É nessa 'casinha' que Sergio Cabral se refugia |
Há poucos dias, este Blog comentou as relações do
governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, com empresários que têm altos
interesses financeiros com o Estado e que contribuíram com elevadas quantias
para sua campanha à reeleição, o que só foi descoberto por causa da tragédia em
Porto Seguro que atingiu seu filho (leia
aqui). Hoje, em sua coluna e no seu blog, o jornalista Ricardo
Noblat aborda com muita propriedade o mesmo tema. Também a revista 'Época'
também traz reportagem que não deixa Cabral muito confortável, devendo também
explicações ao povo fluminense. A matéria de Nelito Fernandes na 'Época' é a
seguinte:
O
refúgio de Sergio Cabral
A
casa onde o governador se isolou depois da tragédia foi comprada no período em
que tomou empréstimos de assessores
Licenciado por uma
semana, Cabral isolou-se em sua casa de R$ 1,5 milhão em Mangaratiba, na Costa
Verde fluminense, para descansar. Foi lá também que Cabral passou o Réveillon
de 2010, marcado por uma tragédia em Angra dos Reis, onde deslizamentos de
encostas, provocados pelas chuvas, causaram dezenas de mortes. Apesar da
proximidade entre Mangaratiba e Angra, Cabral demorou a aparecer em público.
Localizada dentro de um condomínio, a casa é usada como refúgio pelo
governador, mas tem sido também uma fonte de aborrecimentos para ele. Há anos
Cabral tem sido cobrado a explicar como conseguiu comprá-la com os modestos
salários de político.
Documentos obtidos
por ÉPOCA mostram que, no período em que adquiriu o imóvel, Cabral recebeu
empréstimos de familiares e assessores. Em cinco anos, R$ 474.852,17 entraram
em sua conta. Entre 1996 e 1997, quando ainda era deputado estadual, Cabral
obteve empréstimos de R$ 54 mil de Aloysio Neves Guedes, seu chefe de gabinete.
Guedes recebia R$ 5.400 mensais, dez vezes menos que o valor do empréstimo.
Outro financiador foi o assessor Pedro Lino, que ganhava o mesmo que Guedes e
emprestou R$ 46 mil. Subchefe de gabinete, Sérgio Castro Oliveira colaborou com
R$ 31 mil. Outros R$ 79 mil caíram na conta de Cabral vindos da Araras
Empreendimentos, empresa de sua ex-mulher Suzana Neves. O ex-sogro Gastão Lobos
que emprestou R$ 264 mil. Em 1998, Cabral tomou emprestados R$ 150 mil da
Sociedade Três Orelhas para a compra da casa de Mangaratiba, com a promessa de
pagar em 18 meses. A Três Orelhas administra o condomínio (Portobello) onde foi
erguido o imóvel.
Cabral não deu
detalhes sobre as operações. Qualquer documento referente a esses anos tão
remotos já foi descartado, tendo em vista que a prescrição é de cinco anos”,
disse sua assessoria. Ele informou, porém, que pagou os empréstimos. Os
assessores dos empréstimos são amigos de Cabral e trabalharam em suas campanhas.
Aloysio foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado, onde hoje é
conselheiro. Ele diz não se lembrar de nada: “Faz muito tempo. É coisa muito
pequena para eu recordar”. O mesmo diz Pedro Lino. “Se foi feito, está em meu
Imposto de Renda”, afirma. Sérgio Castro não respondeu aos pedidos de
entrevista.
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