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1 de junho de 2009

Acusações perturbam a Petrobras

Nada é mais comum no Brasil do que nota oficial de órgão público ou empresa estatal divulgar Nota Oficial desmentindo alguma coisa. É um claro sinal de que o que se desmente era verdade. O tal pronunciamento acontece porque o que foi divulgado precisa ser desmentido em vista das implicações que o fato divulgado pode trazer em prejuízo;

Não deve ser outra coisa que ocorre hoje em relação à Petrobras. Neste domingo, a imprensa divulgou, através de "O Globo", que cerca de 80% das compras da estatal, numa média de R$ 37 bilhões por ano, são feitas sem passar por nenhum processo de licitação, ou seja, concorrência pública;

Para agravar ainda mais a denúncia, as empresas que mais foram beneficiadas com o fornecimento de bens e serviços à Petrobras favoreceram candidatos do PT em grande maioria com doações para as campanhas eleitorais de 2006 e 2008. O partido de Lula recebeu doações de R$ 12,2 milhões, de um total de R$ 29,8 milhões feitos pela referidas empresas, ou seja, 40,8% das contribuições;

Nesta segunda-feira, a Petrobras utiliza matéria paga de meia página de jornal - no "O Globo" de hoje está na página 3, a mais cara dos jornais para venda de espaço - onde tenta desmentir as denúncias e justificar as aquisições de bens e serviços, doações e patrocínios. O que o Informe Publicitário não esclarece nem desmente são as razões que levaram a ser formada a CPI da Petrobras;

Para quem não se lembra, aqui vão elas:


1 - Indícios de fraudes nas licitações para reforma de plataformas de exploração de petróleo, apontados pela "Operação Águas Profundas", da Polícia Federal (PF), e suposta irregularidades em contratos de construção de plataformas, detectados pelo Tribunal de Contas da União (TCU);

2 - Indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que constam do relatório do TCU;

3 - Uso de artifício fiscal que a Receita Federal considera sem amparo legal para levantar R$ 4,3 bilhões em compensações tributárias;

4 - Acordo entre a ANP e usineiros, a partir de decisão judicial, que resultou em pagamento, EM TEMPO RECORDE, de R$ 178,4 milhões aos empresários da cana-de-açúcar referentes a subsídios da conta petróleo;

5 - Dossiê investigado pela PF onde apareceram acusações de que o diretor Victor Martins (irmão do ministro das Comunicações, Franklin Martins) , em troca de propina à consultoria do qual é sócio, favoreceu municípios do Rio de Janeiro no repasse de royalties do petróleo.

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