-

10 de julho de 2013

Farras aéreas e parentes suplentes: políticos 'se lixam' para o povo

Continuam os homens públicos brasileiros – parecem que mais privados que públicos – não dando ouvidos aos recados dados nas manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas reivindicando mudanças no comportamento deles, ao lado de exigências para o cumprimento de suas obrigações, ou seja, os governantes devolvendo com obras e serviços os impostos pagos pelos contribuintes, algo que não tem ocorrido e o que existe é precário, e os parlamentares para que votem as leis que tratam das coisas que farão os sistemas atuais funcionarem de modo mais adequado, em especial a legislação que trata eleitoral, bem como o fim de mordomias escandalosas que nossos legisladores têm direito;
Mas parece que alguns não entenderam nada. Ainda repercutem as notícias dando conta de que os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Alves, e também o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves (este, talvez por coincidência primo de Henrique Alves), acharam normal viajarem em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em voos de caráter particular para assistir o jogo final da Copa das Confederações e até para participar de festa de casamento. Flagrados pela mídia, resolveram pagar pela utilização das aeronaves em valores bastante discutíveis;
Nessa farra aérea tentaram envolver o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do ‘Mensalão do PT’, que condenou à prisão altas figuras do partido do Governo, que também veio de Brasília e assistiu o jogo Brasil x Espanha no Maracanã. O ministro viajou em avião de carreira com passagem a que tem direito, como os parlamentares e outras autoridades, com o detalhe de que mora no Rio de Janeiro, não tendo viajado exclusivamente para participar de uma tarde esportiva e festejar o título do Brasil na Copa das Confederações;
Outro que foi flagrado também se valendo de viagens aéreas de caráter particular em helicópteros do Governo foi o governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, que em entrevista chegou ao ponto de gaguejar tentando justificar um possível direito de viajar semanalmente para sua casa de praia, acompanhado de babás e até do cachorrinho Juquinha com despesas pagas pelos cofres públicos estaduais. É muita cara de pau, levando-se em conta que uma hora de vôo custa, em média, R$ 9.500,00. E Cabral se dá o direito de viajar de helicóptero do Leblon ao Palácio das Laranjeiras, numa distância de apenas 10 quilômetros;
Para ‘melhorar’ o modo como os políticos enxergaram as manifestações, o Senado acaba de rejeitar a aprovação de legislação que diminuía para apenas um o número de suplentes de senador e que proibia a candidatura de parentes próximos para a suplência, como hoje ocorre. Isso quer dizer que fica como está. Ainda bem que sepultaram o famigerado plebiscito que tão apressadamente Dilma Rousseff queria, sabe-se lá por qual razão, mas é bom que não se esqueçam de que o povo não está dormindo. As conversas continuam pelas redes sociais e uma convocação para uma marcha a Brasília pode ser feita em poucos dias para chamar esses políticos às falas. É bom que fiquem atentos;
Em tempo: A Câmara e o Senado podem 'limpar a barra' imitando a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os deputados estuais mineiros aprovaram emenda à Constituição Estadual estabelecendo o VOTO ABERTO em todas as votações em plenário, com os presentes podendo ver no painel como eles votaram. Afinal, os eleitores têm o direito de saber como votam seus representantes. Espera-se que o mesmo aconteça em todas as Casas Legislativas do País, bastando para isso que Câmara e Senado aprovem em sua totalidade a PEC 349/2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não saia do Blog sem deixar seu comentário