-

31 de julho de 2013

O país das multidões

Mais uma vez estamos transcrevendo algo escrito por outra pessoa que diz em seu texto o que gostaríamos de dizer também. É o que acontece com o jornalista Elio Gaspari em artigo publicado com o título acima hoje em ‘O Globo’ e também no site da ’Folha de São Paulo’: 

Em apenas dois meses, pode-se estimar que pelo menos cinco milhões de brasileiros tenham ido às ruas. A maior parte deles, festejando a fé com o papa Francisco. Outros, reclamando nas passeatas que tomaram as avenidas em quase todos os Estados.

Exatamente nesses dois meses, os poderosos do país mostraram que não estão entendendo nada, ou não querem entender.

Aconteceram, ou tornaram-se públicas, as seguintes gracinhas, todas amparadas pela lei. Mesmo nos casos em que o ronco da rua provocou recuos, eles foram apresentados como atos voluntários. Esse é um Brasil que faz tudo de acordo com as normas, suas normas.

Começando pelos tribunais, que vivem um doce momento, embalados pelo julgamento do mensalão: O Tribunal de Contas da União decidiu que 4,9 mil magistrados têm direito a receber auxílios-alimentação retroativos a 2011. Uma conta de R$ 312 milhões. Um de seus ministros, Raimundo Carneiro, mostrou ao país que sua idade, como a Terra de Galileu, eppur si muove. Para se aposentar como servidor do Senado, nasceu em 1946. Para permanecer no tribunal, veio ao mundo em 1948. Exercitando um direito de todos os procuradores, o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, recebeu R$ 580 mil referentes a bônus-moradia e licenças não gozadas. Comprou um apartamento em Miami, avaliado em US$ 480 mil, "modesto", nas suas palavras, e considera "violação brutal da minha privacidade" a divulgação dessa informação. O ministro tem um apartamento funcional em Brasília mas, justificando suas viagens ao Rio, informou que faz isso "regularmente há mais de dez anos", como outros magistrados. Com a Viúva pagando.

Passando-se ao Executivo, o custo da maquiagem da doutora Dilma em suas aparições em cadeia nacional de TV passou de R$ 400 para R$ 3.181 em menos de três anos.

Alguns de seus ministros rompem o teto salarial do serviço público (R$ 28.059) com as bolsas-conselho. Guido Mantega, por exemplo, fatura R$ 43.202 mensais. Tudo dentro da lei.

No Congresso, os doutores Henrique Alves e Renan Calheiros voaram pela JetFAB. Um foi para o Rio e o outro para um casamento. Diante do ronco, indenizaram a Viúva.

Saindo-se do Brasil do andar de cima, no de baixo, chega-se à escola Cândido de Assis Queiroga. Ela fica no município de Paulista, no sertão paraibano, onde vivem 11 mil pessoas. Seu Índice de Desenvolvimento Humano no indicador de educação (0,461) está abaixo da média nacional (0,637). Lá, Jonilda Alves Ferreira, de 44 anos, formada em economia, leciona matemática por R$ 1,5 mil mensais. Ela ensina frações fazendo "vaquinhas" e levando alunos a pizzarias. Qualquer pessoa que vê uma pizza entende o que são frações ordinárias, mas quem provar que se pode nascer em 1946 (para ganhar aposentadoria) e em 1948 (para continuar num cargo) certamente revolucionará a as ciências.

A escola da professora Jonilda conseguiu cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze na última Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Sozinha, acumulou mais prêmios que muitos Estados.

A repórter Sabine Righetti perguntou à professora se a escola tem laboratório de informática. Tem, pago, porém parado: "Estamos esperando o técnico para usar os computadores."

29 de julho de 2013

Dilma confessa que Lula é mesmo 'presidente-adjunto' e ela é um 'poste'

Dilma Rousseff não pecou pela incoerência, segundo a oposição, ao afirmar que "o ex-presidente Lula "não vai voltar porque ele não saiu", em entrevista publicada na edição deste domingo da 'Folha de São Paulo'. Segundo a 'Folha', o presidente do PPS, Roberto Freire, diz com, com a declaração, a petista apenas reconhece sua nulidade. "O pior de tudo é se ver diante de uma presidente que se autodefine como marionete", disse Roberto Freire. Já para o presidente do DEM, José Agripino Maia, o recado da presidente foi  muito claro: "Os erros que estão levando às manifestações nas ruas não são só dela, são dos dois governos do PT". Por sua vez, o ex-vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), também dá razão a Dilma: "Lula nunca saiu, e Dilma nunca entrou", afirmando que com essa fala Dilma se declara como sendo um pequeno joguete, enquanto seu governo seria 'uma continuidade de todas as estripulias do antecessor Lula';

Pelo visto, Dilma Rousseff está numa autêntica 'saia justa', pois na realidade está numa autêntica encruzilhada, pois uma retirada dela da busca pela reeleição por causa dos seus baixos índices de aprovação de seu governo será facilmente explorada como confissão de um tremendo erro de Lula ao indicá-la como a grande gerente do seu governo, como ele passou os dois últimos anos de se segundo propagando ao eleitorado para tentar elegê-la, o que afinal conseguiu. No entanto, se Dilma recuperar até o início do ano que vem a boa imagem que tinha, será a vez de se questionar a razão de não concorrer à reeleição para dar continuidade à sua boa administração (se for o caso). 
Isso poderia ser interpretado como uma grande mentira diante de tantas declarações de que na existe um 'Volata Lula' em andamento, como agora se propala;

Em meio a tudo isso, cabe a Dilma e a seus ministros sair em campo e cuidar de devolver ao povo em obras e serviços os elevados impostos que paga diariamente. E tem mais, pelas palavras do papa Francisco é muito provável que a qualquer momento os jovens saiam às ruas para mais uma vez cobrar tudo isso ao Governo e aos políticos em geral. Tudo indica que isso possa ocorrer a qualquer momento.

26 de julho de 2013

Papa Francisco incentiva os jovens a reclamar contra a corrupção

“Não fiquem desiludidos com a corrupção daqueles que em vez de buscar o bem comum, procuram seu próprio benefício, pois a realidade pode mudar, o homem pode mudar”. Esta frase do papa Francisco, dita diretamente aos jovens, pode ser interpretada como um incentivo para que eles – os brasileiros em particular – saiam às ruas para se manifestarem contra as mazelas praticadas pelos governantes que misturam corrupção com a falta de obras e serviços que deveriam ser entregue s à população em troca dos altos impostos que são pagos. O papa chamou ainda a atenção dos jovens para que nunca desanimem e não percam a confiança contra a corrupção, alertando para o fato de que eles possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes de se desiludirem com notícias de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício;

O recado parece bem claro e não será surpresa se depois da volta do papa Francisco ao Vaticano as manifestações explodam outra vez no Brasil. Outra declaração dele é também bastante emblemática: “A política é muito suja, mas pergunto: por que é assim? Por que os cristãos não fazem política com o espírito evangélico? É fácil dizer que a culpa é do outro, mas o que eu faço? É um dever de um cristão trabalhar pelo bem comum”. A história de dizer que o outro é culpado é bastante evidente. Os petistas estão no Governo há dez anos e quando recebem críticas sobre as mazelas na Saúde, Educação e Segurança ainda falam em ‘herança maldita’ de Fernando Henrique. Como assim? Não foi para corrigi-las que pediram e receberam votação para isso. Por que ainda está tudo como antes? Nessa o papa Francisco acertou no alvo;

Diante desse fato, é bom que os governantes ponham suas barbas de molho, porque é a cada dia ficando muito claro que as manifestações continuarão até com mais força que as de junho. Mas a mais forte manifestação está programada para o dia 5 de outro de 2014, uma vez que se antecipa uma forte reação contra os atuais ocupantes de cargos eletivos (com algumas exceções, é claro), esperando-se um elevado índice de renovação no quadro político nacional. Ainda há tempo para a correção de rumo de alguns, mas é melhor se preparem para fragorosas derrotas nas urnas no ano que vem.

