A notícia toma
conta hoje de muito espaço na mídia, informando que ontem o Supremo Tribunal
Federal (STF) acaba de legalizar as chamadas Marchas da Maconha. Com isso, o
Supremo garantiu o direito da população de promover e realizar manifestações em
favor da legalização de drogas em todo o Brasil. Oito ministros participaram do
julgamento e, por unanimidade, votaram a favor da recomendação da
Procuradoria-Geral da República pedindo que o direito constitucional à
liberdade de expressão fosse levado em consideração. O ministro Celso de Mello,
relator do caso, votou afirmando que as manifestações podem ocorrer, desde que
sejam pacíficas e não tragam qualquer tipo de incitação à violência. Para ele,
as passeatas e marchas não podem ser configuradas como apologia às drogas, uma
vez que pautam “um importante e necessário debate
das políticas e dos efeitos do proibicionismo” e o porte e uso de
qualquer substância ilícita não será permitido. O ministro Luiz Fux, mais novo
integrante do STF, afirmou: "Mesmo que os
eventos estejam liberados, a presença de crianças e adolescentes não deve ser
permitida, já que os menores não possuem autonomia suficiente e podem ser
influenciados de alguma forma";
Pode-se analisar
que o Supremo acaba de dar um recado aos que patrocinam a aprovação do PL 122,
que considera crime os casos de homofobia. Muita gente vê em seu texto rigores
exagerados contra quem seja contrário à união entre pessoas do mesmo sexo, em
especial evangélicos e católicos que têm a Bíblia com regra e na qual há sérias
advertência contra o homossexualismo. De acordo com os críticos ao projeto, até
as manifestações contrárias se configurariam como crime. O que se discute então
é o direito á expressão, pois ninguém pode ser obrigado a concordar com a
recente resolução do STF sobre a chamada 'união homoafetiva'. Se o texto não
for modificado, certamente a Corte Suprema do país será acionada. Diga-se de
passagem que o PL 122 é de certa forma inócuo, visto que a própria Constituição
Federal já cuida dos crimes de preconceito. O projeto serve mesmo para muita
gente 'fazer fumaça' e aparecer na mídia;
O site Não Homofobia! diz
textualmente que o PL 122/2006 não restringe a liberdade de expressão,
afirmando que o projeto de lei "apenas pune
condutas e discursos preconceituosos. É o que já acontece hoje no caso do
racismo, por exemplo. Se substituirmos a expressão cidadão homossexual por
negro ou judeu no projeto, veremos que não há nada de diferente do que já é
hoje praticado". O site também defende que "é preciso considerar também que a liberdade de
expressão não é absoluta ou ilimitada - ou seja, ela não pode servir de escudo
para abrigar crimes, difamação, propaganda odiosa, ataques à honra ou outras
condutas ilícitas. Esse entendimento é da melhor tradição constitucionalista e
também do Supremo Tribunal Federal";
No que diz
respeito à liberdade religiosa, diz o 'Não Homofobia!' que o projeto não
interfere na liberdade de culto ou de pregação religiosa. "O que o projeto
visa coibir são manifestações notadamente discriminatórias, ofensivas ou de
desprezo. Particularmente as que incitem a violência contra lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transexuais. No site consta: "Ser homossexual não é crime. E não é distúrbio nem doença, segundo
a OMS (Organização Mundial da Saúde). Portanto, religiões podem manifestar livremente
juízos de valor teológicos (como considerar a homossexualidade
"pecado"). Mas não podem propagar inverdades científicas,
fortalecendo estigmas contra segmentos da população. Nenhuma pessoa ou
instituição está acima da Constituição e do ordenamento legal do Brasil, que
veda qualquer tipo de discriminação. A liberdade de culto não pode servir de
escudo para ataques a honra ou a dignidade de qualquer pessoa ou grupo
social";
De qualquer
forma, pode-se esperar que vem muita discussão por aí, pois por mais que se
admita que o mundo hoje é outro, ainda há muita restrição às mudanças que
ocorrem nos conceitos da sociedade moderna, mas. Uma coisa, no entanto, não
poderá ser esquecida: o direito de expressão será a cada dia o verdadeiro
escudo para as críticas a tais mudanças. A aprovação das Marchas da Maconha
pelo STF com certeza servirão certamente como parâmetro para as discussões.
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