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31 de março de 2009

Senado e Câmara têm voos à vontade

O título e os subtítulos de matéria publicada hoje na "Folha de São Paulo" dizem o seguinte:


Congressistas podem gastar até R$ 33 mil com passagens

Verba permite compra de mais de 30 bilhetes ida e volta por mês de Brasília a Estados

54 congressistas têm cota adicional de até R$ 13 mil;

em 2008, Câmara gastou R$ 80 mi com passagens;

Senado não revela valor


A matéria da "Folha", entre outras informações espantosas, informa ainda:


"Em meio a muito sigilo, desvio de finalidade e suspeita de irregularidade, o Congresso Nacional destina mensalmente aos 594 deputados federais e senadores uma cota para compra de passagens aéreas que, em alguns casos, permite a aquisição todo mês de mais de 30 bilhetes de ida e volta entre Brasília e o Estado de origem";

E diz mais: "Criada originalmente para permitir ao congressista quatro deslocamentos mensais ao Estado, a cota aérea é paga conforme o Estado do parlamentar e se ele ocupa ou não posto de destaque nas duas Casas. Na atual legislatura, o valor varia de R$ 4.700 a R$ 33 mil. Em 2008, a Câmara desembolsou R$ 80 milhões sob essa rubrica. O Senado, bombardeado nas últimas semanas por denúncias de mau uso dessa e de outras verbas de apoio ao trabalho parlamentar, se recusou a fornecer o dado à Folha";

A matéria prossegue relatando o seguinte: "Ao longo da semana passada, a Folha coletou informações nos gabinetes das duas Casas e apurou que a cota é alvo de desvirtuamento, como a distribuição de passagens a eleitores. Na Câmara, a verba fixa varia de R$ 4.700 a R$ 18,7 mil. No Senado, de R$ 13 mil a R$ 25 mil. As duas Casas remuneram os parlamentares do Distrito Federal que não precisam voar para suas bases".

E acrescenta mais uma informação: "Além disso, um grupo de 54 congressistas - integrantes da Mesa, seus suplentes e os líderes partidários- tem direito a um repasse adicional, que pode chegar a R$ 13 mil. Neste grupo está o senador Adelmir Santana (DEM-DF), suplente da Mesa do Senado. Apesar de morar em Brasília, recebe a cota aérea".

A "Folha" ainda consultou as tarifas médias das principais companhias aéreas do país, TAM e Gol, usando como critério valores médios da tarifa para compra com um dia de antecedência, e constatou que, em média, os deputados conseguiriam adquirir 13 passagens ida e volta/ mês, e os senadores, 17. E relata: "No caso de Goiás, por exemplo, a cota da Câmara (R$ 9.172) permite a compra de 25 passagens pela tarifa média de R$ 368 (ida e volta). Por serem líderes de bancada, Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Sandro Mabel (PR-GO) têm direito a adicional de R$ 4.700. Poderiam comprar até 38 passagens de ida e volta/mês, pela tarifa média, não promocional. Os três senadores do Piauí, todos eles integrantes da Mesa do Senado, têm direito cada um a cerca de R$ 28 mil, o que equivale a 27 passagens de ida e volta entre Teresina e Brasília";

E vem mais um absurdo: "O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem cota de R$ 23,7 mil (abriu mão dela desde fevereiro, pois lhe é permitido o uso de avião da Força Aérea Brasileira). José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, tem R$ 33 mil. Além do alto valor, a Folha constatou que não há fiscalização sobre o uso da verba. O congressista emite a passagem no nome de quem quiser e não precisa prestar contas. 'O controle é do parlamentar', confirmou Odair Cunha (PT-MG), terceiro-secretário da Câmara, responsável pela administração da cota dos deputados";

E conclui aquele jornal: "Questionadas pela Folha, as duas Casas afirmam estudar mudanças no sistema de controle. O Senado tende a formalizar a permissão para doação de passagens. Na Câmara, a Diretoria-Geral fala em combater a comercialização da verba";


Aí está um retrato de como é gasto o dinheiro público por aqueles que supostamente nos representam no Congresso Nacional. Não fica difícil entender porque esse cidadãos gastam milhões para se elegerem, pois além dessas mordomias todas ainda podem participar de diversas maracutaias em conluio com o Poder Executivo, ganhando mais dinheiro ainda;

Essas informações da "Folha", na realidade, são estarrecedoras e só estão vindo agora ao nosso conhecimento a partir dos escândalos do Senado com os casos da "horas extras" e dos 181 "diretores" fantasmas. Parece que é chegada a hora dos eleitores passarem a pensar desde já em quem vão eleger para representá-los nas eleições do ano que vem.

Um comentário:

  1. e o dinheiro vem do bolso do cidadao honesta que se mata de trabalhar.
    enquanto a indignação for maior que a força de vontade , ficaremos na mesma, lamentando o quanto somos enganados e estáticos, assistindo o datena na televisão, puff

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