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2 de dezembro de 2012

Fux procurou Dirceu para ser nomeado, mas não o aliviou da cadeia

  • Essa notícia tem um lado bastante positivo, pois significa que o ministro Luiz Fux não demonstrou nenhuma gratidão ao apoio do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, pela a sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal 'Folha de São Paulo' informa hoje que em 2010 o ministro Luiz Fux manteve contato com com José Dirceu,  réu no processo do mensalão, quando tentava uma vaga de ministro do Supremo. Luiz Fux informa: "Eu fui a várias pessoas de São Paulo, à Fiesp. Numa dessas idas, alguém me levou ao Zé Dirceu porque ele era influente no governo Lula". Ele lembra que não havia até então nada demais ter procurado José Dirceu, alegando: “A pessoa, até ser julgada, ela é inocente”;
  • Na reportagem, o ministro Luiz Fux diz que desde 1983, quando, aprovado em concurso, foi juiz em Niterói (RJ), passou a sonhar com o dia em que se sentaria em uma das onze cadeiras do (STF). Quase trinta anos depois, em 2010, ele saía em campanha pelo Brasil para convencer o então presidente Lula a indicá-lo para compor o quadro de ministros da Corte. Fux era ministro do Superior Tribunal de Justiça(STJ), cargo considerado como o penúltimo degrau na carreira da magistratura. Ele estava nessa luta para o STF desde 2004. Sempre que surgia uma vaga, ele se colocava. E acabava preterido. "Bati na trave três vezes", lembrou;
  • A assessoria de José Dirceu afirma que houve mais de uma reunião entre eles, sempre a pedido do  ministro Fux. Essa informação certamente foi uma tentativa de constranger o ministro. No entanto, o ministro julgou com rigor e independência, no processo do 'Mensalão do PT', mostrando que ele não Usou a toga  para a nomeação com a absolvição do réu José Dirceu, numa posição totalmente análoga as dos ministros 'petistas' Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, que votaram pela absolvição de seus 'companheiros do PT. Luiz Fux contou à 'Folha de São Paulo' que chegou a pensar que não havia provas do processo da participação do PT no governo Lula, mas mudou de ideia: "Quando fui ler o processo, no recesso de julho, dez horas por dia, 50 mil páginas, 500 volumes de documentos, verifiquei que tem prova. Eu fiquei estarrecido", concluiu;
  • Não é sem razão que Luiz Fux é o ministro que tem maior afinidade com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que o escolheu para falar em nome dos mais na solenidade de sua posse como presidente do Supremo. Os bons se escolhem e se separam dos maus.

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