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12 de abril de 2012

CPMI de Carlinhos Cachoeira pode espalhar estilhaços até no Governo

  • Isso não deixaria de acontecer. O PSDB pretende ressuscitar o caso Waldomiro Diniz na CPMI que vai ser instalada para investigar as relações do 'empresário de jogos ilegais' Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresas. Isso foi o que disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE). Como se recorda, Waldomiro foi o responsável pelo primeiro escândalo de corrupção no governo Lula, quando chegou a ser demitido do cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares do Gabinete Civil, chefiado pelo então ministro José Dirceu (PT). O fato ocorreu em 2004, após ter vindo à tona um vídeo em que ele aparece recebendo propina de Carlinhos Cachoeira. A notícia está no site do jornal paulista "Estadão". Ao ser questionado sobre se, passados oito anos do caso, ainda há o que investigar, o líder tucano respondeu: "Quem achava que Cachoeira ainda teria? Tudo começou com Cachoeira. Passados oito anos, nós estamos de volta com Cachoeira. Acho que vamos viver um remake, um vale a pena ver de novo de nomes que o Brasil já conhecia e vão voltar ao cenário";
  • O líder tucano se baseia na versão do texto para criação da CPMI, apresentada hoje pelo PT, agradou a oposição e dá segurança a uma "investigação ampla e abrangente". Ele não quis opinar sobre se a comissão poderia se transformar numa CPI do Fim do Mundo, como foi chamada, em 2005, a CPI dos Bingos do Senado, diante da variedade de temas investigados. Foi o escândalo de Waldomiro que fez o Senado criar aquela comissão. Apesar de tudo, o líder do PSDB não acredita que a CPMI do Cachoeira pode ser esvaziada por conta das eleições de outubro. "Eu acho que os fatos é que vão dar o tom da investigação", afirmou. A partir de hoje, a oposição vai começar a discutir a forma de coleta de assinaturas de deputados e senadores para se criar a comissão. Para a instalação da CPMI serão necessárias pelo menos 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores;
  • Pelo que se conhece do PT e de seu grande aliado, o PMDB, é certo que quando as investigações se aproximarem perigosamente de pessoas próximas ao Governo este acione seu 'rolo compessor', pois é evidente que a maioria da CPMI será composta pelos dois partidos, que já dividirão entre si a presidência a a relatoria da comissão. Já há tanto governistas como oposicionistas ligeiramente arrependidos de terem dado tanta ênfase à instalação da CPMI, haja vista que antes dela ser composta já sugiram casos relacionados com o governo petista do Distrito Federal, quando o objetivo era atingir o governado de Goiás, Marconi Perillo, que é do PSDB, ao ponto do presidente nacional do PR, Rui Falcão declara no site do partido que a CPMI serviria a prova a 'farsa do Mensalão do PT', visto que ela estaria atingindo, além do senador oriundo do DEM, também um governador tucano;
  • Acontece que todos os dias começam a pipoca casos de gente da 'base aliada' que tem ou tinha ligações com Carlinhos Cachoeira, como é o caso do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano, Idalberto Matias Araújo, o Dadá. A redação afirma que a comissão será destinada a “investigar num prazo de 180 dias, práticas criminosas desvendadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos Augusto Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e privados.” O novo texto do requerimento da CPMI diz que a investigação se dará “sem prejuízo de investigação de fatos que se ligam ao objeto principal, dentre eles a existência de um esquema de interceptações e monitoramento de comunicações telefônicas e telemáticas ao arrepio do princípio de reserva de jurisdição”. Agora, é pagar para ver.

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