para acreditar, mas parece que Lula surtou de vez na sua ânsia de se manter no Poder através de Dilma Rousseff. Por mais que o episódio ocorrido entre petistas e seguidores de José Serra em Campo Grande, no Rio de Janeiro, tenha sido uma farsa, apesar das imagens mostradas claramente pelas emissoras de TV, não tem justificativa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificar nesta quinta-feira o fato como uma mentira. Em visita ao Rio Grande do Sul, ele comparou o caso com o episódio do ex-goleiro chileno Roberto Rojas há alguns anos num jogo de eliminatórias da Copa do Mundo, que fingiu ter sido atingido por um sinalizador jogado em campo, tentando criar problemas para a Seleção Brasileira, acabando por ser banido do futebol pela Fifa.."Pelo que aconteceu ontem, ontem deveria ser denominado o dia da mentira. Quem não viu, deveria assistir ao vídeo para ver uma mentira mais grave que a do Rojas. A mentira tem perna curta" afirmou Lula, mais uma vez se esquecendo de que é o Presidente da Repúbliuca e não um cabo eleitoral;

O presidente Lula disse que Serra deveria pedir desculpas "pela mentira descarada". E declarou: "Nenhum candidato em primeiro, segundo ou terceiro lugar nas pesquisas tem direito de mentir da forma descarada com que o PSDB mentiu ontem . Esse é o tipo de iniciativa que faz parte de uma campanha de baixo nível". Lula. afirmou ainda que o médico que atendeu Serra, Jacob Kligerman, trabalhou no Inca quando o candidato era ministro da Saúde."A mentira que foi produzida pelo esquema publicitário do José Serra é uma coisa vergonhosa. Passaram o dia inteiro vendendo que esse homem tinha sido agredido. Bateu uma bola de papel na cabeça do Serra e 20 minutos depois ele recebeu um telefonema. Telefonema que deve ser do seu diretor de produção. Depois do telefonema, ele decidiu procurar um médico que foi um diretor do Inca durante a gestão do Serra no Ministério da Saúde e secretário de Saúde do Cesar Maia";

Aí é demais. Embora muitos não aceitem, até se entende que Lula tenha abandonado o Governo para tentar eleger sua sucessora, mas esse comportamento de militante não fará bem à sua biografia