Congresso não legisla e Governo baixa MPs |
O Art. 62 da Constituição Federal,
com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, estabelece: "Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional". As Medidas
Provisórias (MPs) ficaram no texto final da Constituição Federal de 1988, pelo
fato de que estava sendo encaminhada a implantação do Parlamentarismo como
regime de governo, mas que no final houve uma virada definitiva para o
Presidencialismo. A Medida Provisória é utilizada em alguns países de regime
parlamentar e são utilizadas quando o Parlamento é dissolvido. São realmente
provisórias e somente são utilizadas quando não o Legislativo para legislar.
Por aqui, serve para o Chefe do Executivo legislar, deixando o Congresso
Nacional em segundo plano - e o que é pior - com a conivência do Senado e da
Câmara;
Pelo que se sabe, não há algo
semelhante em países reconhecidamente democráticos No Brasil, o Poder Executivo
se utiliza da MP, com força de lei. Há um proposta no Senado buscando alterar a
tramitação das MPs. Dilma Rousseff rejeita a ideia e alega que desconhecia a
proposta de mudanças na tramitação das MPs. em apreciação na Casa. de forma a
que elas não obstruam o trabalho legislativo. A discussão do projeto foi
iniciada há mais de mês e estava prevista para se encerrar na próxima semana,
quando o texto seria submetido a votação pelo plenário do Senado. O proposição
foi objeto de amplo acordo, a proposta do senador Aécio Neves (PSDB-MG)
havia sido referendada pelo líder do Governo, Romero Jucá (PMDB-RR), que
afirmou ser o projeto como sendo um instrumento para melhorar o funcionamento
do Congresso. Senadores e até integrantes do Governo disseram que se o Planalto
insistir em alterar o texto a esta altura, poderá vir a sofrer uma nova derrota
no Congresso;
De acordo com a enciclopédia virtual Wikipédia,
no direito constitucional brasileiro,"medida
provisória (MP) é um ato unipessoal do presidente da República, com
força de lei, sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado
a discuti-la e aprová-la em momento posterior. O pressuposto da MP é urgência
e relevância, cumulativamente".
Diz ainda a Wikipédia: "Segundo o jurista Bandeira de Mello, de acordo com a nova
redação do artigo 62 dada pela Emenda Constitucional 32/2001, medidas
provisórias são providências (como o próprio nome diz, provisórias) que o
Presidente da República poderá expedir, com ressalva de certas matérias nas
quais não são admitidas, em caso de relevância e urgência, e que terão força de
lei, cuja eficácia, entretanto, será eliminada desde o início se o Congresso
Nacional, a quem serão imediatamente submetidas, não as converter em lei dentro
do prazo - que não correrá durante o recesso parlamentar - de 120 dias contados
a partir de sua publicação" (grifamos);
Também diz a Wikipédia:
"A medida
provisória, assim, embora tenha força de lei, não é verdadeiramente uma lei, no
sentido técnico estrito deste termo, visto que não existiu processo legislativo
prévio à sua formação. A União pode editar medidas provisórias em matéria de
Direito Administrativo, desde que observe as condições e os limites previstos
no artigo 62 da Constituição e nas demais normas pertinentes. Somente em casos
de relevância e urgência é que o chefe do Poder Executivo poderá adotar medidas
provisórias, devendo submetê-las, posteriormente, ao Congresso Nacional. As
medidas provisórias vigorarão por sessenta dias, prorrogáveis por mais 60. Após
este prazo, se o Congresso Nacional não aprová-la, convertendo-a em lei, a
medida provisória perderá sua eficácia.
"A medida pode ser
reeditada, porém a Constituição Federal proíbe a reedição de uma medida
provisória, na mesma sessão legislativa, expressamente rejeitada no Congresso
Nacional, ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo, podendo ser
adotada novamente na sessão legislativa seguinte.
"O Supremo Tribunal
Federal (STF) vem entendendo a possibilidade de medida provisória ser veículo
idôneo para a instituição de tributos";
Informa o Wikipédia: "Proibições - É vedada a edição de medidas provisorias sobre
matéria relativa a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
políticos e direito eleitoral; direito penal, processual penal e processual
civil; organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros; e planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares ressalvado o
previsto no Art. 167, § 3º da Constituição. São também vedadas a publicação de
MP que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro; reservada a lei complementar; e a já disciplinada em projeto de lei
aprovada pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República";
Pela reação de Dilma Rousseff ao
projeto em tramitação no Senado, nota-se que ela não quer abrir mão do poder de
legislar, em detrimento das atribuições específicas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados, que certamente vão mais uma vez se curvar ao Executivo em troca de cargos e liberação de emendas ao Orçamento.
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