25 de julho de 2013

Dilma continua demonstrando que 'não está muito bem da bola'

Mais uma vez a presidente Dilma demonstra estar totalmente desorientada com as bruscas quedas de seus índices de intenção de voto e nos de avaliação de seu governo. Só assim pode-se justificar que ela em seminário no qual o PT celebrava dez anos à frente do governo federal ela tenha dito ontem, em Salvador ter certeza de que mais dez anos virão. Dilma foi capaz de dizer: "O que nós fizemos é apenas o começo. Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais. Isso é o que nos diferencia. Por isso podemos ter certeza de que dez anos virão. Mais dez anos de transformação são possíveis", isso ao lado do antecessor, o ex-presidente Lula. Ela ainda fez cobrança velada ao Congresso pelo atraso do que ela chama de tão falada, debatida e adiada reforma política, o que seria, segundo Dilma, uma forma de atender às manifestações populares de junho;

"Só o presidente Lula mandou por duas vezes a proposta para o Congresso", afirmou Dilma, aproveitando para dar um recado aos parlamentares, mesmo que a maioria deles já acenou para a impossibilidade de a proposta valer nas eleições do ano que vem. Dilma insistiu em sua proposta de consulta popular, por meio de um plebiscito. Para ela: “É a resposta mais evidente que podemos dar às manifestações". Apesar das tentativas, o governo enfrenta resistência até mesmo em sua base de sustentação. Para reforçar sua tese, Dilma destacou: "Quero que o povo balize que tipo de reforma política precisa ter. E nós sabemos que o PT tem o dever de liderar esse processo". Reforçando a fala da presidente, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que, se não for possível conseguir a plebiscito por meio do Congresso, o PT conseguirá viabilizá-la nas ruas;

Não se sabe como PT vai viabilizar esse ‘nas ruas’, pois em sua última convocação e que se viu um retumbante fracasso de comparecimento dos petistas às ruas, apesar do forte apoio das centrais sindicais comandadas pelo PT ou por partidos da ‘base aliada’, mesmo com material para visual e até ‘ajuda de custo’ de até R$ 70,00 para os ‘voluntários’ carregar bandeiras e faixas. O melhor que Dilma pode fazer para retornar aos seus índices de popularidade é atender às reivindicações gritadas nas ruas, entre as quais nenhum cartaz ou palavra de ordem falava em reforma política. O caminho a tomar é outro, a não ser que a presidente passe a tomar uma bateria de remédios que a façam ‘cair na real’.

23 de julho de 2013

Duas 'mancadas' de Dilma: Segurança do papa e discurso de campanha

Se a presidente Dilma anda preocupada com seus índices de aceitação do governo e de intenção de voto, além dele algumas pessoas estão colaborando firmemente para que os resultados das pesquisas dos institutos DafaFolha e Ibope tragam tantas notícias ruins para ela. São mais adversárias do que Marina Silva, Aécio Neves, Eduardo Campos e outros prováveis candidatos à sua sucessão. E o maior problema está no fato de são pessoas muito próximas a ela, atuando até nos gabinetes próximos aos seus no Palácio do Planalto. A cada mancada do Governo, com Dilma à frente, os índices despencam e acabam de vez com a tranquilidade com que ela fluía em direção a uma tranquila reeleição no ano que vem;
Tudo começou quando o povo saiu às ruas em junho, no rastro das manifestações contra os famosos 20 centavos nas tarifas de ônibus de São Paulo e do Rio de Janeiro, e as reivindicações mais variadas possíveis focavam em especial a falta de serviços de responsabilidade dos governos das três esferas e mais ainda contra o comportamento nada republicano dos políticos em geral. O ponto de partida da derrocada de Dilma começou com quem lhe sugeriu a realização de um plebiscito para o povo opinar sobre uma reforma política de interesse principalmente do Governo e do PT, algo que ninguém havia reivindicado nas manifestações;
Os fatos negativos mais recentes aconteceram nesta segunda-feira, na chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro para participar de Jornada Mundial da Juventude. Numa falha das mais gritantes fizeram com que o papa fosse obrigado a conhecer um corriqueiro engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, quando o carro que conduzia o pontífice ficou espremido entre uma multidão de fiéis e uma fila de ônibus, algo muito normal nas tardes cariocas, fato que ganhou destaque e críticas até da imprensa internacional. Discute-se até hoje de quem é a responsabilidade, se federal estadual ou municipal, mas o fato é que a vida do papa Francisco correu risco, pois algum fanático poderia praticar algum ato violento, sabe-se lá o porquê. Seja como for, toda segurança de um chefe de Estado que nos visite fica por conta de órgãos subordinados ao Ministério da Justiça. Não adianta alegar que foram autoridades do Vaticano que mudaram o roteiro por conta própria;
Já tivemos a Fifa mudando regras legais na Copa das Confederações com as autoridades brasileiras se 'agachando' para as ordens de Joseph Blatter com suas exigências de 'Padrão Fifa'. Aliás, esperamos ver como será no ano que vem durante a Copa do Mundo, uma vez que esse cidadão já declarou que não quer saber de manifestações populares nas proximidades dos estádios durante a competição. Só faltava isso! No final das contas, o ministro José Eduardo Cardozo tem que dar satisfações concretas, ou então a presidente Dilma tem que afastá-lo do cargo, por total incompetência pela possibilidade que existiu – e é provável que ainda existam, face à forma humilde de Francisco, querendo contato com o povo – de o Brasil entrar no noticiário diante de uma tragédia que fora evitada;
Outro 'inimigo íntimo' de Dilma é que escreve seus discursos, em especial o que ela leu (com alguns vacilos) na recepção ao papa Francisco, quando ela fez um discurso totalmente político, elogiando os dez anos de administração petista, repetindo algo já dito pelo ex-presidente Lula, ignorando o fato de que o povo está reclamando exatamente contra a falta de medidas do Governo na utilização dos recursos de que dispõe provenientes dos mais altos impostos do mundo que lhe são tomados. Alguém mandou Dilma aproveitar a audiência mundial e em especial a nacional para fazer campanha eleitoral procurando 'ficar melhor na foto', na qual sua imagem anda bastante desfocada;
Em contrapartida, o papa Francisco fez um discurso de apenas 15 minutos – a fala de Dilma durou exatamente o dobro do tempo –, focado apenas em termos religiosos, ofuscando aquela imagem de um Vaticano muito rico, ocasião em que destacou: "Não tenho nem prata, mas trago o que de mais precioso que me foi dado: Jesus Cristo". Só nesta frase já há motivo demais para quem escreve os discursos de Dilma ser também afastado da função. De outra forma, é melhor Dilma prestar mais atenção nos que a cercam, ainda mais agora que os petistas brigam entre si e os aliados começam a querer deixar o barco do Governo, acabando de vez com o projeto de eternização no poder de Lula e do PT.

21 de julho de 2013

Você quer mesmo um Brasil melhor?

Mais uma vez transcrevemos artigo da jornalista Ruth de Aquino com o título acima, publicado na edição desta semana da revista semanal 'Época'. Trata-se, como poderá se ver, de assunto muito bem abordado e que traz excelente ideia sobre a possibilidade da implantação do serviço obrigatório civil, para jovens de ambos os sexos, numa autêntica Jornada Nacional da Juventude, mostrando para os jovens de todos os níveis sociais a realidade brasileira através dos serviços que prestariam junto a comunidades carentes, transmitindo os conhecimentos que já tenham obtido nos seus estudos. Vale a pena ler:
Então faça por onde – em vez de sair mascarado, quebrando e saqueando. A violência é pouco eficaz. O crime é contraproducente se o objetivo for aperfeiçoar uma democracia. Vivemos um momento histórico, inspirado por revoltas populares na Tunísia, Espanha ou nos Estados Unidos. É hora de aproveitar para o bem a energia de jovens brasileiros idealistas, que rejeitam os vícios da política tradicional e corrupta. Sejam sujeitos e não objetos. Em vez de só cobrar – e virar massa de manobra –, que tal exercer seriamente o civismo e a cidadania?

