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23 de maio de 2010

Lula paga multas mas faz Dilma crescer


Continua bastante intenso o esforço de Lula para eleger quem ele quer que seja sua sucessora. a ex-ministra Dilma Rousseff. O modo como ele vem atuando é inédito no Brasil. Nem  um outro, antes de dele, se comportou de modo a já ter recebido quatro multas aplicadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sempre foi notório que em seus dois mandatos  Lula se comportou como se estivesse em palanque de campanha. Ele chegou ao ponto de afirmar que iria cumprir horário de expediente de funcionário público, das 8 às 17 horas, para poder dedicar o restante do dia na campanha de Dilma. Nos horários livres ele não seria Presidente da República, mas sim cabo eleitoral de sua candidata, algo que nunca antes na história deste país tinha acontecido;

As multas são na realidade de valor pouco significativo, mas chama a atenção o fato de que parece que Lula não vai dar muita bola para as punições, pois o que vale é o efeito de sua participação na campanha de Dilma, cujos reflexos já se fazem evidentes com o crescimento dela nas últimas pesquisas, apesar de suas gafes e pouco carisma, além de nunca ter sido candidata a cargo eletivo. Pelo visto, então, Lula vai meter o pé na estrada e sair pelo Brasil a fora pedindo votos para sua candidata e pagando as multas aplicadas pelo TSE;

Foi-se o tempo em que o Presidente da República no período de eleições se comportava "como magistrados", expressão muito utilizada na época, quando o povo sabia quem era o candidato  de sua preferência que significava continuidade, pelas suas afinidades com o Chefe do Executivo. No entanto, ele era incapaz de se comportar como Lula age hoje. As multas já chegaram a ser ironizadas por ele, quando num evento disse que poderia ser multado pelo que afirmara provocando manifestação da plateia que passou a gritar o nome de Dilma, dizendo que os militantes teriam que pagar a multa que certamente ele receberia pelo que estava fazendo. Foi um autêntico deboche;

Lula certamente vai continuar apostando na sua comprovada popularidade demonstrada nas pesquisas, achando que pode até eleger até um "poste", expressão que já foi utilizada para definir Dilma. De qualquer forma, não se pode esquecer o que ocorreu no Chile quando mesmo com 80% de aprovação a presidenta Bachelet não conseguiu impedir a eleição de um candidato da oposição, ocasião em que os chilenos optaram por adotar o que acontece na maioria das democracias, que é a alternância do poder. De qualquer forma, o crescimento de Dilma à custa de seu grande cabo eleitoral certamente vai proporcionar ao eleitorado um interessante jogo quando a campanha eleitoral realmente se iniciar.

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