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23 de julho de 2013

Duas 'mancadas' de Dilma: Segurança do papa e discurso de campanha

Se a presidente Dilma anda preocupada com seus índices de aceitação do governo e de intenção de voto, além dele algumas pessoas estão colaborando firmemente para que os resultados das pesquisas dos institutos DafaFolha e Ibope tragam tantas notícias ruins para ela. São mais adversárias do que Marina Silva, Aécio Neves, Eduardo Campos e outros prováveis candidatos à sua sucessão. E o maior problema está no fato de são pessoas muito próximas a ela, atuando até nos gabinetes próximos aos seus no Palácio do Planalto. A cada mancada do Governo, com Dilma à frente, os índices despencam e acabam de vez com a tranquilidade com que ela fluía em direção a uma tranquila reeleição no ano que vem;
Tudo começou quando o povo saiu às ruas em junho, no rastro das manifestações contra os famosos 20 centavos nas tarifas de ônibus de São Paulo e do Rio de Janeiro, e as reivindicações mais variadas possíveis focavam em especial a falta de serviços de responsabilidade dos governos das três esferas e mais ainda contra o comportamento nada republicano dos políticos em geral. O ponto de partida da derrocada de Dilma começou com quem lhe sugeriu a realização de um plebiscito para o povo opinar sobre uma reforma política de interesse principalmente do Governo e do PT, algo que ninguém havia reivindicado nas manifestações;
Os fatos negativos mais recentes aconteceram nesta segunda-feira, na chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro para participar de Jornada Mundial da Juventude. Numa falha das mais gritantes fizeram com que o papa fosse obrigado a conhecer um corriqueiro engarrafamento na Avenida Presidente Vargas, quando o carro que conduzia o pontífice ficou espremido entre uma multidão de fiéis e uma fila de ônibus, algo muito normal nas tardes cariocas, fato que ganhou destaque e críticas até da imprensa internacional. Discute-se até hoje de quem é a responsabilidade, se federal estadual ou municipal, mas o fato é que a vida do papa Francisco correu risco, pois algum fanático poderia praticar algum ato violento, sabe-se lá o porquê. Seja como for, toda segurança de um chefe de Estado que nos visite fica por conta de órgãos subordinados ao Ministério da Justiça. Não adianta alegar que foram autoridades do Vaticano que mudaram o roteiro por conta própria;
Já tivemos a Fifa mudando regras legais na Copa das Confederações com as autoridades brasileiras se 'agachando' para as ordens de Joseph Blatter com suas exigências de 'Padrão Fifa'. Aliás, esperamos ver como será no ano que vem durante a Copa do Mundo, uma vez que esse cidadão já declarou que não quer saber de manifestações populares nas proximidades dos estádios durante a competição. Só faltava isso! No final das contas, o ministro José Eduardo Cardozo tem que dar satisfações concretas, ou então a presidente Dilma tem que afastá-lo do cargo, por total incompetência pela possibilidade que existiu – e é provável que ainda existam, face à forma humilde de Francisco, querendo contato com o povo – de o Brasil entrar no noticiário diante de uma tragédia que fora evitada;
Outro 'inimigo íntimo' de Dilma é que escreve seus discursos, em especial o que ela leu (com alguns vacilos) na recepção ao papa Francisco, quando ela fez um discurso totalmente político, elogiando os dez anos de administração petista, repetindo algo já dito pelo ex-presidente Lula, ignorando o fato de que o povo está reclamando exatamente contra a falta de medidas do Governo na utilização dos recursos de que dispõe provenientes dos mais altos impostos do mundo que lhe são tomados. Alguém mandou Dilma aproveitar a audiência mundial e em especial a nacional para fazer campanha eleitoral procurando 'ficar melhor na foto', na qual sua imagem anda bastante desfocada;
Em contrapartida, o papa Francisco fez um discurso de apenas 15 minutos – a fala de Dilma durou exatamente o dobro do tempo –, focado apenas em termos religiosos, ofuscando aquela imagem de um Vaticano muito rico, ocasião em que destacou: "Não tenho nem prata, mas trago o que de mais precioso que me foi dado: Jesus Cristo". Só nesta frase já há motivo demais para quem escreve os discursos de Dilma ser também afastado da função. De outra forma, é melhor Dilma prestar mais atenção nos que a cercam, ainda mais agora que os petistas brigam entre si e os aliados começam a querer deixar o barco do Governo, acabando de vez com o projeto de eternização no poder de Lula e do PT.

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