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2 de junho de 2009

Governo manobra e CPI da Petrobras não é instalada

Por falta de quórum, a CPI da Petrobras não conseguiu ser instalada hoje no Senado. O senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que, por ser o mais idoso, é o responsável por conduzir a sessão de instalação da CPI, decidiu simplesmente encerrar a sessão 15 minutos depois de iniciada, aproveitando-se da ausência de parlamentares. Na reunião seriam escolhidos o presidente, o vice-presidente e o relator da CPI. Duque esperou pelo número mínimo de senador por cerca de 15 minutos;


Paulo Duque alegou falta de quorum. Ele chegou à sala de reuniões da CPI às 14 horas pontualmente e aguardou por 15 minutos a presença dos colegas. Regimentalmente, no entanto, Duque teria de ter esperado por 30 minutos. A sessão foi adiada e não tem mais data nem horário para acontecer. O adiamento se deve à disputa interna dentro da base aliada do governo pelos cargos de presidente e relator da comissão;


Os representantes da base aliada, no entanto, não apareceram e, por falta de quorum, Duque cancelou a sessão. Ele afirmou que irá conversar com os líderes para marcar uma nova data, mas não descartou uma sessão ainda nesta terça-feira. A disputa pelo comando da CPI acontece desde antes das indicações. Após enfrentar a oposição, os governistas fecharam questão na tese de ficar com a presidência e a relatoria da investigação. A questão foi que PT e PMDB não conseguiram chegar a um acordo entre eles sobre a composição;


A oposição, insatisfeita com o adiamento, promete novamente obstruir votações em plenário. Líderes do DEM e PSDB, que se reuniram no gabinete do tucano Álvaro Dias (PR) para avaliar a questão, acusaram Paulo Duque de agir a mando de líderes governistas para impedir a instalação da CPI, uma vez que não há acordo dentro da base aliada para a escolha do presidente e do relator da comissão;


O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), afirmou que a oposição irá obstruir votações em plenário enquanto a CPI não for instalada: “Não haverá votação de mais nada”. O presidente tucano, Sérgio Guerra (PE), disse que a ação mostra desinteresse do governo em realizar a investigação. “O mais importante é a demonstração de que eles não querem investigar. Eles querem manter a caixa-preta”.

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