CPMI de Carlinhos Cachoeira pode espalhar estilhaços até no Governo
- Isso não deixaria de acontecer. O PSDB pretende
ressuscitar o caso Waldomiro Diniz na CPMI que vai ser instalada para
investigar as relações do 'empresário de jogos ilegais' Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresas. Isso foi o que disse o líder do
PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE). Como se recorda, Waldomiro foi o
responsável pelo primeiro escândalo de corrupção no governo Lula, quando chegou
a ser demitido do cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares do Gabinete
Civil, chefiado pelo então ministro José Dirceu (PT). O fato ocorreu em 2004,
após ter vindo à tona um vídeo em que ele aparece recebendo propina de
Carlinhos Cachoeira. A notícia está no site do jornal paulista "Estadão".
Ao ser questionado sobre se, passados oito anos do caso, ainda há o que
investigar, o líder tucano respondeu: "Quem achava que Cachoeira
ainda teria? Tudo começou com Cachoeira. Passados oito anos, nós estamos de
volta com Cachoeira. Acho que vamos viver um remake, um vale a pena ver de novo
de nomes que o Brasil já conhecia e vão voltar ao cenário";
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O líder tucano se baseia na versão do texto para criação da CPMI, apresentada
hoje pelo PT, agradou a oposição e dá segurança a uma "investigação ampla
e abrangente". Ele não quis opinar sobre se a comissão poderia se
transformar numa CPI do Fim do Mundo, como foi chamada, em 2005, a CPI dos Bingos
do Senado, diante da variedade de temas investigados. Foi o escândalo de
Waldomiro que fez o Senado criar aquela comissão. Apesar de tudo, o líder do
PSDB não acredita que a CPMI do Cachoeira pode ser esvaziada por conta das
eleições de outubro. "Eu acho que os fatos é que vão dar o tom da
investigação", afirmou. A partir de hoje, a oposição vai começar a
discutir a forma de coleta de assinaturas de deputados e senadores para se
criar a comissão. Para a instalação da CPMI serão necessárias pelo menos 171
assinaturas de deputados e 27 de senadores;
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Pelo que se conhece do PT e de seu grande aliado, o PMDB, é certo que quando
as investigações se aproximarem perigosamente de pessoas próximas ao Governo
este acione seu 'rolo compessor', pois é evidente que a maioria da CPMI será
composta pelos dois partidos, que já dividirão entre si a presidência a a
relatoria da comissão. Já há tanto governistas como oposicionistas ligeiramente
arrependidos de terem dado tanta ênfase à instalação da CPMI, haja vista que
antes dela ser composta já sugiram casos relacionados com o governo petista do
Distrito Federal, quando o objetivo era atingir o governado de Goiás, Marconi
Perillo, que é do PSDB, ao ponto do presidente nacional do PR, Rui Falcão
declara no site do partido que a CPMI serviria a prova a 'farsa do Mensalão do
PT', visto que ela estaria atingindo, além do senador oriundo do DEM, também
um governador tucano;
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Acontece que todos os dias começam a pipoca casos de gente da 'base aliada' que
tem ou tinha ligações com Carlinhos Cachoeira, como é o caso do deputado
Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas
com um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano, Idalberto
Matias Araújo, o Dadá. A redação afirma que a comissão será destinada a “investigar
num prazo de 180 dias, práticas criminosas desvendadas pelas operações Vegas e
Monte Carlo, da Polícia Federal, com o envolvimento do senhor Carlos Augusto
Ramos, conhecido vulgarmente como Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e
privados.” O novo texto do requerimento da CPMI diz que a investigação
se dará “sem prejuízo de investigação de fatos que se ligam ao objeto
principal, dentre eles a existência de um esquema de interceptações e
monitoramento de comunicações telefônicas e telemáticas ao arrepio do princípio
de reserva de jurisdição”. Agora, é pagar para ver.
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