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14 de dezembro de 2011

Câmara cria cargos em mais uma 'farra' com dinheiro público

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira projeto de resolução que cria 66 cargos para o PSD na estrutura da Casa. O partido criado neste ano pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, já tem a terceira maior bancada da Câmara. Os cargos extras são temporários e custarão cerca de R$ 10 milhões até a próxima legislatura. Não se justifica a criação de mais cargos na Câmara usando como justificativa a criação do novo partido. Afinal, a bancada do PSD não é nova e sim composta por deputados que migraram de outros partidos para fundar a nova agremiação. O certo seria o remanejamento de cargos de outros partidos, mas não houve acordo entre as legendas que perderiam espaço, sendo o DEM a legenda que mais perderia cargos. Como assim? Os cargos não são para serem ocupados por indicação dos parlamentares? Quando muito seria até justo criar-se cargos destinados especificamente para a liderança do PSD;

"Essa divisão foi consultada pelo colégio de líderes. É uma solução provisória", justificou o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). Ainda em outubro, um mês após a formalização do PSD, chegou-se a cogitar que o partido de Kassab, pelo tamanho, deveria agregar mais de 100 servidores. Da mesma forma, não há porque aceitar essa justificativa. Desde que foi oficializado, em setembro, o PSD reivindica mais espaço, em cargos e salas, na Casa. Em outubro, o presidente da Câmara, Marco Maia, havia oferecido ao novo partido salas ao lado da liderança do PC do B, no Anexo II, mas o partido rejeitou, pedindo um local de "visibilidade". Na época, o líder da bancada do PSD, Guilherme Campos (SP), reclamou publicamente. "Esse espaço não nos atende. Uma bancada merece o reconhecimento da Casa de ter um espaço à sua altura. Esse não dá visibilidade", disse na ocasião;

Quando se fala na Câmara e no Senado em se criar novos cargos, o assunto passa a ser prioritário, isso porque a despesa vai sair do bolso de quem nunca é consultado sobre a viabilidade dos custos, ou seja, o coitado do contribuinte,que é quem mantém das já enormes despesas com mordomias e altos vencimentos tanto dos parlamentares como dos ocupantes dos cargos, sejam ele efetivos ou em comissão. Em vista disso, configura-se mais uma farra com dinheiro público. Enquanto isso, quem financia esses gastos muitas vezes desnecessários sofre com os péssimos hospitais da rede pública, estradas esburacadas e falta de segurança. Quanto aos beneficiados, esse estão 'se lixando' para o povo, como já disse certa vez um dos nossos ilustres 'representantes.

Um comentário:

  1. Murray Rothbard certa vez descreveu o estado como uma gangue de ladrões em larga escala. E se você observar bem verá que há um vasto esforço de propaganda feito pelo estado e por aqueles em sua folha de pagamento — ou por aqueles que gostariam de estar em sua folha de pagamento — para nos convencer de que é perfeitamente legítimo que uma organização essencialmente parasítica viva à nossa custa mantendo um alto padrão de vida, que ela nos mate (com sua polícia despreparada), que ela nos roube com seus impostos, que ela nos convoque compulsoriamente para o serviço militar e que ela controle totalmente nosso modo de vida.
    A motivação fundamental daqueles que defendem o estado é saber que, uma vez na máquina pública, eles terão acesso a gordos salários, empregos estáveis e uma aposentadoria integral. Aqueles que estão fora do serviço público defendem o estado por saber que ele lhes dará vantagens em qualquer barganha sindical. Além desses cidadãos, há também empresários que defendem o estado. Estes estão pensando em subsídios e garantias governamentais, contratos polpudos para obras públicas e no uso geral do governo para alimentar seus amigos e enfraquecer seus concorrentes. O estado, para eles, é garantia de riqueza.
    Em todo e qualquer lugar, o estado sempre se resume a ganhar à custa de outros. Não houve qualquer avanço nessa realidade. Podemos mudar as definições e alegar que, porque votamos, estamos nos governando a nós mesmos. Mas isso não altera a essência do problema moral do estado: tudo que ele tem, ele adquire através do roubo. Nem um centavo do seu orçamento bilionário é adquirido em trocas voluntárias.
    Governos dilatados dividem a sociedade em duas castas: aqueles que dão compulsoriamente seu dinheiro para o estado e aqueles que ganham dinheiro do estado. Para manter o sistema funcionando, aqueles que dão têm de ser numericamente muito superiores àqueles que recebem. Foi assim nos primórdios do estado-nação e ainda o é atualmente. A existência de eleições não altera em nada a essência dessa operação.
    Hans-Hermann Hoppe

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