Partidos da 'base aliada' fazem o jogo do Governo para brecar novos partidos
- A campanha
eleitoral para a sucessão da presidente Dilma está a pleno vapor. Segundo
alguns cientistas políticos a deflagração do processo foi precipitada por
vários motivos, sendo um deles para que o eleitorado não tivesse dúvidas de que
a atual presidente quer a reeleição e também para que alguns petistas
'baixassem a bola' do movimento que desejava ter Lula como candidato. Por força
disso, outros nomes também foram jogados na mídia, muito embora alguns deles
digam que não estão em campanha e até que não são candidatos, numa espécie de
'me engana, que eu gosto', pois estão realmente em plena campanha;
- A campanha da presidente Dilma está bastante evidente, pois ela está viajando
muito mais do que de costume, em muitos lugares acompanhada do ex-presidente Lula,
cujo discurso é sempre voltado para comparações entre os governos do PT com o
de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, isto porque os tucanos são adversários
naturais dos petistas, que também não confirmam, mas o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) também está andando pelo Brasil inteiro,além de tentar amansar a
reação do paulista José Serra, que pretende voltar a disputar uma vaga no
Palácio do Planalto. Outros dois pré candidatos são o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, que está criando um novo partido, a
Rede;
-
Para evitar que surjam forças de grupos políticos que possam criar dificuldades
para a candidata Dilma, aconteceu a votação do projeto de lei que restringe o
acesso ao Fundo Partidário e do tempo de
rádio e TV para novos partidos. Um requerimento de urgência para votação da
proposta, apresentada pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), foi aprovado ontem
pela Câmara. O projeto deve ser votado no início desta tarde pelos deputados.
Esse projeto tem por objetivo criar embaraços para dois possíveis fortes
candidatos, Eduardo Campos e Marina Silva, pois um novo partido, a Mobilização
Democrática (MD) apoiaria o pernambucano a Rede já tem sua candidata;
-
Para garantir o repasse do Fundo Partidário e tempo no horário eleitoral
gratuito, o PPS e do PMN aprovaram, nesta quarta-feira, a fusão dos dois
partidos e dessa união nascerá a MD, reunindo, de início, 13 deputados
federais, 58 deputados estaduais, 147 prefeitos e 2.527 vereadores. O novo
partido promete fazer oposição ao Governo Federal. As direções dos dois
partidos se reúnem ainda hoje, em Brasília, para confirmar a fusão e votar o
novo estatuto partidário, que será registrado no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). A união entre as duas siglas foi aprovada, primeiro, pelo PMN, nessa
madrugada. Depois foi a vez do PPS, que aprovou a fusão nesta manhã, por 62
votos a dois, durante congresso extraordinário. Em todo o país, os dois
partidos somam 683.420 filiados;
- Alguns deputados, como Alfredo Sirkis (PV-RJ) e Walter Feldman (PSDB-SP),
alegam que o objetivo do projeto é inviabilizar o projeto político da
ex-ministra Marina Silva, que colhe assinaturas para a criação de um novo
partido, que deve se chamar Rede. Aliados de Marina, Sirkis e Feldman são nomes
certos para a nova legenda da ex-candidata à Presidência da República, que
obteve mais de 20 milhões de votos em 2010. De acordo com as leis que regulam
os partidos políticos e estabelecem normas para as eleições (9.096/95 e
9.504/97), as verbas do Fundo Partidário são distribuídas da seguinte forma: 5%
para todos os partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e 95%
para os partidos com representação na Câmara, na proporção de seus votos. Já o
horário eleitoral gratuito tem a seguinte divisão: 1/3 para todos os partidos e
2/3 para aqueles com deputados federais, ainda na mesma proporção dos
parlamentares eleitos;
- Pela proposta, não deverão ser consideradas quaisquer
mudanças de filiação partidária entre os deputados para o cálculo dessas cotas.
Ou seja, caso os parlamentares resolvam mudar de partido depois das eleições,
seja a legenda já existente ou não, a distribuição inicial do Fundo Partidário
e do horário eleitoral será mantida. Os partidos da 'base aliada' procuram por
todos os meios inviabilizar a candidatura de Marina, que obteve expressiva
votação em 2010, além de não aumentar a possibilidade de aumento de tempo na TV
para Eduardo Paes com o apoio que receberia do MD. O tempo dirá se tudo isso
valeu a pena, pois além dessas jogas Dilma também tem que prestar atenção à
possibilidade de aumento considerável da inflação e queda no crescimento, pois
sérios 'cabos eleitorais' para os candidatos oposicionistas.
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