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17 de agosto de 2010

Começou a propaganda "gratuita" na TV

Começou hoje a propaganda eleitoral "gratuita" no rádio e na TV. Muitos candidatos, em especial os que concorrem a Presidente da República, apostam que a partir de hoje é que começa verdadeiramente a campanha eleitoral. Há quem pense que não é bem assim. O rádio e a televisão para muita gente serve apenas para tornar os candidatos mais conhecidos, porém não serve para mudar a posição do eleitor em relação aos seus escolhidos. Quando muito, serve para esclarecer os indecisos. Quer queiram ou não, o corpo a corpo ainda é a grande arma para o candidato ser mostrado ao possível eleitor. E ainda tem as pesquisas, que, manipuladas ou não, têm grande influência no eleitor, sempre tendencioso a se bandear para o lado daquele que esteja liderando os percentuais de intenção de voto;

Quanto à expressão "gratuita" entre aspas, trata-se de uma realidade. A propaganda pelo rádio e TV só é gratuita no que diz respeito ao preço do horário, pelo qual as emissoras nada recebem. Quanto mais recursos financeiros tenha o candidato, mais cara sai a produção dos programas, em alguns casos até altamente sofisticados e recursos visuais de grande porte, no caso da televisão. Parece-nos que a distribuição de tempo de modo proporcional desequilibra a campanha. Se houvesse no Brasil muito menos partidos políticos e ainda fosse muito difícil a criação de outros, o ideal seria que todos os candidatos dispusessem de tempo igual nessa propaganda "gratuita". Com isso, seria evitada a formação das coligações mais esdrúxulas que acontecem, quando na realidade o que ocorre é uma verdadeira compra de minutos e segundos;

E tem mais. Esse tal horário "gratuito" também serve como diversão, em especial quando aparecem os candidatos a deputado federal e estadual. É cada figura... Na busca de somar votos para suas legendas, muitos partidos colocam em campo pessoas que, se eleitas, nunca saberiam como exercer seus mandatos, de tão despreparados que demonstram ser até para concorrerem. E aí, quando temos coragem de assisti-los, pelo menos servem para nos divertir, tais as bobagens que falam, além de, em alguns casos, até a aprecem nos levam a rir;

Por tudo isso fica bem claro que o Brasil precisa, o quanto antes, de uma reforma política que comece criando regras para a escolha de candidatos pelos partidos. Afinal, eleição é coisa séria e não um espetáculo cômico. Já é hora de mudança.

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