Logo que foi criado, o "horário gratuito" no rádio e na TV durante as campanhas eleitorais era comum as pessoas, especialmente os telespectadores, aproveitarem o tempo para outros afazeres até que as transmissões voltassem à normalidade. Atualmente, o horário nada tem de gratuito, pois as produções são caríssimas e tornou-se num momento de maior ambição dos candidatos. Para muitos, é no horário nobre principalmente que as eleições se decidem. É o tempo partidos na propaganda eleitoral gratuita na TV que leva os candidatos, em especial aos cargos majoritários, a fazerem os mais estapafúrdios acordos em busca de obterem minutos e segundos preciosos somados aos de seus partidos de origem;
Por causa disso, os candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estão se aliando a conhecidos integrantes da política com históricos de escândalos. Por mais que sejam autênticos "fichas sujas", eles têm um eleitorado considerável e aliar-se a eles significa, além dos votos somados, mais tempo no horário de propaganda eleitoral obrigatório. Embora militantes e simpatizantes tanto do PSDB como do PT estão insatisfeitos, mas as cúpulas partidárias não estão nem aí. Para eles, o que interessa é ter mais aliados somando mais tempo na TV, bem como a conquista de mais apoio;
Dilma Roussef tem como maior aliado o PMDB, que ficou com a vaga de vice da candidata do Governo, tendo entre seus principais aliados gente como o senador José Sarney (PMDB-AP) e o deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), cujas histórias não são nada recomendáveis. Também estão com ela Fernando Collor (PTB-AL), Roseana Sarney (PMDB-MA), Anthony Garotinho (PR-RJ) e Marcelo Miranda (PMDB-TO), todos envolvidos em sérios problemas na Justiça. José Serra está também muito bem "acompanhado" de Roberto Jefferson (PTB-RJ), Joaquim Roriz (PSC-DF), Yeda Crusius (PSDB-RS), Jackson Lago (PDT-MA), Cássio Cunha (PSDB-PB), Expedito Júnior (PSDB-RO) e Orestes Quércia (PMDB-SP), todos possuidores de extensas "folhas corridas", em nada recomendados a servirem de correligionários;
Vê-se, portanto, que nesses casos a Lei Ficha Limpa serve apenas como paliativo para uma pequena limpeza do quadro político do Brasil, uma vez aos candidatos a cargos majoritários pouco interessa saber a situação moral de seus apoiantes, mas sim o quanto valem no somatório de votos e tempo no horário da propaganda obrigatória na TV e no Rádio.
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