Toffoli, ministro 'petista', aprova candidaturas de 'fichas-sujas'
- Como já era esperado, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) aprovou nesta quinta-feira nova regra permitindo a candidatura dos
chamados 'contas-sujas', que são os políticos que tiveram a contabilidade da
campanha anterior reprovada pela Justiça Eleitoral. Em março, o TSE havia
proibido a participação de candidatos nas eleições municipal de 7 de outubro. A
votação estava empatada em três votos e o ministro 'petista' Antonio Dias
Toffoli pediu vista. Ele devolveu o processo ao plenário e desempatou a disputa
a favor dos 'contas-sujas'. O voto do ministro já era antevisto por
muitos porque se deu no julgamento de um recurso apresentado pelo PT, com o
apoio de 17 partidos, contra a norma adotada em março e a norma foi modificada
por quatro votos a três. Ficou prevalecendo o entendimento anterior de que é
necessária apenas a apresentação das contas de campanha da eleição anterior,
não sendo necessária a aprovação delas para registro da candidatura nas
eleições seguintes;
- O voto de Toffoli livrou a cara de mais de 20 mil
políticos que tiveram contas de campanhas anteriores reprovadas. Em seu voto, o
ministro 'petista' ressaltou que a legislação é clara no sentido de exigir a
apresentação das contas dos candidatos, e não a aprovação delas como requisito
para participar das eleições seguintes: Ele esclareceu que a Justiça Eleitoral
deve desconsiderar as contas prestadas sem a devida documentação que possa
comprovar a arrecadação do candidato. Na última terça-feira, o julgamento
começou com o voto da relatora, ministra Nancy Andrighi, que defendeu o
banimento dos 'contas-sujas' das eleições deste ano. Ela também queria que o
tribunal esclarecesse melhor a regra, limitando a inelegibilidade do candidato
apenas às eleições seguintes à das contas reprovadas. o ministros Marco Aurélio
Mello e Cármen Lúcia concordaram; Gilson Dipp, Arnaldo Versiani e Henrique
Neves votaram pelo restabelecimento da regra aplicada até 2010;
- Os gestores que tiveram a contabilidade referente à
suas administrações no poder público rejeitada pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) continuarão sujeitos à inelegibilidade. Convém lembrar que a decisão de
março foi tomada também por 4 votos a 3. Houve alteração no quadro de ministros
do TSE, com o ministro Ricardo Lewandowski foi substituído por Antonio Dias
Toffoli. O ministro Lewandowski havia defendido a exigência das contas
aprovadas como condição para o registro de candidatura. Já Toffoli votou de
forma contrária. Em maio, na tentativa de pressionar o TSE, a Câmara dos
Deputados aprovou projeto que põe fim à exigência das contas de campanhas
aprovadas. A votação, feita às pressas, provocou reações negativa no Judiciário
e nos movimentos da sociedade que lutam contra a corrupção na política. O
assunto ainda precisava ser aprovado pelo Senado. Com a decisão do TSE, o
projeto deve ser arquivado;
- Sabe-se que entre os cerca de 20 mil 'fichas-sujas'
com contas de campanha rejeitadas pelos órgãos fiscalizadores há grande número
de petistas. Sendo assim, foi mais que coerente com ele mesmo a posição do
ministro 'petista', que deve ter recebido 'ordens superiores' para desempatar a
questão de acordo com os interesses do PT. Por essa voto dá para se imaginar
qual será o comportamento de Toffoli se ele for um dos julgadores do Mensalão
do PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não saia do Blog sem deixar seu comentário