É uma vergonha o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. Ocupamos o 85o lugar no ranking mundial, atrás de Bósnia e Azerbaijão. Faltam médicos e professores em todo o país, não apenas nos confins do Brasil. É um absurdo querer aumentar, por lei, o número de anos de estudo de medicina. Ou exilar residentes em lugares sem condições de trabalho. A atitude desesperada do governo Dilma só expõe a metástase da Saúde. Não há ambulâncias, equipamentos ou médicos suficientes em lugar nenhum no Brasil, e isso inclui Rio de Janeiro e São Paulo.

Relanço então uma ideia que defendi há três anos em ÉPOCA: instituir o serviço civil obrigatório, que substituiria o alistamento no Exército para quem completa 18 anos. O serviço militar, com mais de um século, é um anacronismo num país sem guerra. É sexista, por contemplar apenas homens. Em vez dele, rapazes e moças dedicariam um ano de sua vida para servir à comunidade. Em meio expediente, para não atrapalhar os estudos. Funcionaria como um estágio e poderia ser pago pelo Estado com um salário mínimo. Os filhos da classe média e da elite aprenderiam mais sobre o Brasil real se fossem convocados a ensinar a crianças e adolescentes carentes português, matemática, inglês, história, informática. Design ou balé. Capoeira ou música. Gastronomia ou fotografia.

O serviço civil obrigatório seria uma oportunidade de integração, educação, disciplina. Não existe, em nosso país partido, nenhuma estratégia de entendimento real entre as classes. Não se treinam o ouvido nem a compaixão. Jovens deveriam consagrar um tempo ao bem público. Para criar bases e valores. Desperdiçamos um exército de jovens inteligentes e criativos. Há os que sonham em sair do Brasil sem chegar a entender o país em que nasceram. Nem aprendem a dar bom-dia ou a agradecer por um serviço prestado.

Na Suíça ou na Alemanha, é possível escolher o serviço civil em vez do militar. No Brasil, a Constituição de 1988 também contempla a objeção de consciência, que isenta o cidadão do serviço militar se contrariar suas crenças filosóficas, religiosas ou políticas. Mas não existe um serviço alternativo formalizado. Várias escolas estimulam a consciência social, mas iniciativas isoladas não bastam. Deveríamos preparar jovens para servir a pátria como cidadãos.

Para quem tem filosofia pacifista como eu, o serviço militar é uma agressão. A alternativa não passa pela violência. Ser empreendedor, ser voluntário, ir para a política são, todas elas, formas mais eficazes de mudança. Um estudante de Direito poderia, no primeiro ano da faculdade, dedicar seis horas diárias a atender pequenas causas em favela. Um estudante de contabilidade montaria pequenos negócios para famílias pobres e empreendedoras. Um estudante de letras incentivaria adolescentes a ler e escrever contos ou poesias. Outro ensinaria a ser inventivo no computador, a tocar piano ou a falar inglês. São tantos dons aprendidos na universidade, financiados pelos pais ou com nossos impostos. Por que não retribuir?

Isso nada tem a ver com filantropia ou caridade. “O serviço civil alternativo seria um rito de passagem do jovem para a idade adulta”, diz o empreendedor social Rodrigo Baggio, fundador do Comitê para Democratização da Informática. Baggio encara o serviço civil como “um aprendizado cívico, uma experiência que ajuda o jovem a escolher sua própria profissão e seu futuro”. “Valoriza o currículo”, diz ele. “O jovem que já foi voluntário é hoje mais solicitado no mercado.” O serviço civil ainda gera um pacto social mais eficaz. Deveria, segundo Baggio, haver uma parceria entre governo, sociedade civil, ONGs e empresas, com o apoio do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Uma comissão destinaria o jovem a certo trabalho, a partir de uma capacitação básica em direitos humanos, cidadania e empreendedorismo.

O serviço militar prepara para a guerra. E se preparássemos os jovens para a paz? Há no Brasil 31 milhões de jovens de 18 a 26 anos, segundo o IBGE. Pouquíssimos se alistam nas Forças Armadas. Dá para entender também o desinteresse pelo voto e pela política partidária. Torço por uma mudança de fundo, sem confete e sem violência. Uma Jornada Nacional da Juventude. Que se engaje de verdade, sem ódio e sem sangue nos olhos, num futuro melhor para este Brasil desigual, ineficiente e entregue a políticos sem o menor apreço pelo interesse público.

20 de julho de 2013

Se houver manifestação anti-Cabral 2ª feira, que ele não culpe o papa

O governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, continua mudando suas análises sobre a origem das manifestações contra ele, que são realizados em duas frentes, próximo à sua residência, no bairro carioca do Leblon, e nas imediações do Palácio Guanabara, nas Laranjeiras. Numa primeira análise, Cabral atribuiu às oposições ao seu governo a orquestração das manifestações. Agora, ele alega que são forças estrangeiras com objetivos sabe-se lá quais seriam. Na verdade, o governador fluminense anda decepcionado e até mesmo perturbado com as recentes pesquisas de intenção de voto de seu candidato à sua sucessão, o vice-governador Pezão, que não consegue decolar e vê outros nomes bem à sua frente. Por outro lado, também despencaram vertiginosamente os índices de aprovação de sua administração. Para quem foi eleito em 2006 com 68% dos votos na primeira eleição, e depois reeleito em 2010 com 66% de aprovação pelo eleitorado do Estado, Cabral tem fartos motivos para não estar dizendo coisa com coisa;
Não sabemos o que está programado contra Sergio Cabral neste fim de semana e quem ele culpará se houver alguma outra manifestação contra seu governo. Já para segunda-feira ele pode ir preparando seu discurso e convocar mais uma entrevista coletiva. Cabral talvez possa mandar a fatura para o Vaticano. É que o papa Francisco resolveu de última hora 'dar um rolé' pelo centro do Rio de Janeiro logo que chegar ao Brasil. Como o passeio imprevisto será a partir das 16 horas e por conta das interdições prévias que acontecerão ao longo do dia, é mais do que lógico que o Rio vai viver um dia de caos em termos de locomoção, tanto de automóveis como dos transportes coletivos. Alguma revolta pode ocorrer e certamente muita gente vai por a culpa no governador e seu amigo prefeito Eduardo Paes;
Se houver algum vandalismo e as polícias de Cabral não conseguirem provar a eficiência decantada pelo governador, ao ponto de dispensar a ajuda federal oferecida pela presidente Dilma, convém não só os católicos rezarem, mas todos os adeptos de outras religiões começarem a elevar suas preces aos seus deuses, porque 'o bicho pode pegar'.

19 de julho de 2013

Polícias de Cabral não conseguem distinguir manifestantes de vândalos?

