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14 de junho de 2012

Seria medo? Governistas da CPMI evitam ouvir Cavendish e Pagot

  • A 'base aliada' do Governo que paz parte da CPMI do Cachoeira impôs seu 'rolo compressor' adiou a convocação do ex-presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish,  e do ex-diretor-geral do Diretor Nacional de Infraestrutura (Dnit), Luiz Antônio Pagot. O resultado das duas votações foi apertado. Na primeira, o placar foi 16 a 13; na segunda, os governistas venceram por 17 a 13. A oposição queria ouvir Cavendish por ele disse, em gravação interceptada pela Polícia Federal, que chegaria a pagar R$ 30 milhões em propina para conseguir contratos para obras estatais. Na gravação, Cavendish afirma: “Se eu botar 30 milhões na mão de um político, eu sou convidado para coisa para caralho. Pode ter certeza disso. Te garanto”. Em sua defesa, a Delta afirmou na época que a gravação era clandestina e que o trecho divulgado foi editado;
  • Dois assuntos seriam tratados na possível presença de Pagot na CPI: o primeiro, seria sobre a denúncia do uso de verbas públicas para formação de 'Caixa 2' de campanhas eleitorais em São Paulo numa entrevista à revista 'Época', na qual Pagot afirmava que contrariou interesses do 'empresário da contravenção' Carlinhos Cachoeira; outro assunto seria sobre a Construtora Delta quando Pagot estava à frente do Dnit. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), justificando a negativa da 'base aliada' em não querer a presença do ex-dirigente do Dnit declarou: “Chamar o Pagot aqui é discutir contribuições de campanha, isso não é foco desta CPI”;
  • De acordo com o relatorda comissão, Odair Cunha (PT-MG), é preciso esperar pela análise de documentos antes de convocar tanto Cavendish quanto Pagot. Para o relator, a CPMI busca identificar as pessoas corrompidas pela organização criminosa que seria comandada por Carlinhos Cachoeira. Ele disse: “Não podemos ficar submetidos à vontade das pessoas de falar ou não falar. O que tem que motivar a convocação ou não de uma pessoa é a análise da documentação. Entendo não ser necessária a votação”;
  • Enquanto isso, para o senador Pedro Taques (PDT-MT) a CPMI tem três objetos de investigação. Ele entende que além do alcance e atuação de Cachoeira com políticos, é preciso investigar o núcleo empresarial. Pedro Taques disse que Pagot é uma espécia de 'fio desencapado', enfatizando: “Querem transformar a CPI em uma CPI café com leite. Tem gente que tem medo. Dizer que não existem elementos é um absurdo, já existem provas nos autos da participação dos dois”;
  • Na realidade, nota-se claramente que existe uma grande preocupação entre os governistas sobre o que possa ser revelado quando forem obrigados a investigar a participação da Delta Construções no eaquema de Carlinhos Cachoeira. Mais do que uma blindagem, por exemplo, do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do mais forte partido aliado do Governo, o PMDB, a verdade é que quando a Delta começar a revelar sua participação bilionária em obras e serviços em todos os níveis de governo (União, Distrito Federal, estados e municípios), com certeza muita sujeira vai respingar em gente chamada por alguns de 'alto coturno'. Se a CPMI não se acabar antes, muitas estruturas serão abaladas e certamente alguns se desmoronarão.

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