Deputado debochado e desbocado

"Eu estou me lixando para a opinião pública! Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, batem, e nós nos reelegemos mesmo assim". Pode acreditar! Estas palavras foram ditas, sem gaguejar nem vacilar, pelo deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) - o figuraço aí da foto -, relator do processo de cassação do deputado mineiro Edmar Moreira (aquele da super mansão). Ao dizer que seu milionário colega era "boi de piranha", ele não apurou nada, mas deixa bem claro que pretende pedir o arquivamento do processo por quebra do decoro parlamentar por ter utilizado sua verba indenizatória para pagar serviços com sua segurança, feita - será que foi? - por empresas de sua propriedade;

Mostrando que também é um covarde, o distinto relator disse que pedirá declaração do ex-corregedor Inocêncio de Oliveira e ao ex-primeiro secretário Osmar Serraglio para atestarem que o uso da verba para pagar despesas com empresas de propriedade do parlamentar não eram proibidas na época em que foram realizadas. E declara: "Não vou assumir isso sozinho, não!" Pergunta por repórteres se com resposta favorável dos dois ele ficaria bem com a opinião pública, o distinto parlamentar deu aquele debochada resposta;

O Conselho de Ética da Câmara também deu uma de mandar a raposa tomar conta do galinheiro. É que o ilustre relator tem hoje OITO PROCESSOS tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele, sendo que quatro se transformaram em ação de crime de responsabilidade; os outros quatro estão em fase de inquérito. Convém ressaltar que um dos processos apura infrações contra direitos de crianças e adolescentes. E tem mais. Ele e sua mulher são alvo de uma investigação sobre envolvimento com uma casa de prostituição. O processo está em boas mãos;

Indagado sobre a falta de apuração sobre o caso, ele demonstrou ser também desbocado ao afirmar: "As duas peças são consistentes: a de acusação e a de defesa. Mas vocês publicam só uma parte, só para enrabar a gente". Nobre deputado: Esperamos que o eleitorado do Rio Grande do Sul enrabe o senhor nas urnas no ano que vem, mando-o definitivamente para casa.