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7 de abril de 2009

O cobertor pode ficar curto

  • A indústria automobilística está divulgando que a venda de veículos bateu recorde em março, com mais de 271 mil carros vendidos, com um crescimento de 36,2% em relação às vendas de fevereiro, que havia sido de quase 200 mil veículos. A grande movimentação das concessionárias ficou por conta dos descontos no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). As montadoras esperam um recorde de vendas também em todo o semestre;
  • O Governo também estuda para breve uma redução do IPI também para geladeiras, fogões e máquinas de lavar. A justificativa é a de estimular a venda para recuperar a atividade industrial com mais rapidez. Para alguns, no entanto, é mais um jogo político fazendo com que classes menos favorecidas possam comprar aqueles equipamentos domésticos;
  • Todavia, há um segmento que não está gostando nada dessas "bondades" do Governo, que são as prefeituras e os estados. Muitas prefeituras, principalmente as de cidades bem pequenas e com poucas opções de receita, que têm no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a sua principal fonte de recursos financeiros;
  • O FPM é repassado aos estados e municípios pelo Tesouro Nacional, repartindo a arrecadação do Imposto de Renda e do IPI. Como esse último imposto sofreu considerável redução na venda de carros, os repasses reduzidos do FPM, principalmente, causou grandes problemas para grande número de prefeituras;
  • Na Bahia, algumas prefeituras fizeram uma espécie de greve não abrindo suas portas. Naquele Estado essas prefeituras estão ameaçando cancelar as festas juninas, num momento em que o Governo baiano está dando enorme ênfase às comemorações de São João, promovendo e incentivando o turismo;
  • Uma solução que o Governo está estudando pode até ter um caráter social e educativo, que é o aumento da alíquota do IPI sobre cigarros. Muita gente vai deixar de fumar ou fumar menos, mas o total de IPI a ser recolhido não significa grande coisa em relação à redução desse imposto nos eletrodomésticos;
  • Vê-se, portanto, que esse tipo de incentivo ao consumo pode representar uma espécie de cobertor curto, com muita gente comprado e trocando de carro, geladeira, fogão e máquina de lavar, mas morando em cidades onde passarão a ter problemas de saúde, educação, saneamento e outros benefício à população.

Um comentário:

  1. Concordo em parte contigo no que se refere às prefeituras. Enfoco este ponto em meu blog.

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