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6 de agosto de 2009

A pouca vergonha continua no Senado

  • O Senado Federal continua na ordem do dia. Esta semana, com a volta do recesso, aquela Casa passou a ser o foco das atenções do mundo político. Tudo por causa da sucessão de escândalos que ali estão vindo à tona. Nada é novidade, só que, como já disse alguém, os casos do Senado são como caixa de lenço de papel, on se puxa mas vem pelo menos mais uns três;
  • Ainda repercute o duelo entre o senador Pedro Simon com Renas Calheiros e, mais ainda, o discurso raivoso de Fernando Collor contra o representante Gaúcho, com ameaças do tipo de brigas de estudantes durante o recreio da escola. Somente cenas deprimentes foram proporcionadas pelos representantes da famigerada "tropa de choque" que defende Sarney, a mando do presidente Lula;
  • Ontem foi outro dia "glorioso" para o Senado. Aconteceu o esperado discurso do presidente da Casa, José Sarney, a título de defesa contra aqueles que querem seu afastamento ou renúncia da Presidência do Senado. Aplaudido pelos seus seguidores e criticado pelos opositores, Sarney chegou ao ponto de afirmar que desconhecia diversos nomes de pessoas que teriam sido por ele beneficiadas com nomeações para cargos com bons salários;
  • Sarney chegou ao ponto de afirmar não saber quem era um cidadão por ele nomeado que tinha o sobrenome Murad, nada menos que o sobrenome de seu genro, marido da governadora Roseana. Na maior cara de pau, Sarney também disse desconhecer que seria Rodrigo Cruz, logo ele de quem o senador foi padrinho de casamento, por "coincidência" filho de Agaciel Maia, ex-diretor geral do Senado, cargo que exercia desde o primeiro mandato de Sarney como presidente da Casa e que foi afastado como responsável por tudo de ruim que aconteceu ali nos último 15 anos;
  • Em seguida, instala-se o Conselho de Ética do Senado Federal, com um terço de seus integrantes composto por suplentes sem nenhum voto popular e presidido por um subsuplente, pois Paulo Duque é o segundo suplente do governador Sergio Cabral (RJ), que tem seu primeiro suplente como Secretário de Estado;
  • Paulo Duque, sob o comando de Renan Calheiros, simplesmente arquivou - ele pode fazer isso regimentalmente - quatro representações contra Sarney e uma contra Renan, sem deixar que nada fosse apurado. Por mais uma "coincidência", os três são membros do PMDB, partido cotado para indicar o vice na chapa da candidata de Lula à sua sucessão. Daí o esforço e as ordens do presidente para salvar Sarney de qualquer forma;
  • Diante de tanto deboche e truculência regimental, nos lembramos de que em outros tempos, os generais do Exército já teriam cercado o Senado Federal com os tanques Urutu e Cascavel, mandando essa gente suja toda para casa, isso se não prendessem alguns deles. Mas isso hoje não é mais assim. A própria sociedade é que cuida do assunto. Muitos ainda ficam omissos e até votam reconduzindo essa corja aos seus mandatos;
  • Só nos resta gritar e incentivar para que resolvamos isso no voto. Por causa disso estou quase que diariamente dando meus gritos neste Blog. Felizmente há uma rede sendo formada e espera-se que haja sensíveis renovações no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas dos Estados.

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