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"Caras pintadas" podem travar "notáveis" |
A comissão de deputados federais "notáveis" que vai estudar e elaborar projeto para uma reforma política está revoltando muita gente. Um reflexo dessa repulsa está na seção de carta dos leitores dos jornais. Hoje, por exemplo, alguns leitores de 'O Globo' demonstram que não gostaram nem um pouquinho do verdadeiro deboche contra a opinião pública, que é a formação da referida comissão. Vale a pena transcrever trechos de algumas cartas. Odiléa Mignon, do Rio de Janeiro, escreveu:
"Nosso país vive momentos cruciais de irrealidade. Na contramão da decência e da ética, exigidas na Lei da Ficha Limpa, são designados par as comissões de Justiça e nova lei eleitoral parlamentares com tantas pendências jurídicas, sendo acusados de práticas irregulares, comprometedoras de evidente corrupção, que nos causam deceoção e revolta. Entre tantos, são escolhidos sempre os piores, muito embora tenham sido eleitos por um povo que pouco conhece e preocupa-se com a seriedade na política... Temos que reagir!";
Um outro leitor, Moacir Pereira da Costa, também do Rio, destaca a culpa dos eleitores:
"...não devemos ignorar os que indicaram para compor a tão esperada reforma, deputados por cujos votos somos responsáveis. Mesmo escolhendo a dedo os menos corruptos, somos partícipes desta vergonhosa política brasileira, por não sairmos às ruas clamando por moralização em nosso país". Já José Antonio Simões Bordeira, de Petrópolis, demonstra que o povo não pode ficar inerte:
"Até quando vamos continuar meramente assistentes dos descalabros produzidos diariamente neste país tropical? Na terça-feira, "urinar na rua" era tema de primeira página no jornal. Na quarta, a composição da Comissão Especial da reforma política apresentou os senhores de "ilibada reputação" que conduzirão o processo. Até quando ficaremos impassíveis? Será que os exemplos vindos do Norte da África não seriam suficientes para nos estimular a uma maior participação social e política mais contundentes?";
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Está na hora dos "caras pintadas" entrarem em ação |
Dá para se observar que pode está chegando o momento do povo tomar algum tipo de atitude mais contundente, sem esperar as eleições de 2014 para tentar mudar alguma coisa através do voto. É muito tempo e tudo certamente cairá no esquecimento, como sempre ocorre. Os movimentos no Norte da África têm tido grande participação dos mais jovens, que se utilizam das redes sociais da Internet para se mobilizarem e exigirem democracia em seus países. Aqui, a democracia está em pleno funcionamento, mas os que são democraticamente eleitos estão "se lixando" para seus eleitores. Cabe, portanto, aos jovens passarem a ter consciência política e saírem às ruas, como novos "caras pintadas", exigindo mais seriedade por parte daqueles que teoricamente representam o povo.
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