- Para início da semana, é muito bom ler o artigo de Carlos Chagas publicado hoje no site Tribuna da Imprensa, para que sirva de comparação entre o comportamento de um Presidente da República em relação àqueles que o sucederam. Certamente, se Minas Gerais mandar Itamar Franco para o Senado, como parece que vai acontecer, aquela Casa Legislativa, que ultimamente não tem servido de nada, estará com um ambiente interno bem melhor. Há, realmente, uma grande diferença entre Itamar e seus sucessores. Eis a seguir o artigo de Carlos Chagas:
Mais do que nunca, a hora é de saudosismo explícito. Que saudades do Itamar, aquele que à primeira denúncia de irregularidades e trapalhadas em seu pano de fundo, em poucas horas demitia ministros, altos assessores e auxiliares de todo nível, supostamente implicados em acusações. Deixava a porta aberta para o retorno, recomendando que fossem defender-se como cidadãos comuns e, provada inocência, retornariam com tapete vermelho.
Aconteceu até com seu chefe da Casa Civil, o todo-poderoso Henrique Hargreaves, que por sinal voltou, meses depois de uma acusação falsa. Muitos outros, porém, tomaram o rumo do esquecimento, restando a lembrança de um presidente da República inflexível na defesa da coisa pública. Itamar Franco inscreveu-se na galeria daqueles governantes que, ao assumir, trocaram a complacência pela ética.
No correr dos oito anos da administração Lula não tem sido assim. Em muitos casos os suspeitos acabaram defenestrados, sempre pela evidência de suas participações em ilícitos maiores e menores, jamais pela iniciativa do chefe. A prática do primeiro-companheiro tem sido invariavelmente de abrir as asas e abrigar pelo tempo que for possível seus bons e maus colaboradores. Baseia-se no simples fato de terem sido escolhidos para trabalhar com ele. Imagina-os imunes às tentações do uso do poder apenas por supô-los dignos de sua escolha.
É só mais um, esse caso do fim-de-semana envolvendo denúncias contra a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e um de seus filhos, acusados de lobby, tráfico de influência e intermediação de contratos públicos em troca de propina.
Jamais se poderá considerá-los culpados antes de completa elucidação dos fatos. Pode tratar-se de calúnia, baixa manobra eleitoral, erro ou engano, mas na medida em que a sucessora de Dilma Rousseff permanecer no cargo, quaisquer provas de culpabilidade atingirão na moleira o presidente da República. Engrossarão o rol onde se encontram José Dirceu, Antônio Palocci, Luiz Gushiken, José Genoíno, Delúbio Soares, os demais mensaleiros, mais os aloprados de São Paulo e quantos outros?
Vale repetir, que saudades do Itamar…
É, o Itamar era um chato ranzinza, mas era sério e direito!
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