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7 de março de 2017

Michel Temer imita Lula e 'salta de banda' quando é acusado de 'malfeitos'

Já faz parte da História do Brasil a célebre e repetida declaração do ex-presidente Lula quando acusado de alguma coisa irregular: "Eu não sabia", isso quando não procurava atribuir a culpa a terceiros. Como foi parte integrante dos governos do PT, o presidente Michel Temer lançou uma outra forma de fuga da responsabilidade adotando a frase "Não tenho nada a ver". Foi o que aconteceu agora quando o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Claudio Melo Filho confirmou ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o presidente Temer participou da reunião no Palácio do Jaburu e solicitou a Marcelo Odebrecht doações para o PMDB na campanha de 2014. O ex-executivo confirmou “literalmente” todas as informações por ele entregues no acordo de colaboração premiada com a Operação Lava-Jato. O depoimento foi prestado na ação que investiga abuso de poder político e econômico na campanha presidencial de 2014, o que pode provocar a cassação de Temer. Em seu acordo, que vazou em dezembro do ano passado, Melo Filho detalha um encontro no Palácio do Jaburu no qual participaram, além dele próprio, Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha e Marcelo Odebrecht. “Eu participei de um jantar no Palácio do Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as Campanhas do PMDB no ano de 2014”, disse Melo;

O presidente sentiu segurança para tirar o corpo fora e dizer que não tem nada a ver com o problema, porque em depoimento à Justiça Eleitoral, na semana passada, Marcelo Odebrecht disse não se recordar de Temer ter falado ou pedido os R$ 10 milhões diretamente, mas confirmou o jantar no Palácio do Jaburu e disse que o encontro era para tratar das doações ao PMDB nas eleições de 2014, mas disse que não houve pedido expresso de valores por Temer. Segundo Odebrecht, o encontro serviria para confirmar que parte da doação ao partido seria destinada à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo pelo PMDB. O pagamento foi acertado, segundo Marcelo, entre Cláudio Melo e Eliseu Padilha. De acordo com Marcelo, o acerto do valor foi feito depois da saída de Temer do local. Ainda em seu relato para os procuradores da Operação Lava-Jato, Cláudio Melo contou que parte dos pagamentos solicitados, cerca de RS 4 milhões, foi realizada por Eliseu Padilha, preposto de Temer, sendo que um dos endereços de entrega foi o escritório de advocacia de José Yunes, hoje Assessor Especial da Presidência da República. De acordo com Melo, os outros R$ 6 milhões pedidos por Temer teriam sido alocados para Paulo Skaf. Sobre Padilha e o também ministro Moreira Franco, Melo contou que se valia dos dois peemedebistas para fazer chegar a Michel Temer os pleitos de interesse da construtora. Também prestaram depoimentos nesta segunda-feira ao TSE os executivos Hilberto Mascarenhas e Alexandrino Alencar, que foi chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como o "Departamento de Propina", que operava pagamentos da contabilidade paralela da empresa, e que também foi vice-presidente da Braskem, empresa do grupo Odebrecht. Seja negando ou "saltando de banda", a realidade é que Michel Temer tem fortes motivos para ficar preocupado.

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