"A questão do Ficha Limpa não é gramatical; é moral! É fundamental qu8e o candidato não tenha nota desabonadora de conduta, mesmo que na esfera da suspeição. O Brasil precisa ser passado "a limpo" e, para tal, cada cidadão também precisa se passas a limpo. Numa eleição, o foco não é meu aumento salarial, a manutenção do Bolsa Família, o asfaltamento da minha rua etc., mas carga tributária, saúde, educação, corrupção, impunidade, violência, preço do alimento, da gasolina. Essas faltas sanadas tirarão o Brasil das amarras da estagnação, ignorância, doença, miséria etc. Basta de discursos de auto-promoção, repletos de palavras e gestos chulos e nenhum conteúdo".
Esse texto não é um discurso de nenhum senador, deputado, sociólogo ou mesmo de um ex-operário que não estudou mas que aprendeu a falar (coisa que faz todos os dias, mais de uma vez). É trecho da carta do leitor Ceres Campos Rhamnusia , do Rio de Janeiro, que foi publicada no 'O Globo' deste domingo. Vê-se que se trata de um cidadão lúcido e que, com suas palavras, tenta dar uma contribuição nessa discussão sobre a data de validade da lei Ficha Limpa que aguarda a sanção do presidente Lula. Como se sabe, há uma discussão jurídica e gramatical sobre a época em que a lei terá eficácia e sobre quem ela vai surtir efeitos;
A lei que tenta impedir a participação de pessoas com dívidas na Justiça no processo eleitoral do país não é o que a maioria reivindica, mas já é um primeiro passo no aprimoramento da escolha daqueles que saem em busca de um mandato eletivo, que na realidade é uma representação do povo nas esferas do Executivo e do Legislativo. Ocorre que nos últimos tempos os mandatos, principalmente os do Legislativo, têm servido de capa para esconderijo de malfeitores que buscam amparo na imunidade para transformá-la em impunidade;
Já foi uma grande surpresa a lei Ficha Limpa ser aprovada exatamente por muitos daqueles que serão por ela atingidos. Por tal razão é que aparecem as emendas e interpretações exatamente para livrar a cara de muitos, mesmo que momentaneamente. Em razão disso tudo, caberia aos partidos políticos começarem desde já a expurgar os "fichas sujas" de suas lista de candidaturas, apresentando aos eleitores nomes com "folha corrida" de qualidade para representá-los. No mais, cabe ao eleitor tomar conhecimento da situação dos candidatos de sua escolha, evitando votar naqueles que moralmente estejam impedidos de serem seus representantes.
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