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11 de outubro de 2013

É incrível, mas é verdade: o sindicato de professores apoia ação dos Black Blocs

Alguma coisa errada está acontecendo na greve dos professores do Rio de Janeiro. É até muito grave. A imprensa divulgou esta semana, em página inteira de jornal de grande circulação ─ matéria paga, é claro ─, nota oficial do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) que defende incondicionalmente os black blocs das ações policiais. Na mesma nota, o Sepe ainda destaca: "Toda a ajuda é bem-vinda, desde que que se submeta às concepções e às tradições da categoria". Mesmo que o prefeito carioca Eduardo Paes não queira reconhecer e por pior que ele seja, o Sepe é o legítimo representante dos professores da Prefeitura do Rio de Janeiro na discussão entre a categoria e a municipalidade. O sindicato não é clandestino e, por consequência, tem o direito de pleitear ser ouvido nas questões que envolvam seus representados;

Mas há algo que não condiz com a condição de educadores que o Sepe representa, que é o apoio a um grupo de vândalos que se mistura aos participantes de manifestações pacíficas e que passa a praticar aotos que são reprimidos com violência por uma polícia estadual despreparada para esse tipo de ação, agindo com extrema violência, atingindo indiscriminadamente baderneiros e manifestantes pacíficos, muitas vezes idosos e até crianças. Não dá para se aceitar esse tipo de 'solidariedade' em favor das manifestações dos professores. Os Black Blocs não atingem e danificam somente o patrimônio dos órgãos públicos questionados, para forçá-los a atender às reivindicações. Propriedades privadas que nada têm a ver com o problema estão sendo saqueadas por elementos que não passam de assaltantes de bens alheios. Nem os bancos, altamente merecedores da revolta da população pelos seus lucros exorbitantes, têm que ser atingidos nessas ocasiões, e muito menos estabelecimentos comerciais até de pequeno porte;

Emblemática e preocupante é a declaração de João Paulo Taveira Guterres, de Niterói (RJ), em desabafo na seção de cartas dos leitores de um grande jornal carioca: "Quer dizer que os responsáveis pela educação estão, agora, ao lado daqueles que demonstram total falta dela? Então os nossos professores, verdadeiros heróis e exemplo para as nossas crianças, apoiam quem depreda patrimônio público e privado, obras de arte, saqueia, atormenta a vida de milhares de pessoas? Belo exemplo estão dando! Se estes são os que querem educar nossos filhos é melhor deixar a categoria desvaloriza e partir para novas formas de ensino". Certamente muita gente pensa como João Paulo, como é o caso do desabafo da leitora do mesmo jornal Suely Lourenço, do Rio de Janeiro, uma professora: "Sou do tempo em que professores se davam ao respeito e eram respeitados, em que fazíamos parte da elite dos seres pensantes deste país. Nunca imaginei que um dia pudesse vir a ter vergonha de pertencer a esta classe. Quero repetir, em meu nome e, tenho certeza, de milhares de outros professores: esta turma não me representa".

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