Confissão de Barata desmoraliza Gilmar Mendes

Em julho do ano passado, a Operação Calicute, braço da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, revelou que a poderosa Federação das Empresas de Transporte do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) pagava durante 20 anos propinas a políticos, como o ex-governador Sérgio Cabral, dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj), Jorge Picciani e Paulo Melo, e Edson Albertassi, todos eles do MDB. Era tudo em troca de vantagens nos reajustes de tarifas e retenção de créditos do RioCard. Sexta-feira passada, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, o empresário Jacob Barata, o "Rei do Ônibus", confirmou existência da tal caixinha que também tinha por objetivo evitar a aprovação de projetos que fossem contra os interesses do setor, e que depois que Cabral assumiu o governo em 2009 a "contribuição" para os políticos passou a ser de R$ 6 milhões mensais. O magistrado mandou prender quase 30 pessoas, entre os quais outros ex-presidentes da Alerj. Será que depois de soltar três vezes Jacob Barata após as ordens de prisão de Marcelo Bretas, com todas as suas ligações familiares, Gilmar Mendes terá coragem de mais uma vez assumir a sua função de "Soltador-geral da República" depois da confição de Barata?