Após Lula declarar que não existe farra de passagens aéreas na Câmara e que a grita que existe é uma hipocrisia, e ainda que existe exagero da imprensa, alguns deputados se acharam no direito de peitar o Governo e até ameaçar romper o compromisso de formarem a base aliada do Planalto naquela Casa. A razão é pelo fato de que a Infraero, estatal que administra os 67 aeroportos que têm maior movimento no País, resolveu dar fim ao cabide de empregos ali existente, sob o domínio do PMDB;
Na Infraero estão nada menos que cerca de 240 indicados pelo PMDB. O motivo das ameaças é pelo fato de que a estatal resolveu reduzir o número de cargos para 12, contra os 109 cargos comissionados preenchidos por indicação política, bem como funcionários com contratos especiais, além de cargos. Para revoltar mais ainda os peemedebistas, um novo estatuto aprovado pela direção da estatal estabeleceu que das cinco diretorias, quatro serão obrigatoriamente ocupadas por funcionários do quadro de carreira da Infraero;
A revolta dos deputados do PMDB chegou ao ponto de provocar uma reunião de emergência com o presidente Lula, quando ameaçaram dificultar na Câmara a votação de matérias de interesse do Governo - que pela lógica seriam de interesse do País -, além da ameaça também de não apoiarem a candidata de Lula à sua sucessão;
Nos cargos da Infraero estão pessoas ligadas, por exemplo, ao deputado Romero Jucá (PMDB-RR), que é o líder do Governo na Câmara, e ao ex-presidente daquela Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A culpa disso tudo cabe de certa forma ao próprio Governo, que optou por partidarizar sua administração, com o objetivo de garantir sua governabilidade. Com isso, órgãos importantes estão povoados de "companheiros" e aliados, mas que nada entendem do riscado dos seus locais de ação;
Aí está mais uma prova de que, com farra ou sem farra aérea, o que prevalece entre a grande maioria dos parlamentares é seus interesses e os de seus apadrinhados e que o Brasil está para servi-los e não que a Nação seja servida por eles, que foram eleitos para isso. Continuamos achado que devemos mudar nosso jeito de votar. Está na hora de mandar muita gente de volta para casa, usando passagem área paga pelo povo pela última vez.
Totalmente válido tal exposição de assunto, mas confesso que dá uma gastura extremamente cansativa tocar tanto de roda neste ponto, por outro lado, acho válido informar, e aguardo que não sejamos vencido por cansaço, mas que possamos num feliz instante tão aguardado, aguçar alguma atitude ...
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