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10 de julho de 2018

No jogo Lula x Moro a derrota foi da Justiça

O resultado da série de deferimento e revogação de habeas corpus que tinham por objetivo a soltura do ex-presidente Lula é a desmoralização do Poder Judiciário. Não é aceitável que um desembargador desconheça que decisão de tribunais superiores não pode ser alterada por nenhum magistrado de qualquer instância. O agravante deste evento está no fato de o desembargador Rogério Fraveto, plantonista do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), poucos instantes depois de assumir o plantão receba um pedido de habeas corpus de três deputados federais do PT, e rapidamente o defira, sem levar em consideração seu passado de filiado ao PT por cerca de dez anos e ter exercido cargos de confiança no governo de Lula e ter chegado ao cargo de ministro por indicação e nomeação da ex-presidente Dilma. Mais anti-ético que isso, impossível. Fraveto chegou a ameaçar o juiz Sérgio Moro de indisciplina por não acatar a ordem de soltura de um desembargador, sendo ele um juiz de primeira instância, com o agravante de estar de férias. O comandante da Operação Lava-Jato lembrou a Fraveto, que entrou no assunto porque no seu despacho teve seu nome citado. Gol contra do desembargador petista. Para evitar que a Justiça continue sendo achincalhada, o presidente do TRF-4 agiu como "árbitro de vídeo" e deu ponto final no assunto. Se aparecerem outros pedidos de soltura, a decisão caberá ao Superior Tribunal de Justiça. Todo isso foi orquestrado com o objetivo de aproveitar o fim de semana para mobilizar petistas que partiriam para o confronto com agentes da Polícia Federal (PF) caso fossem a São Bernardo do Campo para levar Lula de volta a Curitiba, sabendo que o número de agentes era pequeno, não havendo tempo suficiente para mobilizá-los. O que está sobrando para Rogério Fraveto é uma série de ações objetivando puni-lo por causa de suas manobras partidárias.

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