Um assunto que está dominando hoje a mídia e nos comentários é o reajuste de 7,72% dos proventos dos aposentados que recebem valores superiores ao salário-mínimo (R$ 510,00) concedido por Lua ao sancionar lei aprovada pelo Congresso Nacional. Como se sabe, o Governo baixou Medida Provisória concedendo aumento de 6,14%, que foi emendada com o percentual maior, emenda essa que foi votada tanto pela oposição como por grande número de integrantes da base aliada do Governo. Imediatamente, a equipe econômica de Lula afirmou que o percentual de 7,72% não poderia ser pago, a não ser se os parlamentares apontassem os recursos para cobrir a despesa;
De uma hora para a outra Lula aprovou o aumento, mesmo sem que os recursos para cobrir a despesa tenham sido apontados e sem nenhum parecer da equipe econômica (Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Paulo Bernardo, ministro do Planejamento) desse algum parecer favorável, apontando solução para os novos valores. A decisão foi totalmente política. Afinal, daqui a alguns dias haverá eleição e Lula faz qualquer coisa para angariar simpatias em favor de sua candidata. Certamente muita cornetas e trombetas soarão informando aos aposentados e seus parentes, cerca de 20% do eleitorado, em busca de votos para a candidata oficial;
Tem muita gente comemorando, mas falta esclarecer que todos já estão recebendo seus proventos com o reajuste original da Medida Provisória, que é de 6,14%. Sendo assim, os aposentados vão ter um reajuste real de 1,58%. Tem muita gente raciocinando em receber uma boa grana na diferença que retroage a janeiro deste ano. Outra coisa é que os servidores da Câmara dos Deputados vão ter aumento variando de 15% a 38%, além de aumentos em outras gratificações. Os funcionários da Justiça reivindicam aumento de até 56%. Se para esse aumentos há dinheiro, certamente havia também para os aposentados. Aconteceu - parece - um grande jogo de cena. Nega-se para depois conceder;
Seja o que tenha realmente acontecido, mesmo com os 7,72% os aposentados continuam sendo os grandes injustiçados ao longo dos últimos anos, quando após contribuírem para a Previdência sobre determinados números de salários-mínimos vêem a cada ano seus proventos crescendo como rabo de cavalos, isto é, seus proventos são sempre diminuídos a cada aumento dos proventos equivalentes ao salário-minimo. Mas 2010 é ano de eleição e os argumentos de impossibilidade de reajuste para os que ganham mais estão momentaneamente suspensos. Daqui a quatro anos certamente haverá um novo pacote de bondades.
Parabens pelo post amigo Airton, lucido.
ResponderExcluirParabens pelo novo visual do blog
Um abraco
Airton, como acredito que podemos tirar coisas boas das piores coisas, hoje dediquei uma página aos anônimos, com todo carinho.
ResponderExcluirAliás, como está no artigo acima, Luís Inácio é mestre em fazer isso, com a gravidade de distorcer os fatos.