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28 de abril de 2017

Enquanto se discute se a greve a ‘vermelha’ ou não, a Lava-Jato mais complica Sérgio Cabral

Enquanto o povo fica discutindo sobre a greve, se é geral ou é do PT e da CUT, se Lula vai melhorar sua situação depondo diante do juiz Sérgio Moro, ou até se será preso na ocasião, quase não se fala sobre as complicações em que o ex-governador Sérgio Cabral andou se metendo ontem com as declarações do seu ex-secretário do Governo e braço direito Wilson Carlos. Interrogado ontem por Moro, ele afirmou que Cabral preferia manter o dinheiro em casa do que deixar em bancos. Como se sabe, ele é réu, ao lado do ex-governador, em ação penal sobre propina de R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez a Sérgio Cabral sobre obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). "Ao longo da minha vida sempre eu recorri a empréstimos para equilibrar meu orçamento doméstico, fosse em instituições bancárias ou mesmo em conhecidos, através de conhecidos", afirmou. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Wilson Carlos era um dos controladores da conta-corrente de propina de Sérgio Cabral. A acusação da força-tarefa da Lava-Jato afirma que entre 13 de novembro de 2008 e 30 de março Wilson Carlos realizou 3 compras e quitou 26 faturas de cartão de crédito efetuando 61 pagamentos em espécie de vultosas quantias – cujos valores variaram entre R$ 1.450,00 e R$ 35 mil e somaram R$ 455.144,38. Moro questionou Wilson Carlos sobre a compra de uma embarcação Flexboat de R$ 264 mil por meio de depósitos bancários em espécie, sendo que 29 transações foram fracionadas em valores inferiores a R$ 10 mil. Moro questionou Carlos do porquê de o ex-secretário não ter convocado os amigos como testemunhas no processo. "Excelência, eu, na verdade, estabeleci com meus advogados que eu não quis trazer ninguém nem como testemunhas. Não quero expor ninguém, não vou citar o nome de ninguém", afirmou. O ex-secretário relatou que pagou os empréstimos aos poucos ia pagando em dinheiro. E disse: “É importante deixar claro, Excelência, eu sempre preferi ter meus recursos ao invés de deixar no banco, eu me senti sempre mais seguro desses”;


Como o dia de ontem não andava nada favorável a Sérgio Cabral, ele e sua mulher Adriana Ancelmo também estiveram frente a frente com Sérgio Moro. O ex-governador fluminense aproveitou a ocasião para dar uma demonstração de ser um excelente marido, isentando sua mulher de qualquer responsabilidade nas compras de joias de alto valor, roupas de grife (ternos de ate R$ 100 mil), automóveis de luxo importados, mesmo que no nome dela. E ainda foi sincero quando declarou: “Vossa Excelência tem ouvido aqui muitas observações a respeito de ‘Caixa 2’, sobras de campanha. Isso é um fato. É um fato da vida nacional. Reconheço esse erro. São recursos próprios e recursos de sobra de campanha. De ‘Caixa 2’. São com esses recursos, nada a ver com a minha mulher”. Por sua vez, Adriana Ancelmo  também foi bem clara quando afirmou: “Meu relacionamento é matrimonial, não econômico-financeiro”. O principal detalhe fica por conta de Sérgio Cabral, orientado por sua defesa, não responder diretamente a nenhuma pergunta formulada por Sérgio Moro, falando apenas quando seu advogado repetia os questionamentos do magistrado. Outro fato que ganhou destaque na imprensa e nas redes sociais foi a silhueta dele, dando a entender que a “gororoba” do restaurante de Bangu que ele hoje frequenta e mais indicada do que as cardápios dos restaurantes de Paris, onde a comida era tão apreciada por ele e seus amigos a ponto de depois dos caros jantares eles dançarem com guardanapos nas cabeças.

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