Nos últimos dias, me vejo, bastante triste, diante de notícias sobre a catástrofe que ocorreu no Nordeste - Pernambuco e Alagoas em especial - e vejo que minha cidade natal, Palmares (PE), ficou quase que completamente destruída. Pela sua localização, a casa onde nasci tinha atrás de si o Rio Una, o veículo que serviu para cobrir Palmares de água e deixar milhares de habitantes desabrigados e alguns deles mortos. E esse provável fato triste com aquela casa aconteceu justamente no dia de meu aniversário. Nestas horas, muita gente aparece para ajudar, numa demonstração bem brasileira de solidariedade. O Poder Público também aparece, porém muitas vezes para isso mesmo, ou seja, aparecer;
Como se recorda, no ano passado houve algo semelhante em Santa Catarina, mas o presidente Lula somente fez um sobrevoo depois de muita pancada na mídia (sua ida ao Haiti depois do terrível terremoto. foi bem mais rápida). Logo após a tragédia, o Governo anunciou com todas as trombetas soando a liberação de verba para socorrer a população atingida. Ficamos sabendo que até agora, um ano já passado, ainda falta a liberação de boa parte dos recursos não largamente anunciados na ocasião. Agora, no entanto, em ano de eleição, a coisa é diferente. Lula já visitou locais duramente atingidos pelas águas. Houve um anúncio de imediata liberação de R$ 50 milhões, metade do que seria utilizado naquela área. Outras notícias recentes já falam em R$ 500 milhões para atender os áreas atingidas;
Mas tem algo pior. Existem recursos orçamentários para que o Ministério da Integração Nacional distribua dinheiro aos estados com vistas realizar obras destinadas a evitar tragédias com as que atingiram esta semana os dois estados nordestinos. Titular daquela pasta até março deste ano, Geddel Vieira, do PMDB baiano, liberou para seu estado e reduto político quase 60% daqueles recursos. Para Pernambuco, foram destinados 0,24% e para Alagoas, cujo governador é do PSDB, nada foi destinado. Acontece que Geddel é candidato a governador da Bahia e apoia, obviamente, Dilma Rousseff. Daí esta criminosa manipulação dos recursos;
Vê-se, portanto, que o Governo, cujo presidente é dono de uma imensa popularidade, é, acima de tudo, manipulador de recursos que deveriam ser tratados com decência e não com interesses políticos. Em face desse aparelhamento dos órgãos públicos, com ministérios e cargos de direção distribuídos conforme interesses partidários e em troca de apoio, não há como ão considerar o Governo como grande culpado pela tragédia que se abateu sobre Alagoas e Pernambuco.
Vê-se, portanto, que o Governo, cujo presidente é dono de uma imensa popularidade, é, acima de tudo, manipulador de recursos que deveriam ser tratados com decência e não com interesses políticos. Em face desse aparelhamento dos órgãos públicos, com ministérios e cargos de direção distribuídos conforme interesses partidários e em troca de apoio, não há como ão considerar o Governo como grande culpado pela tragédia que se abateu sobre Alagoas e Pernambuco.
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