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28 de julho de 2016

Incentivar agressões no revezamento da Tocha Olímpica é 'pagar mico'

O revezamento da Tocha Olímpica em Angra dos Reis (RJ), na noite de ontem, foi interrompido por protestos de moradores no bairro de Japuíba e no centro da cidade. A passagem da tocha foi, inicialmente, interrompida em Japuíba e, depois, retomada no centro da cidade, onde uma nova manifestação encerrou de vez o roteiro de ontem. Uma festa no centro da cidade também foi cancelada. Um vídeo publicado no perfil social do grupo Mídia Ninja mostra as pessoas envolvidas no revezamento sendo escoltadas pela Força Nacional de Segurança para um ônibus, enquanto são vaiadas por manifestantes. Policiais militares usaram bombas de efeito moral para conter o protesto. Qualquer tipo de manifestação popular é bem vinda, pois trata-se de um direito garantido pela nossa Constituição. Mas, uma coisa não pode ser aceita: o vandalismo;
É inconcebível que após as manifestações de Angra dos Reis apareçam nas redes sociais pessoas incentivando a mesma prática nas próximas cidades por onde passará o revezamento da tocha olímpica. Mais triste é sabermos que muitos desses incentivadores soltaram fogos festejando a escolha do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada. Os protestos deveriam ser feitos desde aquela ocasião, porque desde então já se sabia que no Brasil já havia outras prioridades para serem objeto de investimento por parte do Poder Público, em especial a capital do Estado. O boicote seria uma forma mais educada de protesto, num momento em que todo o mundo está olhando para o Brasil. Não tem cabimento a história de jogar água na tocha ou pedras nos participantes do revezamento, do qual participam, na maioria, pessoas com história nos esportes, além de idosos e crianças entre os que assistem o evento. A melhor forma de se protestar é após os Jogos exigir imediatamente a responsabilização daqueles que fizeram gastos excessivos em obras mal feitas. "Pagar mico" já tem gente demais fazendo isso. O que não pode é passar para o mundo uma imagem de povo sem educação, algo que não é característica dos cariocas. 

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