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14 de março de 2011

Outra CPMF nunca será bem vinda

Qualquer semelhança não será mera coincidência com a realidade brasileira
(Ilustração do "Blog do Mangabeira")





Houve um dia em que Lula declarou que o sistema de saúde pública no Brasil era de primeiro mundo. Os fanáticos seguidores de sua "seita" acreditaram no que ele disse, mas a maioria do povo riu. Uns acharam que ele estava mais uma vez usando de da ironia costumeira, já outros, riram do absurdo dito pelo então presidente. Até mesmo o Congresso Nacional, sempre agachado para tudo aquilo que o Executivo quer, não acreditou e acabou por extinguir a famigerada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, numa prova de que seus recursos não eram aplicados no sistema de Saúde, isso com o apoio de cerca de 85% da opinião pública. Certamente eram muitos daqueles que riram de Lula quando elogiou a rede pública, logo ele que só se utilizava de hospitais particulares, e com tudo pago pelo contribuinte;

A rejeição da sociedade à CPMF era exatamente pelo fato de que todos sabiam que os recursos arrecadados não eram aplicados na área de Saúde. Mas nem bem Dilma tomou posse a volta da CPMF voltou a ser cogitada, agora com outro apelido: Contribuição Social para a Saúde (CSS), o que vem ser a mesma coisa. Quem garante que os recursos iriam mesmo para a Saúde? É a mesma turma com a mesma mentalidade, ou seja, quanto mais dinheiro em caixa, mas o Governo pode garantir maioria parlamentar, distribuindo cargos para sua "base aliada", com dinherio tomado dos contribuintes. É bom lembrar que Lula reclamou que o Congresso, a oposição em particular, haviam provocado uma queda de R$ 40 bilhões anuais na arrecadação, vindos da CPMF. Porém, imediatamente aumentaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e recuperação a perda da contribuição rejaitada pelo povo;

O Governo vive comemorando o aumento na arrecadação de impostos, o que daria para investir no sistema de Saúde para melhorar o atendimento nos postos com a diminuição do tempo para consultas, resultados de exames e distribuição de medicamento, além de outros tipos de atendimento. A solução dos problemas não está em criar mais encargos para quem já tem que trabalhar cerca de cinco meses para manter o poder público com seus tributos. Mais dinheiro nas mãos do Poder Público não significam nenhum benefício para o povo e ainda podem servir para mais desvios de verbas e continuidade da corrupção e do desleixo que ocorre tanto na rede pública de Saúde da União dos estados e dos municípios. O que mais se vê são ambulâncias novas enferrujando, equipamentos sendo comprados com superfaturamento e não sendo instalados e remédios não distribuídos sendo jogados fora;

Por tudo isso é que sempre é bom repetir: Fora CPMF!

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