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30 de setembro de 2013

Comandante da PM do Rio precisa assistir e enxergar noticiários da TV

"Não precisa explicar. Eu só queria entender". Esse era um bordão utilizado num antigo programa humorístico da TV Globo, quando um personagem fantasiado de macaco contava algum tipo de absurdo na maioria das vezes praticado por pessoas ou órgão do Poder Público, numa engraçada crítica sobre o dia a dia do País. A frase se aplica a um absurdo dito por uma autoridade neste final de semana e foi jogada na mídia pelo comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Luís Castro, ao negar que tenha havido qualquer ação truculenta praticada por comandados seus durante a retirada de professores da rede pública municipal que ocupavam a Câmara Municipal. Como assim, coronel?! O senhor não asiste os noticiários pela TV? A polícia tem que assistir a todos, pois alguma coisa pode ter escapa aos serviços de inteligência(?) da corporação;

Quem eram aqueles homens fardados que atiravam balas de borracha e mandavam jatos de spray de pimenta nos professores que estavam se manifestando em frente à Câmara Municipal, reivindicando detalhes de um plano de salários que estava tramitando no Legislativo carioca? E quem eram aqueles soldados que pareciam um bando de cães famintos metendo bordoadas num professor, mesmo depois de caído? O coronel Luís Castro mandou mais essa: "O que as imagens mostram foi uma ação no lado de fora, onde houve uma tentativa de dificultar a atividade da polícia". Os 'perigosos' professores estavam 'armados' de faixas e cartazes com suas reivindicações. Onde isso impedia a ação da polícia? Dá para se imaginar como deve ter sido lá dentro. Professores dizem que os policiais chegaram sem mostrar nenhuma ordem judicial de ocupação e houve até senhoras com mais de 60 anos que foram arrastadas pelos comandados do coronel. Até arma de choque utilizaram, ao ponto de um professor desmaiar;

Da mesma forma que o macaco da TV, o povo também quer entender o porquê daquela ação tão violenta. Os professores muito mais. Como resultado, é provável que ingressem com ação na Justiça. Em razão da ação truculenta, cerca de 20 professores registraram queixa numa delegacia próxima do local. Agora, para agravar mais o impasse, os professores ameaçam uma greve mais ampla e até uma nova invasão da Câmara não pode ser descartada. Até o governador Sergio Cabral, o futuro ministro de Dilma Rousseff, achou-se no direito de criticar os professores que apanharam, esquecendo-se de que a Polícia Militar é do Estado e que estava ali por solicitação do seu amiguinho prefeito Eduardo Paes;

Se o macaco daquela época estivesse em ação, certamente seria atendido na primeira frase do bordão, porque não há como se explicar tanta violência. E quanto à frase final, nada acontecerá, porque ninguém, em sã consciência, pode entender a razão de tanto despreparo em lidar com o povo que participa pacificamente de qualquer tipo de manifestação de rua. É melhor Sergio Cabral resolver rapidamente com a presidente Dilma sobre qual pasta ele deverá assumir, para levar com ele seu vice Pezão, porque tudo indica que o povo não elegerá seu candidato à sucessão no ano que vem. Chega de apanhar à toa da policia de Cabral!

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