As cenas de vandalismo nas proximidades da residência do governador Sergio Cabral, protagonizadas por homens mascarados que depredaram propriedades públicas e privadas, além de praticarem saques em estabelecimentos comerciais trazem à cena a inoperância das polícias do Rio de Janeiro na repressão àquele tipo de manifestação, que não passaram de assaltos praticados com selvageria e sem nenhum objetivo de reclamar contra o que quer que seja. As mesmas polícias que foram tão ferozes para atirar com balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio em manifestantes pacíficos foi totalmente omissa no combate às cenas violentas amplamente divulgadas pela mídia. Parece que os órgãos do governo de Sergio Cabral determinaram uma espécie de de pirraça por causa críticas recebidas pela forma de agir dos policiais fluminenses contra pacíficos manifestantes. Só pode ter sido isso. Se não, não há explicação para a inércia das polícias ante os atos de vandalismo praticados por vândalos mascarados, segundo alguns vinculados a milícias e até a tráfico de drogas;
Sergio Cabral parece estar tonto diante de tanto tiroteio contra ele, especialmente depois das denúncias sobre seus voos de helicóptero com distância de dez quilômetros de casa para o Palácio Guanabara, sem se falar nas viagens semanais para Mangaratiba, em grande caravana, levando parentes e empregados, e até o cachorrinho Juquinha (não ficou claro se existe uma aeronave somente para o cãozinho, pois a frota de Cabral dispõe de nada menos que sete helicópteros). Por causa disso tudo, o governador tem até falado besteira, como atribuir as manifestações contra ele à oposição ao seu governo, dando a entender que os movimentos seriam orquestrados pelo ex-governador e deputado federal Garotinho, muito bem situado nas pesquisas de intenção de voto para governador no pleito de 2014, ao contrário de seu candidato Pezão, que por sinal está mostrando ser um nome bastante pesado, não havendo, portanto, necessidade de nenhuma ação de qualquer adversário, no momento, para derrotá-lo. E tudo indica que Sergio Cabral seja o principal 'adversário' de seu vice-governador na corrida sucessória;
É muito melhor que o secretário de Segurança, Mariano Beltrame, ache uma solução de imediato, porque está chegando a data do início da Jornada Mundial da Juventude, com a presença do papa Francisco, quando certamente diversas manifestações vão acontecer. Haverá naquela ocasião a presença de um chefe de estado que também é um líder religioso, e com as atenções do mundo todo voltadas para o Brasil, e preciso que Cabral e sua equipe planeje o quanto antes a repressão aos vândalos. Se a coisa degringolar, a imagem do Rio de Janeiro - a do Brasil também - vai ficar muito ruim pelo mundo a fora, com reflexos negativos na Copa do Mundo do ano que vem e também nos Jogos Olímpicos de 2016. Portanto, é bom que se lembrem que é hora de partir para cima dos vândalos, colocando-os nos seus devidos lugares, ou seja, atrás das grades.

18 de julho de 2013

Dilma, Cabral e Paes podem esperar, o povo vai se manifestar

Não é sem razão que os governos federal estadual e municipal estão acionando os órgãos de inteligência e segurança, preocupados com a possibilidade de explosão de manifestações nas ruas por ocasião da visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro nos próximos dias durante a realização da Jornada Mundial da Juventude. Será que as autoridades acham que o povo não vai aproveitar a oportunidade para voltar a fazer cobranças de ações mais efetivas dos governantes e dos políticos, uma vez que muitos deles estão achando que o povo se recolheu depois do término da Copa das Confederações, enebriado com a conquista do título pela Seleção Brasileira e principalmente por haver ganho da poderosa Seleção da Espanha;
A presidente Dilma, o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes e os políticos em geral podem ter certeza de que, com ou tumulto, como se espera, o povo vai aproveitar a oportunidade para voltar a cobrar por mais seriedade no trato com a coisa pública e por melhorias nos serviços de Saúde, Segurança e Educação, em especial, e por menos corrupção, principalmente por parte dos parlamentares, legais representantes do povo (será?), que mais se preocupam com mordomias e ganhos em negócios não muito 'republicanos', como as propinas recebidas através de superfaturamento de obras com recursos provenientes dos altíssimos impostos pagos pelo contribuinte/eleitor;
Em junho, as manifestações que surgiram do nada no rastro das reclamações contra os R$ 0,20 acrescidos nos preços das tarifas de ônibus tiveram ampla visibilidade por causa das atenções que estavam voltadas para o Brasil por força do interesse que a Copa das Confederações despertava entre os aficionados pelo futebol em grande número de países. Agora, a 'plateia' é bem maior. Os católicos de todo o mundo estará olhando para o Brasil enquanto o papa Francisco estiver por aqui, porque além da liderança que exerce sobre sua igreja, ele tem a simpatia de gente de outras religiões, a partir de sua simpatia, simplicidade e carisma.e por v[arias demonstrações de bom entendimento com fieis de outras crenças;
Sendo assim, é bom que as autoridades se programem para evitar distúrbios nos locais onde o papa estará participando da Jornada, mas que também tomem enérgicas providências para deter os vândalos, que nada reivindicam mas sim praticam atos de bandidagem que merecem o tratamento que deve ser dados a marginais violentos e assaltantes, ou seja, cadeia neles.

15 de julho de 2013

O povo continua mobilizado na internet e pode sair às ruas outras vezes

Não restam dúvidas sobre a forma como alguns governantes enxergam o que está acontecendo no País depois das manifestações que tomaram as ruas do Brasil em junho. Muitos deles acham que 'foi um rio que passou na minha vida' (deles), e que todos voltaram para casa e que podem continuar praticando seus malfeitos costumeiros. Outros, como a presidente Dilma, que sofreu o maior desgaste configurado através da violenta queda de índices de aprovação de seu governo, com percentuais abaixo da metade de poucos meses antes das manifestações, daí ficar fazendo aparições e lançando programas que como outros não serão levados adiante, tudo com objetivo de levantar seu cacife eleitoral em busca da reeleição no ano que vem;
Quanto ao Congresso, com suas Casas Legislativas presididas por dois parlamentares 'fichas-sujas', parece estar sendo empurrado para 'pegar no tranco', com isso passando a votar e aprovar matérias há muito tempo engavetadas, até porque Dilma Rousseff quando se viu despencando tentou jogar a 'batata quente' nas mãos de deputados e senadores com aquela proposta de constituinte e plebiscito, devidamente engavetadas por serem, entre outras coisas, inconstitucionais, intempestivas e sem sentido;
Acontece que o povo voltou para casa depois da Copa das Confederações, como se a única motivação para as passeatas tivessem sido as obras superfaturadas na construção e/ou reforma dos seis estádios nas cidades que foram sedes da competição. Puro engano. O povo continua mobilizado mesmo em casa, no trabalho e até no lazer. Milhões de brasileiros que querem mudanças principalmente no comportamento dos políticos. A qualquer sinal de novos deslizes, as redes sociais serão utilizadas na convocação para novas manifestações. Isso certamente a presidente Dilma, o ex-presidente Lula, o PT e seus aliados não querem que aconteça. As manifestações trazem fortes dores de cabeça ao pessoal do Palácio do Planalto, pois é lá que estão os 'patrocinadores' de muita coisa que o povo reclama;
Deve ser grande a angústia entre os governistas em relação ao que pode acontecer no ano que vem durante a Copa de 2014. Se houve o que houve na Copa das Confederações, tendo como mote os gastos com seis estádios, no ano que vem a carga é dobrada. Serão agora 12 sedes com mais estádios superfaturados, ou seja, um aumento de 100% nos motivos principais de reclamação nas ruas, que certamente acontecerão, e com bastante razão. Afinal, vai se comprovar que mais dinheiro público foi utilizado em obras que deixarão alguns mais ricos do que já são. E tem algo pior para Dilma e sua turma;
Três meses depois daquelas manifestações que por certo acontecerão haverá eleição e se a queda dos índices de aprovação do governo Dilma, acompanhados de baixos percentuais de intenção de voto em relação ao seu nome, isso com candidaturas adversárias já definidas, é de se admitir que hoje estão os governistas 'correndo da sala para a cozinha', como se dizia antigamente, isso desde já, porque estão vendo que as 'boquinhas' poderão estar se dirigindo para outras mãos. Ainda tem tempo para reverter, mas o povo espera ações em seu benefício, pois afinal pagam um dos maiores impostos do mundo e querem vê-los voltando em forma de benefícios, algo que hoje acontece muito pouco.

