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2 de abril de 2012

Lula vai precisar mesmo falar muito para alavancar a 'mala' Haddad

  • "É um consenso de todo o grupo de que está caracterizado em São Paulo um apagão dos transportes públicos, pelas inúmeras panes, pelos atrasos em obras, pelos projetos de investimento que estavam indefinidos", disse o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, durante reunião com Conselho Político do comando do partido, que estabeleceu o aumento da polarização com o PSDB, explorando as recentes panes no sistema de transporte estadual, classificando-as com um “apagão” na infraestrutura da cidade. O foco das críticas foi o Governo do Estado comandado pelos tucanos, responsável pela administração dos trens metropolitanos e do Metrô e que apoia a pré-candidatura de José Serra (PSDB). Haddad falou em "panes recorrentes" no sistema de transporte coletivo e em "subinvestimento" no setor;
  • O lançamento da candidatura de Haddad à Prefeitura de São Paulo, por imposição do ex-presidente Lula, jogando para escanteio a pretensão da senadora Marta Suplicy, é uma jogada política de alto risco. Lula e o PT querem tirar a prefeitura paulistana das mãos do PSDB, plano que também se estende ao Governo do Estado. Caso ele consiga repetir na capital paulista o sucesso que teve ao lançar Dilma Rousseff à sua sucessão, alguém que nunca havia experimentado participar de uma eleição, p sucesso em 2014 estará também garantido. Lula foi corajoso em sua empreitada, pois está submetendo ao eleitorado paulistano o nome de um ministro também neófito em termos de eleição, cuja fama está focada nas trapalhadas ocorridas nos exames do Enem, além de outros estrepolias patrocinadas pelo Ministério da Educação, quando era titular da pasta;
  • Quem conhece o PT sabe muito bem que os sindicalistas vinculados àquele partido são suficientemente capazes de promoverem qualquer coisa para beneficiar seu líder maior, incluindo-se aí até algum tipo de sabotagem para por a culpa nos adversários, principalmente se isso provocar algum tipo de desgaste político. Sendo ano de eleição, talvez não sejam 'mera coincidência' a declaração de Haddad estampada acima. Tudo faz crer tratar-se de uma estratégia muito bem orquestrada para desgastar a candidatura de José Serra, que tem como um dos grandes cabos eleitorais o governador tucano Geraldo Alckmin;
  • Vê-se, no entanto, que Lula tinha razão quando afirmou que se medo maior durante o tratamento que fez era exatamente perder a voz. Afinal, trata-se de alguém que tem na palavra sua maior arma, a ponto de convencer a maioria dos eleitores brasileiros a eleger uma pessoas praticamente desconhecida para a Presidência da República. Mas no caso de Haddad, será necessário que Lula não tenha ficado com nenhuma sequela na sua fala, porque seu candidato continua patinando nas pesquisas, que sempre apontam a candidatura de José Serra como a preferida pela maioria do eleitorado paulistano. Além de Lula no palanque, o candidato do PT talvez precise de muitos outros 'apagões' provocados pelos sindicalistas nos serviços públicos da capital paulista para os petistas conseguirem finalmente afastar os tucamos do comando da Prefeitura e do Governo do Estado.

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