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4 de novembro de 2010

Torcer contra Dilma é dar tiro no pé

Existem pessoas que colocam o resultado de uma eleição como que represente um caso de vida ou morte. Para esses, não ver eleito o seu candidato é como se o mundo acabasse. Esquecem que faz parte do jogo democrático alguém ganhar uma eleição e outro perder (ou outros). Entretanto, há aqueles que sabem absorver o resultado de uma eleição que lhe seja desfavorável, entendendo que tem que aguardar o noivo pleito para tentar ver vitoriosas as candidaturas que escolheu. Algumas manifestações nos diversos blogs listados neste aqui foram bastante infelizes, pois seus responsáveis parecem não terem entendido o recados das urnas. A verdade é que cerca de 56 milhões escolheram Dilma Rousseff, enquanto José Serra somente conseguiu ser votado por 44 milhões de eleitores. E ainda houver os que se abstiveram, os que votaram em branco e os que anularam seus votos, demonstrando que não queriam ver nem um nem outro eleito;

Mas encontramos algumas manifestações bastante interessantes sobre o resultado de domingo passado. Aciléa Pinto da Cunha, do Rio de Janeiro, escreveu o seguinte na seção de cartas dos leitores em 'O Globo' de hoje: "Sou uma dos 44 milhões que votaram contra a candidata indicada por Lula. Ela venceu, mas não estou de todo infeliz, pois pelo menos não vou ver mais o ex-presidente debochando, ironizando, falseando verdades como um sindicalista, e não com postura de presidente d nossa pátria. Espero que a candidata eleita seja digna do cargo que vai ocupar. Não foi a melhor, mas se venceu temos que torcer para que tenha classe e respeito por nós, brasileiros. E que não seja uma marionete, tenha personalidade e opinião própria, para o bem dela e todos nós". Esta é uma manifestação lúcida  e de elevado nível. Incompreensível é ver em alguns blogs que existam pessoas já torcendo contra, o que não é válido, pois se a presidente eleita falhar, o povo é que vai pagar;

De nada adiantam especulações sobre possíveis ataques à Constituição por parte de Dilma com base na confortável maioria parlamentar de que disporá durante seu Governo. Não dá agora para se falar em possibilidade do Brasil vir a copiar as iniciativas "bolivarianas" de Hugo Chávez que visam a perpetuação dele no poder venezuelano. Aqui no Brasil a banda toca em outro ritmo. Quando petistas assanhados especularam um terceiro mandato para Lula, ele próprio e seus partidários ponderados fizeram a ideia abortar (sem nenhuma restrição de qualquer grupo religioso). Quer queiram ou não Dilma não é Lula, da mesma forma que Serra não era FHC. Essas insinuações eram mero jogo de campanha. Agora, é esperar o andamento do novo Governo. E para que em 2014 a presidente Dilma não tenha condições de se reeleger, não vai ser essa Oposição de agora que vai conseguir. Vão ter que mudar muita coisa e muita gente também.

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