Uma coisa que está se tornando característica no Brasil´é quem tem algum poder não querer ser fiscalizado pelo órgão que tenha essa atribuição estabelecida por lei, em especial os ocupantes de cargos públicos, isto é, cargos que são remunerados com dinheiro do povo, oriundo de impostos. Assim foi com Lula, que sempre reclamou no Tribunal de Contas da União (TCU), quando este recomendava a paralisação de uma obra que havia sido fiscalizada e nela encontradas evidências de falhas no projeto e, principalmente, superfaturamento. Para o ex-presidente era mais importante inaugurar a obra, especialmente mas proximidades de uma eleição do que preservar as finanças da União, além de, certamente, facilitar a vida de algum 'companheiro' que estaria se beneficiando da diferença a mais de valores a serem pagos;
Agora mesmo, no governo de Dilma Rousseff, a prática continua mesma, o que ficou evidente com a 'base aliada' do Governo liberou a continuação de nada menos que 22 obras que haviam sido recomendadas pela Controladoria Geral da União (CGU) que fossem paralisadas. Afinal, ano que vem tem eleições e a meta do PT, por exemplo, é fazer uma grande maioria de prefeitos e vereadores pelo Brasil a fora;
Quanto ao Congresso Nacional, nada a se comentar, pois Senado e Câmara há muito abriram mão de suas atribuições, passado a ser duas Casas Legislativas que servem apenas para homologar e aceitar qualquer demanda do Executivo, que legisla através de medidas provisórias (MPs), que são facilmente aprovadas pelos parlamentares, isso quando entram em pauta. Se isso não acontece, o Governo baixa outra MP alterando uma vírgula no texto, e vida que segue;
Mas agora esse tipo de coisa chegou onde não esperava, pelo menos entre aqueles que ainda acreditavam que havia no país uma cidadela inexpugnável, o Supremo Tribunal Federal (STF), que já sofria algumas restrições pelo modo com ele é composta, hoje com considerável maioria de seus ministros indicados por Lula e Dilma Rousseff, alguns deles com evidentes demonstrações de quase total incapacidade de exercerem a mais alta magistratura do país. Quando a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apura o crescimento patrimonial de magistrados e servidores com
base em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
folhas de pagamento, e declarações de imposto de renda, principalmente em São Paulo, uma decisão do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, suspendeu investigações do CNJ em 22 tribunais do país. A decisão foi mantida pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso. Coincidência: os dois foram magistrados em São Paulo e andaram sendo citados entre os investigados por receberem algum auxílio talvez indevidamente;
Enfim, ninguém quer ser fiscalizado. O contribuinte também gostaria de não ser importunado pelo Fisco, uma vez que paga imposto e ninguém quer dizer como o dinheiro do povo é aplicado. Quando são pilhados, como ocorreu com cerca de seis ministros de Dilma, ela os defende e ainda chama de 'malfeito' o que fizeram com o dinheiro público. Quanto ao povo, pouco importa. Todos parecem que estão 'se lixando' para quem paga imposto. Mas esse mesmo povo tem culpa, pois ninguém tomou o poder de assalto, mas foram eleitos para os cargos ou lá chegaram pelas mãos de quem o povo deu poderes para tal. Então, é só prestar mais atenção na hora de votar, pois do jeito como as coisas estão caminhando, em breve o Brasil será uma terra de ninguém, ou melhor será uma terra de alguns poucos.
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