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9 de novembro de 2010

Lula diz que prova do Enem foi um sucesso (?!)

 Mais uma vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está no topo do noticiário e também por motivo de falhas gritantes na sua aplicação. No ano passado houve o vazamento das questões, levando o Ministério da Educação (MEC) a anular as provas e marcar outra. Antes das problemáticas provas deste ano, hou ve uma farta distribuição de dados pessoais de candidatos de anos anteriores pela Internet, em mais um vazamento (a coisa por lá anda mais para vazamento, pois parece haver furos por todos arquivos daquele setor do MEC. Desta vez houve um erro na elaboração das provas fazendo com que uma juíza da 7ª Vara Federal do Ceará determinasse a suspensão temporária do Enem. A medida vale para todo o Brasil. A juíza já tem do seu lado o procurador Oscar Costa Filho, do Ministério Pública Federal (MPF), que entrar com ação requerendo a anulação definitiva da prova de sábado;

Ministro Fernando Haddad
Convém destacar que em países mais adiantados que o nosso o ministro da Educação, Fernando Haddad, já teria sido demitido talvez já no ano passado. Nessa segunda falha gritante, já teria caído desde domingo. Se fosse coisa mínima como ele alega que aconteceu, não haveria motivo para suspender a viagem que faria ontem para a África acompanhado o presidente Lula. Teve que ficar no Brasil porque há milhões de estudantes esperando uma solução imediata, pois querem saber se as provas valeram ou se terão que voltar a fazer pelo menos uma nova prova em substituição às de sábado, nas quais ocorreram erros grosseiros de formulação e de impressão. O MEC quer aplicar nova prova apenas para aqueles que reclamarem achando-se prejudicados. Em se tratando de Brasil, não há como não se admitir que vão aparecer alguns espertos que não foram bem nas provas alegando que erraram por causa dos problemas que aconteceram. Além do mais, não podem ser somente alguns milhares a fazerem nova prova. Se houver nova oportunidade, tem que ser para todos os candidatos;

Quando não tinha nada mais a se argumentar, eis que aparece o presidente Lula, lá em Moçambique, declarando que a prova foi um sucesso extraordinário, enfatizando: "Até hoje tem gente que não se conforma com o Enem. Mas, de qualquer forma, ele provou que é extraordinariamente bem-sucedido". Em outros tempos, alguém diria, em tom de brincadeira que Lula teria revisado as provas e as achado excelentes. Lá em Maputo, Lula afirmou que nem mesmo o problema de inversão do caderno de questões, que atingiu todos os estudantes que participaram do Enem teria afetado a validade do exame. O presidente da República não procurou saber o que pensam os estudante e seus responsáveis nem como está o estado de espírito dos mais de 3 milhões de estudantes que hoje tomarão conhecimento do gabarito das provas, e aqueles que possivelmente tenham sido aprovados, em especial os que tiraram notas elevadas. Parece que não é hora de se ficar defendendo um membro do primeiro escalão do Governo e que por suas vezes mostrou-se incompetente para ali estar;

Para culminar, a presidente eleita já afirmou que a Educação não é uma de suas prioridades, uma vez que o setor já está "bem encaminhado". O que quis ela dizer? Se está encaminhado talvez seja em direção os fundo do poço, pois, afinal, os índices de aprovação dos estudantes no Brasil acabam de ser divulgados de modo retumbantemente negativo, pois estamos no mesmo patamar do Zimbábue. Convém transcrever aqui trechos de carta de uma leitora de 'O Globo' na edição de hoje: "Os erros nas provas do Enem não podem penalizar os estudantes e causar angústias e transtornos também para suas famílias, confiantes na seriedade da instituição. Educação é honestidade, transparência, responsabilidade e justiça".

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