Os advogados do ex-presidente Lula deram entrada hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) de um novo pedido de liberdade para o líder e "dono" do PT. Eles alegam parcialidade do juiz Sérgio Moro na condenação do petista dentro da Operação Lava-Jato. O argumento já havia sido utilizado em outros habeas corpus em favor de Lula, todos rejeitados pela Justiça, mas agora foi repetido, com base na decisão de Moro, que aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o cargo de ministro da Justiça no ano que vem. O novo habeas corpus contém pedido de decisão liminar para soltar Lula e ainda um pedido de extensão para impedir qualquer outra prisão dentro de processo criminal no qual Moro tenha atuado – um dos quais relativo ao sítio de Atibaia (SP), que está em fase final para ir a julgamento. Para a defesa, Moro demonstrou “inimizade capital” e “interesses exoprocessuais” ao condenar Lula, no ano passado, por corrupção e lavagem de dinheiro, o que, no entender dos advogados, deveria afastá-lo do processo. A defesa cita ainda diversas medidas tomadas por Moro em relação a Lula – a condução coercitiva e a divulgação de gravações telefônicas do ex-presidente em 2016, por exemplo – como argumentos para fundamentar a reivindicação. O texto do novo pedido ainda lembra que, antes da vitória de Bolsonaro, Moro se encontrou com o economista Paulo Guedes, conselheiro econômico do presidente eleito. Segundo a defesa, providências de Moro acabaram beneficiando Bolsonaro eleitoralmente. “Logo após a divulgação do resultado das eleições presidenciais, o juiz Sérgio Moro emitiu nota pública com congratulações ao presidente eleito que, por seu turno, manifestou o desejo de que Lula deve apodrecer na cadeia e seus aliados têm a opção de deixar o país ou cadeia", dizem os defensores de Lula.
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