No momento em que os cartórios eleitorais estavam cheios de eleitores em longas filas para garantirem a segunda via de seus títulos, o Supremo Tribunal Federal (STF) praticamente enterra o título e estabelece que basta um documento oficial de identidade - no caso, Carteira de Identidade (RG), Carteira do Trabalho, Carteira Nacional de Habilitação ou identidade de conselho profissional ou da OAB - é que será obrigatório para o eleitor apresentar na seção eleitoral e poder votar. O placar de 8 a 2 foi decidindo uma representação do PT contra um artigo da Lei Eleitoral aprovada há um ano com votos dos petistas, além da sanção do presidente Lula (não é necessário dizer que ele é também do PT, apesar da diferenciação que José Dirceu faz entre o presidente e seu partido);
Só falta agora algum eleitor ingressar em Juízo pedindo indenização por danos morais pela perda de tempo para obter um documento que o habilitaria a votar, mas que agora não tem mais nenhum valor. A lei alterada tinha como objetivo evitar tanto quanto possível as fraudes na hora de votar, quando os mesários poderiam melhor identificar o eleitor, quando o único recurso que tinham era o de conferir a assinatura dele na folha de votação, comparando-a com a do título, com se fossem técnicos em grafologia. Não sabemos como os mesários identificavam um eleitor analfabeto, uma vez que não eram dactilocopista para analisar impressões digitais;
Tudo isso é mais uma constatação de como os órgãos públicos decidem certas coisas. Há algum tempo atrás os títulos de eleitor tinham fotografia e o presidente da sessão eleitoral dava um visto no próprio título comprovando o comparecimento do eleitor. Algum "çábio" teve a ideia do título sem foto e a legislação também não exigia a apresentação de documento de identidade oficial com foto, somente quando surgisse alguma dúvida na identificação. Quando parecia que essa falha estava corrigida, a grande maioria dos ministros do STF resolve alterar a lei que objetivava dar mais transparência à eleição, atendendo a uma demanda do partido governista;
Todo esse episódio serve para se constatar que até a Justiça anda fazendo o jogo de interesses do Governo, que mostrou-se ser o maior interessado na alteração da lei. Essa Justiça é a mesma que vem empurrando com a barriga a definição da Lei da Ficha Limpa, num autêntico deboche com os milhões de eleitores que assinaram ou apoiaram um projeto de iniciativa popular, que agora verão uma enorme quantidade de "fichas sujas" concorrendo e muitos se elegendo, sabendo-se que depois de empossados será muito difícil a própria Justiça cassar-lhes os mandatos, aí já legitimados pela vontade popular, através do voto, um forte argumento para se manterem nos respectivos cargos, tudo isso pelo alheiamento de eleitores incapazes de fazerem uma depuração desses maus políticos, tarefa que deveria caber aos partidos mas que estão mais interessado nos votos dessas tristes figuras que povoam a política nacional. É lamentável!
Olá, amigo. Publiquei no meu blog dois vídeos do youtube que desmascaram essa mentira de que o PT e Dilma não defendem o aborto. Boa votação. Abraço.
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