Tráfico de influência beneficia filho de Zé Dirceu

Ao longo de quatro campanhas eleitorais para Presidente da República Lula e o PT apregoaram que a mudança nos costumes políticos do Brasil estava na eleição do ex-metalúrgico e nos candidatos petistas. Finalmente, em 2003, Lula & Cia. chegaram ao Poder. Dois anos depois, surgiu o Mensalão do PT. A seguir, vieram diversos outros casos, como dólares na cueca, dossiê falso e aloprados etc. Houve ainda outros eventos não previstos para a "santidade" do comportamento político dos petistas, como a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, do dossiê contra FHC e dona Ruth, e a "agilização" proposta à Receita no caso do filho de Sarney;

Esta semana, na revista 'Época', vemos uma reportagem sobre o filho do ex-deputado José Dirceu, antigo todo-poderoso chefe da Casa Civil de Lula, que teve seu mandato cassado justamente pela participação no Mensalão do PT. Atualmente, Zé Dirceu é nada menos que um dos comandantes da campanha da candidata do PT à sucessão de Lula, a também ex-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na reportagem, a revista demonstra que Zeca Dirceu, de 32 anos, filho de Zé,  ex-prefeito do PT da cidade de Cruzeiro do Oeste, no Paraná e candidato a deputado federal, conseguiu nada menos que R$ 14 milhões de recursos federais para sua cidade, de apenas 20 mil habitantes, e ainda conseguiu mais R$ 13 milhões para municípios vizinhos à sua;

A pergunta é: que prestígio é esse? Nem deputados eleitos têm tanta facilidade de acesso aos órgãos do Governo Federal como Zeca Driceu teve durante seu mandato e até agora, depois que deixou o cargo. Seu trânsito no Ministério das Cidades, de onde saiu a maioria das verbas, bem como ainda nos ministérios da Agricultura, Planejamento, Transportes e Comunicações onde seus então colegas prefeito conseguiram recurso federais para suas cidades;

Tudo isso prova que o grande caminho percorrido por Zeca Dirceu e que certamente lhe trará retorno eleitoral chama-se nada menos que tráfico de influência.