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29 de junho de 2013

Dilma despenca em pesquisa, mas ainda fala em reforma política

  • A notícia já era esperada, mas certamente caiu como uma bomba no Palácio do Planalto. Uma pesquisa finalizada ontem pelo instituto Datafolha mostra que a popularidade da presidente Dilma Rousseff despencou. A avaliação positiva dela caiu 27 pontos percentuais em três semanas. O Datafolha informa que hoje 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de manifestações pelo Brasil, a aprovação de Dilma era de 57%, quando houve uma queda de 8%, pois em março o índice era de aceitação do governo de Dilma era 65%, mais que o dobro do atual. Convém destacar que a queda de Dilma tem a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico de Fernando Collor de Mello, em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi confiscada. Naquela ocasião, a queda foi de 35 pontos (71% para 36%);
  • Parece, no entanto, que Dilma e seus principais interlocutores não se impressionaram com isso. Mas é puro disfarce. Não fora isso, não teria a presidente saído em campo e em rede de TV e rádio falou em reforma política, item que não fez parte da agenda de nenhuma manifestação, nas quais, ao contrário, o povo pede MUDANÇA DE POLÍTICOS, principalmente no que se refere a fisiologismo e corrupção. Pior ainda, Dilma apresenta uma proposta de realização de plebiscito, algo que não tem dado bons resultados na América do Sul, pois foi através desse instrumento que pode ser bastante manuseado pelo poder e fazer surgir líderes como Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador), que se aproveitaram da consulta para conseguir alterações nas respectivas constituições, criando dispositivos que lhes permitam se eternizar no poder. A verdade é que essa proposta não encontrou guarida nem entre os próprios governistas;
  • Além da precariedade dos serviços públicos, em especial  nas áreas de Saúde, Educação, Segurança, Transportes, Saneamento e outras obrigações governamentais, na parte política o povo quer o fim de várias coisas: as mordomias dos parlamentares; os suplentes de senador sem voto; a imunidade parlamentar; a redução dos ministérios e dos milhares de cargos em comissão; a redução do número de deputados e senadores; o fim das legendas partidárias de aluguel. Certamente muitos desses itens não fariam parte de um plebiscito, pois os políticos não são capazes de atirar no próprio pé. Da mesma forma, o povo quer o fim da morosidade da Justiça no julgamento de políticos, que são punidos e passam anos sem cumprir pena, protegidos por recursos protelatórios. Felizmente esse último item passou a dar esperança e melhores dias a partir do fato de que pela primeira vez um deputado condenado está preso, sem cassação (ainda) de seu mandato;
  • Agora, cabe ao povo se manter nas ruas exigindo essas modificações no meio político, lembrando que esse mesmo povo tem poderes para mudar os políticos, elegendo novos nomes para substituir os atuais (com as raras exceções, tipo Romário e outros), desde que no dia 6 de outubro de 2014 saibam votar naqueles que na verdade tenham compromisso com um Brasil para os brasileiros, e não para o bolso deles.

Um comentário:

  1. Caíram desde antes das manifestações as aprovações máximas da Presidenta. Entretanto, desconfio dessa pesquisa. Desde que as torcidas do Corinthians e do Flamengo foram consideradas empatadas em número de torcedores, o Datafolha está sob suspeita.

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