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23 de agosto de 2010

"Chavistas" querem controlar o Senado

Em sua coluna de hoje no 'O Globo', o comentarista político Merval Pereira diz que "a continuidade dessa política de aparelhamento do Estado é o que está em jogo nestas eleições, e é por isso que o presidente Lula está tão empenhado em vencê-las, e não apenas elegendo sua candidata à Presidência da República". Merval afirma que a estratégia de Lula é tentar influenciar a eleição do Senado, e que o desejo dele é abrir caminho para aprovar legislação que aumente o controle do governo sobre o Estado brasileiro e, eventualmente, sobre a sociedade, através da "democracia direta", à base de plebiscitos. "O centro do poder é o controle do Senado, onde o governo tem encontrado uma barreira a suas iniciativas e onde sofreu a pior derrota, a da extinção da CPMF", escreve Merval;

Dentre algumas das propostas aprovadas ontem no XVI Foro de São Paulo, reunido na Argentina, do qual participaram 600 representantes de 54 organizações de esquerda da América Latina e do Caribe, entre elas o PT, estão o maior controle estatal sobre os meios de comunicação de massa, a descriminalização do aborto, e uma política regional de combate ao narcotráfico com o objetivo de limitar a presença dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe, além do aumento do controle do Estado sobre a divulgação de informações. A presidente argentina, Cristina Kirchner, por exemplo, conseguiu que o Congresso aprovassse uma polêmica lei que limita o poder de conglomerados da mídia - como 'O Clarín', prevendo que as ONGs terão acesso a um terço do espaço áudio visual, assim como as mídias públicas e privadas. Ao mesmo tempo, impede empresas de ter um canal aberto e um canal a cabo de TV na mesma região, tudo semelhante ao algumas figuras influentes do PT têm tentado impor no Brasil;

Vê-se, portanto, que o interesse de Lula não está apenas em eleger sua sucessora, daí a inédita participação de um Presidente da República na campanha eleitoral de um postulante ao seu cargo, tanto nos palanques como na propaganda gratuita no rádio e na TV. O que ele quer é continuar podendo influenciar na política brasileira, impondo teses bolivarianas, bem como para que possa tentar exercer uma possível liderança continental, quem sabe em busca da criação de uma nova URSS - União das Repúblicas Socialistas Sul-americanas.

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