-

23 de novembro de 2018

'Quadrilhão do PT’: Lula, Dilma, Palocci e Mantega são réus

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara Federal do Distrito Federal, aceitou nesta sexta-feira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2017 contra os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff e os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Com a decisão, os petistas se tornam réus e serão julgados pelas acusações do inquérito conhecido como “Quadrilhão do PT”, em que são acusados do crime de organização criminosa. Formulada em setembro do ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a denúncia aceita hoje acusa os ex-presidentes de terem liderado, durante seus governos, uma organização criminosa que lesou a Petrobras entre meados de 2003 e maio de 2016, ano em que a petista foi afastada do cargo pelo impeachment. A acusação formulada por Janot afirma que, nos catorze anos em que a organização criminosa teria vigorado, a Petrobras teria sido lesada em quase R$ 1,5 bilhão. Em troca dos valores, teriam possibilitado, na estatal, vantagens indevidas pagas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Engevix. “Verificou-se o desenho de um grupo criminoso organizado, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura de vínculos horizontais, em modelo cooperativista, nos quais os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, bem como em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e tomadas de decisões mais relevantes”, afirmou o então procurador-geral. Além das vantagens para o PT, os ex-presidentes Lula e Dilma, ministros e demais agentes ainda teriam ajudado outras três “quadrilhas”, a do PP, a do “MDB do Senado” e a do “MDB da Câmara” desviassem recursos da petrolífera. Os desvios teriam chegado a R$ 391 milhões, no caso do PP; R$ 864 milhões, no MDB do Senado; e R$ 350 milhões, no MDB da Câmara. Nesse sentido, só no âmbito da Petrobras, o prejuízo gerado foi de, pelo menos, 29 bilhões de reais, conforme expressamente reconhecido pelo Tribunal de Contas da União”, completa a denúncia. Em março de 2018, o relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decidiu enviar a denúncia contra os investigados que não têm foro privilegiado à primeira instância da Justiça Federal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não saia do Blog sem deixar seu comentário