Lei da Ficha Limpa pode começar a ser aplicada nos três Poderes da União
- A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado aprovou nesta quarta-feira Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
estabelecendo a aplicação da Lei Complementar nº 135/10, Lei da Ficha
Limpa, para o preenchimento de cargos efetivos e comissionados nos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário. O projeto apresentado pelo ex-senador
Roberto Cavalcanti e apoiado por outros 38 parlamentares, traz a modificação do
Art. 37 da Constituição Federal, e está tramitando na Casa desde 2010. A
matéria agora segue para votação em plenário. A Lei da Ficha Limpa proíbe a
candidatura para cargos eletivos de pessoas com condenações judiciais por
órgãos colegiados;
- A Constituição estabelece os critérios que a
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deverá obedecer para preencher os
cargos públicos. Com a aprovação da PEC, a Constituição determinaria a
obrigação de, no momento da nomeação, o servidor efetivo ou comissionado
apresentar certidões comprovando que não possui condenação criminal por crime
doloso, nos últimos oito anos, por decisão transitada em julgado ou por sentença proferida por órgão judicial colegiado, atestada
por certidões criminais negativas emitidas pelas justiças comum e federal. A proposta também estabelece o
cumprimento das obrigações eleitorais e militares – para homens – como
requisito para assumir o cargo público;
- Esta não é a única mudança aprovada pelo Congresso
nos últimos meses com relação à Lei da Ficha Limpa. Em 23 de maio, a CCJ do
Senado aprovou outra PEC, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT),
estabelecendo a ficha limpa para cargos comissionados e de confiança. De acordo
com esse projeto, quem já for considerado inelegível deverá deixar o cargo
imediatamente após a vigência da emenda. No último dia 12, a CCJ da Câmara
estabeleceu a proibição de nomear pessoas consideradas inelegíveis pela Justiça
Eleitoral para cargos de ministro e de secretário-executivo;
- Parece, então, que a Lei da Ficha Limpa está
começando a surtir efeitos até mesmo entre aqueles que têm maior número de
pessoas enquadrados nas restrições da lei: os próprios políticos, certamente
pressionados pelos seus eleitores, cansados de tomar conhecimento de tantos
'malfeitos' praticados pelos seus representantes. A cada dia que passa parece
que a sociedade está começando a entender que merece mais respeito por parte
daqueles que elege para representá-lo nos diverso setores da vida pública. Pode
ser que estejamos assistindo a início de uma mudança que somente será benéfica
para a vida das pessoas, as principais vítimas principalmente do mau uso do
dinheiro público.
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