13 de julho de 2013

Sergio Cabral 'endoideceu' de vez e diz que vândalos são da oposição

Informações publicadas hoje no jornal 'O Estado de S.Paulo', dão conta de que o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), atribuiu a opositores políticos o início do confronto entre manifestantes e policiais militares do Batalhão de Choque nas imediações do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, na noite de quinta-feira passada, após as manifestações do Dia Nacional de Lutas.Cabral afirmou: “Qualquer ação de vandalismo não deve ser tida como fato normal. Não é assim que se faz oposição. Não é atacando as pessoas e o palácio que se faz oposição..Essa oposição que veio para cá não respeita o jogo democrático, não respeita o debate, não respeita o diálogo”:
Sobre a violência da PM, cujas bombas de gás atingiram moradores e até o setor de emergência da Casa de Saúde Pinheiro Machado, onde manifestantes se refugiaram, Cabral limitou-se a dizer: “Qualquer excesso, seja da polícia ou desses que vêm para cá atacar, deve       ser repudiado”Acontece que a PM usou ainda um caminhão-pipa com jatos de água e o blindado conhecido como Caveirão para dispersar manifestantes. O comando da PM afirmou que um grupo infiltrado entre os manifestantes arremessou um coquetel molotov em direção ao palácio e morteiros foram arremessados contra a tropa, que reagiu, informando também que.um policial foi ferido na cabeça por uma pedrada e um manifestante sofreu traumatismo craniano ao ser atingido por uma bala de borracha. Essa teria sido a razão para a polícia de Cabral ter usado tanta violência, ao ponto de a polícia ser recriminada por entidades internacionais de defesa dos direito humanos:
O  secretário de Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, não quis comentar a ação da PM naquela ocasião, e disse: “Prefiro não avaliar a ação. Não tenho de pressupor nada. Nosso papel é cobrar apuração. Havendo excessos, que possam ser identificados”. Por sua vez,m o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, que estava no local, afirmou: “O vandalismo de alguns não pode ter como resposta o vandalismo policial. A PM pareceu atuar mais uma vez movida apenas pelo desejo de reprimir os manifestantes com uso absolutamente abusivo e desproporcional da força”, cobrando do governador e do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que interrompam o ciclo de violência. “O comando precisa enviar uma clara mensagem de contenção para a tropa”, disse Roque, concluindo:.“O que vimos foi a polícia perseguir manifestantes pelas ruas, encurralando grupos de pessoas que se afastavam dos protestos.A depredação de patrimônio é lamentável, mas não justifica a resposta desproporcional e generalizada da polícia”;
Vê-se, então que Sergio Cabral está desesperado com a perda de popularidade e que seu candidato a governador em 2014 não consegue decolar, ao contrário, apresenta baixos índices de intenção de votos nas últimas pesquisas divulgadas. No entanto, é bom ressaltar que essa acusação à oposição é um reflexo de seu desespero diante desses número, ainda mais que sua própria polícia chegou à conclusão de que os atos de vandalismo são praticados por elementos ligados às milícias e aos traficantes de drogas, que não são candidatos à sua sucessão.

11 de julho de 2013

Contratar médicos não é tudo. O povo quer ver o Governo governando

Esse é o interessante texto de Arnaldo Rozencwaig, do Rio de Janeiro, publicado hoje na seção de cartas dos leitores de 'O Globo': "A presidente Dilma vai contratar, digamos, seis mil médicos para salvar a nossa saúde. Sei que nossa líder é um tanto refratária a palpites, mas aí vão alguns: contratar seis mil engenheiros para zerar nosso déficit habitacional, seis mil motoristas para desafogar nosso transporte, seis mil professores para todo mundo ser doutor e seis mil economistas para levantar o PIB e derrubar a inflação. Se faltar dinheiro para tanto, demita seis mil corruptos". Deixando de lado a ironia do leitor, temos que admitir que ele tem inteira razão no que sugere à presidente Dilma. Os problemas nos setores citados na carta são mais que evidentes. Nota-se que o Governo não está sabendo que medidas tomar  as que tem tomado são precipitadas e logo em seguida abandonadas ou substituídas por outra –, com o agravante de que a preocupação maior não é a solução dos problemas mas sim procurar meios para melhorar a imagem da presidente, tudo por conta do precipitado início da campanha eleitoral em que ela busca a reeleição e por causa das constantes quedas nas pesquisas de avaliação de seu governo;
Essa história de contratar médicos estrangeiros e também mandar formandos de Medicina fazer estágio final no interior, para suprir a falta de médicos em regiões carentes está fazendo com que surja um tipo de argumentação. Será que os doentes da periferia merecem tratamento médico feito por profissionais de formação duvidosa, como são os cubanos, ou por médicos ainda inexperientes, permanecendo os doentes dos grandes centros sendo atendidos por uma elite de profissionais? Vê-se que tudo não passa de jogada de marketing em busca de uma melhor imagem para a presidente com vistas às eleições de 2014. Dilma deveria se inspirar numa célebre frase do deputado federal e ex-jogador Romário, que ao ser questionado sobre atitude sua que poderia afetar sua imagem respondeu que 'o que precisa de boa imagem é aparelho de TV'. O melhor que Dilma faz, com ou sem orientação do ex-presidente Lula, é fazer a máquina do Governo funcionar de modo correto;
Quanto à ideia do estágio dos futuros médicos no interior, valem algumas sugestões que fazem nas redes sociais. Para uns, os políticos depois de eleitos deveriam fazer estágio obrigatório em regiões carentes, subindo morros, por exemplo, para conhecer e apresentar soluções para os problemas locais. Outros entendem que eles deveriam ser obrigados a por seus filhos em escolas públicas, andar de ônibus, trem e metrô, e, ao contrário do que Lula faz, fazer tratamento em hospitais do SUS. Existe também aí alguma ironia, mas com tanta mordomia fica quase impossível que eles atendam a tais sugestões, mas é tempo de eles prestarem atenção no que o povo diz. As manifestações nas ruas podem parecer que pararam, mas nas redes sociais milhões de brasileiros continuam mobilizados cobrando das autoridades o cumprimento de suas obrigações, pois é melhor que não desafiem o povo, que se sair às ruas formarão uma multidão que vai deixá-las assustadas e cujo final não dá para se prever.

10 de julho de 2013

Carta aberta da Doutora Juliana Mynssen à 'presidenta' Dilma

Está circulando na mídia e nas redes sociais uma carta aberta da médica Juliana Mynssen da Fonseca Cardoso, cirurgiã-geral do Hospital Azevedo Lima, no Rio de Janeiro, à presidente Dilma Rousseff com fortes críticas à decisão do Governo de contratar médicos estrangeiros para suprir a necessidade de mandar profissionais para o interior do País e para melhorar a qualidade dos médicos existentes no Brasil. Vale a pena ler:

"O dia em que a Presidenta Dilma em 10 minutos cuspiu no rosto de 370.000 médicos brasileiros."

Há alguns meses eu fiz um plantão que chorei. Não contei à ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral, "do trauma", médica "chatinha", preceptora "bruxa", que carrego no carro o manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão, chorei.

Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similar aos que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós. Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a portinha da sutura ele estava lá. Esperando. Como eu. Como você. Como nós. Teve um momento que ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse "não é para mim, é para o meu pai, uma maca". Como eu faria. Como você. Como nós.

Pensei "meudeusdocéu, com todos que passam aqui, justo eu... Nãoooo..... Porque se chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar com 5 até tirá-lo daqui".

E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca retirada da ala feminina.

Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista quando soube que era meu pai, disse "por que não me falou, levava no privado, Juliana!" Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. Que me ensinaram e ainda ensinam. Confio. Meu irmão precisou e o levei lá. Todos os nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos mais, é porque as instituições públicas carecem. Carecem e padecem de leitos, aparelhos, materiais e medicamentos.

Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: "e você confia?"

"Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim."

Eu pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. Aprendo, cresço, me torna humana. Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito.

Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. Um SUS melhor.

Briguei pelo filho do paciente ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. O SUS é nosso.

Não tenho palavras para descrever o que penso da "Presidenta" Dilma. (Uma figura que se proclama "a presidenta" já não merece minha atenção).

Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira, eu a ouvi.

A ouvi dizendo que escutou "o povo democrático brasileiro". Que escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. "Qualidade"... Ela disse.

E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil.... 

Para melhorar a qualidade?

Sra "presidenta", eu sou uma médica de qualidade. Meus pais são médicos de qualidade. Meus professores são médicos de qualidade. Meus amigos de faculdade. Meus colegas de plantão. O médico brasileiro é de qualidade.

Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade. 

O dia em que a Sra "presidenta" abrir uma ficha numa UPA, for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos. 

Não cuspa na minha cara, não pise no meu diploma. Não me culpe da sua incompetência.

Somos quase 400 mil, não nos ofenda. Estou amanhã de plantão, abra uma ficha, eu te atendo. Não demora, não. Não faltam médicos, mas não garanto que tenha onde sentar. Afinal, a cadeira é prioridade dos internados.

Hoje, eu chorei de novo.

Farras aéreas e parentes suplentes: políticos 'se lixam' para o povo

Continuam os homens públicos brasileiros – parecem que mais privados que públicos – não dando ouvidos aos recados dados nas manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas reivindicando mudanças no comportamento deles, ao lado de exigências para o cumprimento de suas obrigações, ou seja, os governantes devolvendo com obras e serviços os impostos pagos pelos contribuintes, algo que não tem ocorrido e o que existe é precário, e os parlamentares para que votem as leis que tratam das coisas que farão os sistemas atuais funcionarem de modo mais adequado, em especial a legislação que trata eleitoral, bem como o fim de mordomias escandalosas que nossos legisladores têm direito;
Mas parece que alguns não entenderam nada. Ainda repercutem as notícias dando conta de que os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves, e também o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves (este, talvez por coincidência primo de Henrique Alves), acharam normal viajarem em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em voos de caráter particular para assistir o jogo final da Copa das Confederações e até para participar de festa de casamento. Flagrados pela mídia, resolveram pagar pela utilização das aeronaves em valores bastante discutíveis;
Nessa farra aérea tentaram envolver o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do ‘Mensalão do PT’, que condenou à prisão altas figuras do partido do Governo, que também veio de Brasília e assistiu o jogo Brasil x Espanha no Maracanã. O ministro viajou em avião de carreira com passagem a que tem direito, como os parlamentares e outras autoridades, com o detalhe de que mora no Rio de Janeiro, não tendo viajado exclusivamente para participar de uma tarde esportiva e festejar o título do Brasil na Copa das Confederações;
Outro que foi flagrado também se valendo de viagens aéreas de caráter particular em helicópteros do Governo foi o governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, que em entrevista chegou ao ponto de gaguejar tentando justificar um possível direito de viajar semanalmente para sua casa de praia, acompanhado de babás e até do cachorrinho Juquinha com despesas pagas pelos cofres públicos estaduais. É muita cara de pau, levando-se em conta que uma hora de vôo custa, em média, R$ 9.500,00. E Cabral se dá o direito de viajar de helicóptero do Leblon ao Palácio das Laranjeiras, numa distância de apenas 10 quilômetros;
Para ‘melhorar’ o modo como os políticos enxergaram as manifestações, o Senado acaba de rejeitar a aprovação de legislação que diminuía para apenas um o número de suplentes de senador e que proibia a candidatura de parentes próximos para a suplência, como hoje ocorre. Isso quer dizer que fica como está. Ainda bem que sepultaram o famigerado plebiscito que tão apressadamente Dilma Rousseff queria, sabe-se lá por qual razão, mas é bom que não se esqueçam de que o povo não está dormindo. As conversas continuam pelas redes sociais e uma convocação para uma marcha a Brasília pode ser feita em poucos dias para chamar esses políticos às falas. É bom que fiquem atentos;
Em tempo: A Câmara e o Senado podem 'limpar a barra' imitando a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os deputados estuais mineiros aprovaram emenda à Constituição Estadual estabelecendo o VOTO ABERTO em todas as votações em plenário, com os presentes podendo ver no painel como eles votaram. Afinal, os eleitores têm o direito de saber como votam seus representantes. Espera-se que o mesmo aconteça em todas as Casas Legislativas do País, bastando para isso que Câmara e Senado aprovem em sua totalidade a PEC 349/2001.

9 de julho de 2013

Só faltava essa! Dilma quer criar o serviço civil obrigatório

  • No Brasil, o serviço militar, com duração de 12 meses, é obrigatório para os cidadãos do sexo masculino que completem 18 anos de idade. Porém, a grande maioria dos alistados é dispensada por excesso de contingência. O serviço militar foi tornado obrigatório através de lei, em janeiro de 1906, durante o governo de Afonso Pena, quando o marechal Hermes da Fonseca era ministro da Guerra. Porém, só foi efetivamente implementado com a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial. A obrigatoriedade do serviço militar hoje é disciplinada pela Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964, que dispõe, em seu artigo 5º, o seguinte: “Art 5º A obrigação para com o Serviço Militar, em tempo de paz, começa no 1º dia de janeiro do ano em que o cidadão completar 18 (dezoito) anos de idade e subsistirá até 31 de dezembro do ano em que completar 45 (quarenta e cinco) anos”;
  • Como se pode ver, o serviço militar é obrigatório para todos os cidadãos. Acontece que a presidente Dilma acaba de criar o ‘serviço civil obrigatório’, com o agravante de ser destinado apenas a uma categoria de cidadãos, ou seja, aquele de se formar em Medicina. Tentando minimizar as cobranças vindas das manifestações de rua que aconteceram nos últimos dias, o Governo resolve lançar mais um programa, o Mais Médicos, que camufla a idéia de trazer médicos estrangeiros para cobrir um possível déficit de médicos principalmente no interior do país. Anuncia, então, a criação de muito mais vagas nas faculdades de Medicina, como se fosse para aumentar o número de profissionais disponíveis, mas aumenta em dois anos o tempo para os mesmos estejam habilitados a entrar no mercado de trabalho;
  • Para fazer mais média junto ao povo, consequentemente junto ao eleitorado, a presidente Dilma estabelece que os dois anos a mais para os acadêmicos de Medicina terão que ser cumpridos a partir de estágio obrigatório em unidades do SUS. Isso quer dizer que daí para a frente os novos médicos terão que sentir na pele as péssimas qualidades dos serviços de saúde pública? E aqueles que não têm nenhuma pretensão de trabalhar nessa área e que terão seus próprios consultórios? E mais um pequeno detalhe. Não é o sistema SUS aquele que Lula disse um dia ser o melhor do mundo, embora na hora de sua doença ele procure o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo? Alguma coisa está fora de sintonia com a realidade;
  • O pior de tudo é que a maioria dos estudantes de Medicina se situa numa faixa de 20 a 22 anos de idade e que se formariam já chegando ou ultrapassado a casa dos 30 anos. Alguns talvez tenham que gastar mais alguns anos para fazer algum tipo de especialização, sem nenhuma perspectiva nem desejo de algum dia trabalhar na rede do SUS. Com certeza o Supremo Tribunal Federal vai derrubar esse factoide de Dilma Rousseff, para quem vai uma sugestão. Que ela obrigue também seus ministros e assessores diretos a também utilizarem os ‘excelentes’ serviços propagados pelo ex-presidente Lula.

