Pode parecer que não,
mas, quer queiram ou não, a inesperada filiação de Marina Silva no PSB
deixou os petistas sem um discurso unificado e coerente sobre o impacto do fato
novo provocado pela união dela com o governador Eduardo Campos, de Pernambuco.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que Marina e Eduardo Campos vão
acabar se desentendendo se ela continuar tendo seu nome com bons índices de
intenção de voto nas próximas pesquisas, pois iria pleitear ser a cabeça da
chapa. Rui Falcão afirma que isso vai fazer com que a presidente Dilma seja
eleita já no primeiro turno das eleições de 2014. O líder do PT na Câmara dos
Deputados, José Guimarães ─ é aquele mesmo que teve um assessor carregando
dólares na cueca ─, chegou
a dizer que Dilma está com o astral nas nuvens, com a certeza de que estará
eleita em 5 de outubro do ano que vem;
Numa demonstração de que os petistas estão 'chutando
para todos os lados’, o governador do Rio Grande Sul, Tarso Genro disse: “Minha
avaliação é que este é um processo que daqui para adiante muda o caráter da
disputa eleitoral. Não vai mais ser uma disputa entre a memória de Fernando
Henrique Cardoso e a memória dos governos Lula e Dilma. Vai ser uma disputa
sobre o futuro: o que os candidatos e as coalizões dizem que vão fazer sobre o
que conquistamos até agora”. Já
o
ex-presidente Lula ficou “surpreso” com a articulação firmada entre o
governador Eduardo Campos e Marina
Silva. Numa avaliação feita a aliados, Lula que a candidatura de Campos subiu
de patamar, tornando-se uma ameaça efetiva aos planos de reeleição da
presidente e sua afilhada política, Dilma Rousseff. Essa é mais uma prova de
que os petistas ainda estão um pouco tontos com a jogada política mais falada
nos últimos dias:
Desmentindo o comentário de Rui Falcão,
Marina Silva afirmou; “Em nenhum momento, nós discutimos essa
história de inversão ou não inversão. Eduardo é o candidato. Está colocado”.
Ela também enfatizou: “Não
pode ser o tempo de televisão que vai nos aprisionar a uma lógica política que
não nos dá a chance de mudar”, em entrevista sobre a
formação de alianças partidárias a qualquer preço em busca de maior tempo de TV
na campanha eleitoral. Marina recorda 2010: “Eu, com 1 minuto e 20 segundos
de televisão, tive 19% dos votos. Não pode ser o minuto de televisão, 30
segundos de televisão, que faz com que a gente jogue o futuro da nação nas mãos
daqueles que não entendem a lógica de que o governar juntos não pode ser feito com
base no toma-lá-dá-cá.” E
ela disse mais: “Se for para ganhar para continuar refém da velha
República, para governar tendo que distribuir pedaços do Estado, preso em uma
lógica que não coloca em primeiro lugar os interesses estratégicos do país,
então, não precisa ganhar. Isso já tem quem está fazendo”;
Antes de saber da jogada de Marina e Eduardo Campos, o marqueteiro do PT, João Santana, foi enfático: "A
Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia
de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no
Olimpo.” Os ‘anões’, segundo João Santana, são os candidatos Marina Silva, Aécio Neves, Eduardo Campos, e até José Serra, caso venha a ser escolhido pelo PSDB em lugar de
Aécio. Até o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, opinou: “O que menos
crescerá, ao contrário do que ele próprio pensa, é justamente Eduardo Campos”.
Vê-se, então, que os petistas desde sábado estão ‘correndo da sala para a
cozinha’, ainda desorientados. Além disso, o Governo poderá durante a campanha
a desagradável companhia da inflação, uma verdadeira incógnita sobre o que vai
ocorrer com a economia dos Estados Unidos, com Obama às voltas com a não
aprovação do orçamento do país ex-amigo do Brasil, conforme estabelecido por
Dilma Rousseff.
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