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26 de outubro de 2009

Dilma diz ser autora das obras que inaugura

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu neste domingo sua presença em inaugurações de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e reivindicou a maternidade dos principais projetos do governo, como o próprio PAC, o programa Minha Casa, Minha Vida e o pré-sal. A declaração de Dilma está no O Globo de hoje (dia 26). Como se sabe, a maratona de eventos da ministra ao lado do presidente Lula tem recebido fortes críticas da Oposição, acusando-a de antecipar a campanha eleitoral. Lula, no entanto, já avisou que as viagens continuarão;

Partidos da Oposição (DEM, PSDB e PPS) protocolaram na terça-feira passada uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Lula e a ministra da Casa Civil por campanha antecipada. Para os oposicionistas, a viagem de três dias para vistoriar as obras de transposição do Rio São Francisco, mesmo "sem a referência expressa à candidatura" da ministra, serviu para apresentar a candidata de Lula à sucessão presidencial. Eles afirmam que "é impossível não concluir pela existência de propaganda eleitoral antecipada, porquanto indubitável a intenção de influir na vontade do eleitorado presente ao "comício", fato que revela ação em benefício da representada como postulante a cargo eletivo". Por isso, pediram a notificação imediata de ambos, além da aplicação da maior multa possível;

Justificando suas viagens, a candidata de Lula declarou: “Eu não caí do céu e apareci lá na Casa Civil, não. Estou lá desde 2005. Do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, eu participei diretamente. Eu não entendo por que é que eu não posso viajar. É um preconceito contra a mulher, isso, hein? Eu posso ir para a cozinha, cozinhar o projeto, e, na hora de servir na sala, nem ver?” Segundo reportagem, a ministra fez a declaração na saída de um colóquio organizado pelo PT em São Paulo com cerca de 60 grupos de movimentos sociais de todo o país para buscar mais diálogo com o governo e o partido.

E disse mais: “Outro dia a gente lançou o pré-sal. Ninguém desconhece que eu coordenei o pré-sal. E o PAC? Olha, o que eu sofri com esse PAC, vocês sabem disso. Eu sofri e sofro, cada vez menos. Vocês falavam para mim: o PAC está só no papel, e eu dizia "quem dera". Quando eu cheguei não tinha nem papel porque não tinha projeto. Eu participei, eu ajudei a fazer, eu não posso ir olhar? Eu não posso participar da inauguração?” Ela afirmou que ainda não discutiu com o partido nem com o presidente se sairá do governo em fevereiro, como defendem os petistas, ou em abril, quando expira o prazo para deixar o cargo;

Vê-se, pois, que tanto a ministra-candidata como o presidente Lula pouco estão “se lixando” para a legislação eleitoral. Mas o que se sabe é que tudo faz parte do esforço para tentar alavancar a candidatura de Dilma, pois segundo pesquisas feitas por partidos políticos não divulgadas pela imprensa, ela continua patinando em percentuais baixos (abaixo de 20%), com Ciro Gomes (PSB) no seu encalço. Para piorar, tais pesquisas apontam o nome do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com percentual que hoje praticamente lhe garantia uma eleição no primeiro turno.

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