8 de julho de 2013

Uma notícia que está mais para o célebre 'batom na cueca'

  • Quase todos os dias somos surpreendidos com notícias sobre políticos brasileiros praticando ‘malfeitos’ (expressão consagrada pela presidente Dilma para nominar as falcatruas praticadas por oito ministros seus indicados por Lula). Uma das mais recentes foi divulgada hoje na seção ‘Gente Boa’ na edição de hoje do jornal ‘O Globo’: “Batom cor de boca – O Senado Federal comprou R$ 2.061,75 em produtos de maquiagem. Segundo a nota de compra emitida no último dia 2, a casa encomendou 25 sprays de cabelo (extra forte), três lápis pretos para os olhos, seis bases líquidas, 15 pós compactos e seis batons ‘cor de boca’. Em outra compra, vai gastar R$ 4.432 em sete secadores de cabelo. O levantamento é da ONG Contas Abertas”;
  • Se não bastasse ser o Senado uma Casa Legislativa presidida por Renan Calheiros (PMDB-AL), um político ficha-suja, que ignorou um apelo popular com quase 2 milhões de assinaturas para que deixe a presidência do Senado por causa de ‘malfeitos’ praticados no passado. Tendo sido eleito com o apoio de 56 senadores, nesse total incluídos quase todos os integrantes da base de apoio ao governo de Dilma Rousseff (e com o apoio dela). Fica agora uma indagação: para quem é esse material todo? Seria para alguém ligado ao senador Renan Calheiros, até porque ele se prevalecia do cargo para ‘comprar batom’ para uma amante, por intermédio de empreiteiro. Ou seria para embelezar as senhoras senadoras para saírem bonitas nas transmissões da TV Senado ou em reportagens televisadas? Afinal, qual a razão de se gastar R$ 6.513,75 de dinheiro público com esse material exclusivamente feminino? Renan tem que explicar;
  • Nos últimos dias o embelezamento facial nos poderes Executivo e Legislativo está na moda, a começar com os gastos da presidente Dilma com maquiagem, pois nem com a inflação em alta se justifica um aumento de R$ 400,00 para R$ 3.125,00 para embelezar a presidente (se é que isso é possível). Será que acham que o povo já se recolheu? E os vôos em aviões da FAB em viagens pessoais, já foram esquecidos? Será que ninguém vai protestar contra a frota de sete helicópteros do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), que os utiliza para viagens curtas ou para seu lazer em Angra dos Reis, sem observar que o governador de São Paulo, Geraldo Alkimin (PSDB) pôs à venda um dos dois que o ‘pobre’ estado brasileiro possui? Alguma coisa está errada e é melhor essa gente prestar atenção. O povo certamente não deixará isso passar em branco.

6 de julho de 2013

Dilma insiste em plebiscito e reforma, mas o povo quer é moralidade

  • A presidente Dilma e os líderes do PT continuam mostrando que não entenderam quais são as reivindicações do povo que saiu às ruas em grandes manifestações e que ainda continuam em manifestações menos reclamando ações do Governo para melhorias nos péssimos serviços hoje existentes, além de exigirem mais ética por parte dos políticos em geral. Eles continuam batendo na tecla da reforma política – ressalte-se que algumas delas serão bem vindas –, algo que ninguém, em princípio, está pedindo nas ruas. E para agravar, Dilma insiste na realização de um plebiscito para a população opinar sobre emendas à Constituição, expediente muito do gosto dos governos chamados bolivarianos, que induziram a população de seus países a patrocinar alterações nas respectivas constituições com dispositivos que lhe garantam a permanência quase eterna no poder;
  • O Governo e seus apoiadores parecem não entender que o povo tem outras prioridades, principalmente mais ética nas atividades dos políticos, melhor uso do dinheiro público. Ninguém está no momento falando em campanha eleitoral com dinheiro público ou privado. O que se quer é que os políticos tenham ficha limpa, que trabalhem de segunda a sexta-feira, como os cidadãos que representam. Outra reclamação popular diz respeito aos altos valores que são pagos aos integrantes dos três poderes, pagos com dinheiro do povo, que paga impostos. Quer o povo ainda que sejam retiradas principalmente dos parlamentares as vultosas mordomias a que têm direito. Se são tão bem remunerados, que paguem, por exemplo, suas passagens de avião;
  • Por fim, o povo quer é que políticos não deboche dele, como os que andaram utilizando aviões da FAB para viagens de cunho particular. Quando muito se aceitariam viagens oficiais. Nas demais, que se utilizem das empresas aéreas, nas quais têm direito de passagens pagas pelo Congresso e prioridade de vagas até meia hora antes de cada voo doméstico. Levem a sério o grito das ruas e não nos venham com factoides para desviar a atenção do povo. Preparem-se, então, para a grande avalanche de votos que acontecerá em 2014, banindo da vida pública quem debocha dos eleitores.

5 de julho de 2013

O Congresso pode fazer reforma política sem plebiscito

  • Tudo indica que a sugestão da presidente Dilma para a realização de um plebiscito não vai prosperar. Analisando, no entanto, os cinco temas propostos por ela ao Congresso Nacional,  já surgem diversas polêmicas, observando-se uma grande complexidade neles, o que provocaria um resultado imprevisto, se não viesse o eleitorado a ser manipulado atendendo a interesses de partidos majoritários ou do próprio Governo, que buscaria a aprovação de uma legislação que fosse ao encontro de suas pretensões de obter mais quatro anos de mandato à frente do Executivo Federal. Um dos temas mais polêmicos é sem dúvida, o financiamento das campanhas, pois há os que querem a adoção do financiamento público total, os que pretendem a divisão entre recursos públicos e privados, e aqueles que preferem uma solução mista, mas sem doações de empresas para as campanhas;
  • Um tema que parece seria aprovado pacificamente o fim das coligações partidárias nas eleições de parlamentares, sistema pelo qual candidatos de partidos com poucos votos se elegem às custas da boa votação de candidatos de outra legenda. Somente os partidos chamados de nanicos é que são contrários ao fim das coligações, uma vez que não terão como eleger candidatos de suas legendas. A tendência dos pequenos e médios partidos seria desaparecerem, mesmo que não venha a ser aprovada no bojo de uma possível reforma política a adoção da cláusula de barreira, pela qual os partidos que não consigam determinado percentual de votos numa eleição serão extintos automaticamente;
  • Outro tema que certamente seria aprovado á o da extinção do suplente de senador sem voto, como acontece atualmente. Fala-se na extinção do segundo suplente e até dos dois atuais, caso em que no vaso de vacância temporária ou definitiva assumiria o candidato imediatamente mais votado e não eleito. Há também a estranha proposta de que nesse caso assuma o deputado federal mais votado do Estado;
  • Mas as maiores mudanças propostas são sem dúvida as que se referem ao sistema eleitoral. A eleição proporcional para os legislativos parece estar com os dias contados. Parece que teremos uma radical mudança com a possível adoção do sistema distrital, puro ou misto, com amplas possibilidades da adoção do chamado ‘distritão’, com a eleição majoritária de deputados federais e estaduais e de vereadores, ou seja, que obtiver mais votos na quantidade de vagas existentes estaria eleito;
  • Finalmente, um tema que muita gente quer ver levado adiante, que é o fim do voto secreto em todas as votações nas casas legislativas. Já andaram aprovando uma votação aberta em alguns casos, mas o que se espera é que seja adotado o voto aberto em todos os tipos de votação. Afinal, o povo tem o direito se saber como e em que votam os seus representantes. Seja o que for somente uma coisa é certa: não teremos plebiscito este ano. Quaisquer alterações nas regras eleitorais somente valerão a partir das eleições municipais de 2016, pois não há tempo hábil para a realização da consulta tão desejada principalmente pelo PT, sabe-se lá a razão (ou se sabe). Uma coisa é certa. Vem muita discussão por aí.

3 de julho de 2013

Só Dilma não vê? Ninguém nas ruas pediu plebiscito ou reforma política

  • Com sua proposta de realização de um plebiscito para uma reforma política, a presidente Dilma deu um tiro no próprio pé nas suas pretensões de reeleição em 2014. Ela conseguiu dividir a sua famosa ‘base aliada’ e até a bancada do seu próprio partido, o PT. Embora alguns itens sugeridos por ela sejam interessantes e do interesse do povo, não se justifica a pressa para que as alterações no sistema eleitoral, se aprovadas, entrem em vigor já nas próximas eleições. Há ainda o detalhe de que o povo, que Dilma diz estar atendendo, não foi às ruas para pedir nenhuma reforma política nem no sistema eleitoral em vigor. O grito das ruas, que Dilma afirma estar ouvindo, traz muitas outras coisas a serem mudadas;
  • Se a presidente não prestou atenção, convém ser alertada de que o povo que ver os mensaleiros na cadeia, com restituição do dinheiro público desviado para as contas e o bolso de deles. O povo está avisando que quer a construção de hospitais – nesse caso, sem show de RF$ 650 mil de ‘inauguração’, como aconteceu no Ceará – e, mais ainda, melhor educação para o povo, que sendo esclarecido aprenderá a escolher melhor seus representantes no Congresso Nacional, nos estados e nos municípios. Para nada disso é necessária a realização de plebiscito. É só a Câmara e o Senado funcionarem que se deve e votar, de imediato, leis que alterem os sistemas que regem os partidos políticos e as eleições, até do modo que a presidente sugere;
  • Quanto às reformas que Dilma propõe, o povo não está vendo nada que estabeleça mais rigor na Lei da Ficha Limpa, na fidelidade partidária, extinção do voto obrigatório, limitação das reeleições para cargos eletivos. Está mais do que evidente que os petistas querem uma campanha do plebiscito em que o ex-presidente Lula seja a figura central na TV e no rádio com o único objetivo de ‘levantar a pipa’ de Dilma, que corre sério risco de sair do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2015, com o povão beneficiário do Bolsa Família recebendo o recado de Lula, ou de que o PT lance nas ruas um clamor de ‘Volta Lula!’, no afã de se manterem mais tempo no poder. Hoje, o povo está pensando diferente.

2 de julho de 2013

Pode vir aí o 'distritão' que acabará com os eleitos sem votos

  • Pelo menos uma proposta coerente apareceu na discussão sobre um tema que ninguém reivindicou nas manifestações que vêm acontecendo em todo o Brasil, ou seja, a reforma política. O vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, está defendendo o fim do voto proporcional para deputados federais e estaduais e também para vereadores. Ele propõe a adoção do chamado ‘distritão’, pelo qual serão eleitos os mais votados, sem Quociente Eleitoral, ou Quociente Partidário, e mais complicados cálculos para a distribuição das sobras, algo que pouca gente como são feitos, mesmo dirigentes partidário;
  • Já existe no Congresso um projeto propondo a adoção do ‘distritão’, mas como o mesmo não interessa a uma grossa maioria que se elege às custas dos votos de puxadores de votos e beneficiados por coligações, anda esquecido em alguma gaveta numa das duas Casas Legislativas. Michel Temer disse hoje que o sistema proporcional em vigor contraria o mandamento constitucional afirmando que todo poder emana do povo. “O povo simplesmente não entende isso”, afirmou o vice-presidente;
  • O sistema proporcional já provocou absurdos, como quando o falecido Enéas Carneiro obteve mais de 1 milhão de votos e por causa disso seu partido teve direito a mais cinco vagas, dando direito a um candidato com menos de 300 votos tomar posse como legitimamente eleito. Na última eleição, foi a vez do então palhaço Tiririca levar com ele para a Câmara dos Deputados alguns candidatos com inexpressiva votação. No Rio de Janeiro há o caso de Jean Wyllys, que com apenas 13 mil votos se arvora – com direito legal, é bom que se diga – a representante dos homossexuais, algo irreal, pois sua votação é por demais insignificante para um segmento que leva às ruas nas paradas gay mais de 1 milhão de adeptos;
  • Com a adoção do ‘distritão’ o excesso de parlamentares assumindo ministérios e secretarias estaduais e municipais vai ser mais controlado, porque na abertura de alguma vaga, o suplente imediato e o mais votado e não eleito, sem que seja do partido do nomeado. Algumas outras propostas estão surgindo, sendo bastante interessante aquela que estabelece mandatos de cinco anos, numa única eleição para todos os cargos eletivos, algo que fará diminuir em muito os gastos com as eleições. Diante do peso de Michel Temer, por ser do maior partido do País, é de se esperar com sua proposta seja levada em consideração pela maioria.

1 de julho de 2013

Dilma reúne 39 ministros que consomem R$ 660 bilhões anuais

Tem ministros que nunca chegaram tão perto da Dilma
  • No governo do ex-presidente Fernando Collor havia 12 ministérios. Sábado passado a presidente Dilma fez uma reunião com nove ministros para preparar uma agenda para a reunião ministerial convocada para hoje às 16 horas, quando os demais 30 ministros se juntarão aos nove ‘da casa’ para estabelecerem ações de respostas às manifestações que acontecem diariamente e que provocaram uma violenta queda de Dilma dos índices de aprovação de seu governo, bem como dos percentuais de intenção de voto em 2014, que indicam a probabilidade de um segundo turno entre ela e a ex-ministra Marina Silva, que é uma das fundadoras do PT, mas que rompeu com o partido quando foi preterida em suas pretensões de concorrer a presidente em 2010 – ela era considerada candidata natural do partido –, mas que viu Lula atropelar e indicar sua ‘gerentona’ para sucedê-lo;
  • O que chama a atenção é o numero excessivo de ministérios e secretarias com o mesmo status. São ‘apenas’ 39. Isso mesmo. Nos dois mandatos de Lula eram 35 e mais quatro foram criados por Dilma para acomodar integrantes de sua famigerada ‘base aliada’, com a justificativa de garantia de governabilidade, seja lá o que isso signifique. O mais recente foi o Ministério da Micro e Pequena Empresa (certamente o próximo pode ser o da Média Empresa), isso para trazer um novo partido para a sua bancada de apoio no Congresso Nacional. Hoje a imprensa divulga que os gastos anuais com os 39 ministérios – incluam-se aí milhares de cargos em comissão – chegam a mais de R$ 600 bilhões anuais. Ironicamente no Facebook alguém sugeriu que fosse criado a 40ª pasta ministerial: Ministério do Controle Ministerial (muito boa essa);
  • Para poder fatiar o governo e distribuir pedaços com os partidos da base, há casos absurdos com o Ministério do Desenvolvimento Agrícola, mesmo existindo o Ministério da Agricultura,  também na mesma área o Ministério da Pesca e Aquicultura. A presidente Dilma criou o Ministério da Aviação Civil e o Ministério de Portos, ignorando a existência do Ministério dos Transportes. Se for consultada a longa lista de ministérios, é certo que serão encontradas mais algumas incongruências. É tanto ministro que alguns deles nunca despacharam com a presidente em dois anos de exercício na respectiva pasta;
  • Em vez de trazer essa proposta absurda de realização de plebiscito de objetivos não muito claros, e muito menos propor reforma política que ninguém nas ruas reivindicou, o melhor que a presidente Dilma faz é fazer uma reforma de sua exagerada máquina administrativa, com uma redução de ministérios e que os faça funcionar em ritmo correto, atacando os problemas que são mostrados nas ruas. Quanto às reivindicações do povo, certamente a pressão vai continuar principalmente junto ao Senado e à Câmara, que já sentiram essa pressão, votando em projetos que teriam outro resultado se não tivessem acontecido as manifestações;
  • A verdadeira reforma política está caminhando para acontecer em 6 de outubro de 2014, quando certamente ocorrerá uma violenta ‘reforma dos políticos’, com muitos deles sendo mandados para casa, ocorrendo o que com bom humor alguém disse um dia: “Sairão da vida pública, recolhendo-se à privada” (com ou sem duplo sentido).